quinta-feira, 26 de abril de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Deus se humaniza”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1369. Deus se fez Homem.
            Por muitas e muitas vezes vinha-me a pergunta por que Deus insiste em assumir a nossa história humana, nossas dores, nossos sofrimentos, nossas angústias, nossos ais.... Assumir toda a nossa humanidade (menos no pecado). Aí cheguei a uma conclusão: Deus fê-lo para que entendamos que vale a pena ser humano”. Essas palavras são de nosso amigo André Justino, de Goiânia, que faz as correções ao texto de Refletindo a Palavra. A Encarnação de Jesus nos ensina que Deus se fez Homem. Em Jesus de Nazaré temos uma Pessoa de natureza Divina e Humana. Como entender? É absolutamente certo que Jesus é totalmente Deus e totalmente Homem. Nem a Divindade diminui sua Humanidade, nem a Humanidade torna Jesus menos Deus. Ele é sempre o Filho de Deus. Depois de sua Encarnação é e será sempre homem. Agora, Ressuscitado, elevou a dignidade humana, retirando dela todo peso de pecado. Devemos dizer que Jesus não vivia de mentirinha e fazia de conta que era homem. Isso não é digno de Deus. Para entendermos como era Jesus, basta ver como é cada homem. Precisamos inclusive fazer uma limpeza nas imagens e pinturas de Cristo, inclusive em pensamentos teológicos, que desfiguram o Cristo Homem. A compreensão que temos de Cristo varia muito de acordo com o pêndulo da história. Nos tempos em que se acentua Sua Divindade, pensa-se mais no Cristo glorioso. Quando se acentua Sua Humanidade volta-se mais para os mistérios da Humanidade de Cristo. Por exemplo: Na Idade Média acentuou-se muito o Cristo no presépio, na cruz... Vemos o exemplo de S. Francisco voltado para pobreza. Com a evolução do pensamento, voltou-se mais para Sua Divindade. A partir dos movimentos populares, deu-se mais importância ao Cristo Homem. Isso influencia em todos os campos, como teologia, liturgia, imagens, pinturas etc... Isso é bom, pois não engessa o conhecimento de Cristo em uma época ou pensamento filosófico – teológico.
1370. Assumiu a condição de escravo
            Paulo explica na Epístola aos Filipenses (Fl 2,6-11) como os cristãos devem agir. Para isso mostrou como Jesus agiu: Sendo Deus esvaziou-se de si mesmo. Não se apegou à glória da Divindade, mas assumiu a condição de servo, na condição humana, e humilhou-se. Tudo que é humano estava em Jesus menos o que temos como só nosso: o pecado. “Uma vez que os filhos têm em comum carne e sangue, por isso participou da mesma condição” (Hb 2,14). “Sofreu a tentação como nós, como diz a carta aos Hebreus, para ser capaz de socorrer os que são tentados” (18). Ainda: “Não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Como diz o André, assim ensina que vale a pena ser humano. Não podemos ter medo da natureza humana, pois Deus a valorizou.
1371. Ter os mesmos sentimentos de Cristo
            Vale a pena ser humano, sobretudo saber que esse humano está em união ao Divino. Jesus assumindo a natureza humana indica que ela é caminho bom para vivermos o evangelho. As fraquezas provenientes do pecado são um estímulo a buscar sempre mais o crescimento. É mais fácil educar o que somos que destruir. Jesus é o modelo da perfeição humana. Por isso Paulo, no texto citado diz: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Descreve a seguir que Jesus saiu de si, esvaziou-se assumiu a condição de escravo. A vida cristã só vai ser coerente, quando nos esvaziarmos para nos enchermos da divindade que se manifestará pelo amor. Foi o que Jesus fez.

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