“Por
muitas e muitas vezes vinha-me a pergunta por que Deus insiste em assumir a
nossa história humana, nossas dores, nossos sofrimentos, nossas angústias,
nossos ais.... Assumir toda a nossa humanidade (menos no pecado). Aí cheguei a
uma conclusão: Deus fê-lo para que entendamos que vale a pena ser humano”. Essas
palavras são de nosso amigo André Justino, de Goiânia, que faz as correções ao
texto de Refletindo a Palavra. A Encarnação de Jesus nos ensina que Deus se fez
Homem. Em Jesus de Nazaré temos uma Pessoa de natureza Divina e Humana. Como
entender? É absolutamente certo que Jesus é totalmente Deus e totalmente Homem.
Nem a Divindade diminui sua Humanidade, nem a Humanidade torna Jesus menos
Deus. Ele é sempre o Filho de Deus. Depois de sua Encarnação é e será sempre
homem. Agora, Ressuscitado, elevou a dignidade humana, retirando dela todo peso
de pecado. Devemos dizer que Jesus não vivia de mentirinha e fazia de conta que
era homem. Isso não é digno de Deus. Para entendermos como era Jesus, basta ver
como é cada homem. Precisamos inclusive fazer uma limpeza nas imagens e
pinturas de Cristo, inclusive em pensamentos teológicos, que desfiguram o
Cristo Homem. A compreensão que temos de Cristo varia muito de acordo com o
pêndulo da história. Nos tempos em que se acentua Sua Divindade, pensa-se mais
no Cristo glorioso. Quando se acentua Sua Humanidade volta-se mais para os
mistérios da Humanidade de Cristo. Por exemplo: Na Idade Média acentuou-se muito
o Cristo no presépio, na cruz... Vemos o exemplo de S. Francisco voltado para
pobreza. Com a evolução do pensamento, voltou-se mais para Sua Divindade. A
partir dos movimentos populares, deu-se mais importância ao Cristo Homem. Isso
influencia em todos os campos, como teologia, liturgia, imagens, pinturas
etc... Isso é bom, pois não engessa o conhecimento de Cristo em uma época ou
pensamento filosófico – teológico.
1370. Assumiu a condição de escravo
Paulo
explica na Epístola aos Filipenses (Fl 2,6-11) como os cristãos devem agir. Para isso mostrou como
Jesus agiu: Sendo Deus esvaziou-se de si mesmo. Não se apegou à glória da
Divindade, mas assumiu a condição de servo, na condição humana, e humilhou-se.
Tudo que é humano estava em Jesus menos o que temos como só nosso: o
pecado. “Uma vez que os filhos têm em comum carne e sangue, por isso participou
da mesma condição” (Hb
2,14). “Sofreu a tentação como nós, como diz a carta aos
Hebreus, para ser capaz de socorrer os que são tentados” (18). Ainda: “Não temos um sumo
sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi
provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Como diz o André, assim
ensina que vale a pena ser humano. Não podemos ter medo da natureza humana,
pois Deus a valorizou.
1371. Ter os mesmos sentimentos de Cristo
Vale
a pena ser humano, sobretudo saber que esse humano está em união ao Divino.
Jesus assumindo a natureza humana indica que ela é caminho bom para vivermos o
evangelho. As fraquezas provenientes do pecado são um estímulo a buscar sempre
mais o crescimento. É mais fácil educar o que somos que destruir. Jesus é o
modelo da perfeição humana. Por isso Paulo, no texto citado diz: “Tende em vós
o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Descreve a seguir que Jesus saiu de si,
esvaziou-se assumiu a condição de escravo. A vida cristã só vai ser coerente,
quando nos esvaziarmos para nos enchermos da divindade que se manifestará pelo
amor. Foi o que Jesus fez.
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