domingo, 22 de abril de 2018

Homilia do 4º Domingo da Páscoa (22.04.18)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
“Tornou-se pedra angular” 
Rejeitado pelos homens
Jesus descreve sua missão através de suas comparações e parábolas. Hoje é o pastor; próximo domingo será a videira e no 6º domingo será o amigo. Por elas compreendemos sua missão de contínua entrega: Ele dá a Vida, tanto perdendo-a por suas ovelhas, como sendo fonte de vida. Participamos de sua vida, como os ramos do tronco. Unidos a Ele, temos Vida. A liturgia quer nos ensinar que, a Ressurreição não é somente um fato de Jesus que Deus tirou da morte, mas um grandioso dom de Deus que nos ressuscita do mal e nos garante a vida eterna. Toda obra do Pastor é dar a vida e defender do lobo, porque ama e se dedica às ovelhas. Não é como o mercenário que não se importa com as ovelhas e não as defende do lobo. Pedro, em seu discurso aos chefes do povo disse: “Ficai sabendo... é pelo nome de Jesus que esse está curado... Vós O crucificastes e Deus O ressuscitou dos mortos”. Pedro retoma o salmo 117 e comenta: “Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se tornou pedra angular” (At 4,8-12). Em nenhum outro há salvação. Não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos (At 4,12). Jesus é necessário para nossa salvação.  Deus garantiu essa realização através da Ressurreição. Cumpre-se a profecia do salmo: a pedra rejeitada tornou-se pela angular, fundamental para todo edifício. Não se trata somente de um fundador de uma religião ,mas fundamento de todo o universo e, tudo que existe nele. Ele mesmo diz: “Tenho ainda outras ovelhas que não são desse redil... Elas escutarão minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor (Jo 10,16).
O Bom Pastor dá a vida
            No contexto litúrgico temos essa parábola sobre o bom pastor que resume o Mistério Pascal de Cristo em sua estrutura fundamental: O pastor ama o rebanho, conhece e dá a vida por ele. Não foge dos lobos que atacam o rebanho. Por isso vai até a morte para salvar as ovelhas. Ele tem poder sobre sua vida, pois a dá livremente. Tem confiança no Pai que lhe dá o poder de retomar a vida. Essa redenção é para todos. Ninguém está excluído. O pastor conhece suas ovelhas no mesmo conhecimento que tem do Pai. Conhecer vai além do ficar sabendo. É a nossa participação de sua vida. Jesus lhe dá a vida. O conhecimento está no mesmo sentido de participação de vida. Não há uma distinção entre ovelha e pastor, por viverem a mesma vida. Cristo, em seu mistério de morte e ressurreição dá a vida e a retoma. Leva-nos sempre consigo para as riquezas da graça. O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o pastor e assumir sua vida. Rezamos: “Conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor”.
 Somos filhos de Deus
             A liturgia nos traz outra dimensão de nossa vida cristã: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: “De sermos chamados filhos de Deus! E de fato o somos!...Ainda não se manifestou o que seremos, pois seremos semelhantes a Ele 1Jo 3,1-2). A filiação divina nos põe em união a Cristo em sua condição de Filho. Por isso podemos nos chamar de filhos de Deus. Não há como não se alegrar com esse dom que é nossa salvação, pois estamos unidos ao Pai através do Cristo que nos garante. Se formos filhos de Deus procedamos como Filhos no amor do Pai. “Aquele que diz que permanece nele, deve também andar como ele andou      (1Jo 2,6). No conhecimento de Cristo conheceremos também todos os que estão em Cristo. Saberemos que a redenção é para todos.
Leituras: Atos 4,8-12;Salmo 117;1João 3,1-2;João 10,11-18                                        
1.    A ressurreição de Jesus nos tira do mal e nos garante a vida eterna.
2.    O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o pastor e assumir sua vida.
3.    A filiação divina nos põe em união a Cristo em sua condição de Filho. 
Uma pedrada e uma pedra 
            Vemos nos evangelhos como a rejeição de Jesus cresce cada vez mais até chegar ao ponto de sua prisão e morte. Assim se livraram daquele mestre incômodo. Morto foi posto no túmulo e uma pedra fechou a entrada. Essa pedra foi rolada do sepulcro. O morto sumiu, disse Madalena. Sua Ressurreição simbolizada pela pedra rolada do túmulo foi uma pedrada na cabeça de quem festejou sua morte.      
Um dia pegaram em pedras para jogar em Jesus. Ele teve que fugir. Agora a pedra que é jogada fora do túmulo faz todos correrem em direção ao túmulo para viver da fé, beber da água que de lá brota e da luz que sai de seu interior. Não é a toa que Jesus disse: “Deus pode fazer dessas pedras filhos de Abraão”. Não fez ainda nenhum. Mas Pedro diz que somos pedras vivas na construção do Edifício Espiritual.
   Jesus é o pastor. Nada nos falta. Por que não falta? Porque o pastor dá a vida  pelas ovelhas. Ele as conhece como conhece o Pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário