Evangelho
segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a
verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá
fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por
si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes
em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse
dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses
ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o
que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus
discípulos».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Venerável Pio XII (1876-1958), papa
Encíclica «Mystici Corporis», §§ 47-53
«Sem Mim nada podeis fazer»
«Aprouve [a Deus] que nele [em Cristo]
habitasse toda a plenitude» (Col 1,19); Ele está adornado de todos os dons que
acompanham a união hipostática; porquanto nele habita o Espírito Santo com tal
plenitude de graças, que não se pode conceber maior. A Ele foi dado poder sobre
a carne (cf Jo 17,2); [...] Dele provém ao corpo da Igreja toda a luz que
ilumina divinamente os féis, e toda a graça com que se fazem santos como Ele é
santo. [...] É ele que infunde nos féis a luz da fé; Ele que aos pastores e doutores, e
sobre todos ao seu vigário na Terra, enriquece divinamente com os dons
sobrenaturais de ciência, entendimento e sabedoria, para que conservem
fielmente o tesouro da fé, o defendam corajosamente, piedosa e diligentemente o
expliquem e valorizem; é Ele enfim o que, invisível, preside e dirige os
concílios da Igreja. Cristo é o autor e o operador da santidade, já que nenhum ato salutar pode
haver que dele não derive como fonte soberana: «Sem Mim nada podeis fazer» (Jo
15,5). Se nos sentimos movidos à dor e contrição dos pecados cometidos, se com
temor e esperança filial nos convertemos a Deus, é sempre a sua graça que nos
comove. A graça e a glória brotam da sua inexaurível plenitude. [...] E quando, com rito externo, se ministram os sacramentos da Igreja, é Ele que
opera o efeito correspondente nas almas. É Ele também que, nutrindo os fiéis
com a própria carne e o próprio sangue, serena os movimentos desordenados das
paixões; é Ele que aumenta as graças e prepara a futura glória das almas e dos
corpos. [...] Cristo faz que a Igreja viva da sua vida sobrenatural, penetra com a sua divina
virtude todo o corpo e cada um dos membros, segundo o lugar que ocupa no corpo,
nutre-o e sustenta-o do mesmo modo que a videira sustenta e torna frutíferas as
vides aderentes à cepa (cf Jo 15,4-6).
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