O 2º Domingo faz
parte da Manifestação do Senhor. Apesar de Mateus ser o evangelista do ano, nesse
domingo lemos o evangelho de João no qual João Batista faz a apresentação de
Jesus aos judeus. Como o evangelho de João não narra Seu Batismo, como os
outros evangelistas, ele o faz agora. João
Batista mostra que Jesus é maior, pois existe antes dele. Vê sua missão como preparação para que Ele
fosse manifestado a Israel. Para João, é fundamental a consciência da ação do
Espírito: “Vi o Espírito Santo descer sobre Ele como uma pomba e permanecer
sobre Ele” (32). É Ele quem
batiza com o Espírito Santo. Jesus age sob o Espírito. João O apresenta como o
Cordeiro de Deus: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Esta palavra resume toda a missão de Jesus. Ele é
o Servo que carrega o pecado dos homens e se oferece como expiação. Lembramos o
cordeiro da Páscoa, símbolo da redenção de Israel. A palavra Cordeiro está
associada a Servo que é uma profecia
sobre Jesus, o Servo sofredor. O Cordeiro
é sacrificado pelo pecado, pois tira o pecado do mundo e abre a todos o caminho
para Deus. Esse sacrifício permite entrar em comunhão com Deus. Quando falamos
do sacrifício de Jesus, pensamos só na Cruz. Mas Seu sacrifício não é só um
martírio de dor, mas uma entrega total ao Pai pelo mundo em toda Sua vida. O sacrifício
de Cristo é a oferta da vontade. Fazer a vontade de Deus é o fundamento e a
consistência do sacrifício de Cristo que já está presente na Encarnação. O sacrifício
da vontade é o conteúdo do sacrifício de Cristo. É a obediência amorosa à
vontade Divina. Destrói o pecado porque lhe tira toda força de revolta contra
Deus. E realiza a comunhão.
Luz das nações
A
liturgia nos traz o texto de Isaias sobre o Servo. É uma figura muito rica que
a Igreja assumiu como profecia sobre Jesus. O Servo é preparado por Deus para a
recuperação do povo e para ser luz das nações para que a salvação chegue até os
confins da terra (Is. 49,5-6). Paulo
continua a missão de apresentar o Cristo ao mundo como Luz. No dia em que se
acreditar que Cristo é a Luz para o mundo, este poderá ser o novo céu e a nova
terra. Não esperemos a perfeição já, mas sua busca permanente. A missão é
destinada a desenvolver o homem como um todo, renovar os corações e dar vida em
abundância a todos. Não se trata só de converter corações a Deus, mas convertê-los
ao amor de todos.
Chamados as ser santos
Paulo
ensina que todos são chamados a serem santos (1Cor 1,2). A santidade consiste em deixar-se guiar pelo
Espírito que forma em nós a imagem do Filho de Deus. Esta vai se formar quando
fizermos nossa a vontade de Deus. Sabemos que quando fazemos a vontade de Deus,
Ele faz sua a nossa vontade. Por isso
disse Jesus: “Tudo que pedirdes ao Pai, Ele vo-lo dará” (Jo 15,16). Não é verdadeira uma religião voltada para si. Só
será verdadeira se for voltada para Deus e para os irmãos. A certeza da fé
cristã está quando nos abrimos à comunhão. Ser Santo é testemunhar pela vida o
sacrifício do Cordeiro, fazendo, como Ele, a vontade do Pai. Ser santo é ser
luz e apóstolo. A redenção está presente quanto celebramos a Eucaristia, “pois
todas as vezes que celebramos este sacrifício torna-se presente a nossa
redenção” (Oferendas).
Pedimos o Espírito de Caridade para que vivam unidos no amor os que são alimentados
com o mesmo pão.
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