quarta-feira, 25 de abril de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Este é meu Filho amado”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO

O Batismo
            Iniciamos o Tempo Comum com a celebração do Batismo do Senhor.  Esta festa pertence também ao Tempo da Manifestação do Senhor e inicia a vida pública. É uma das festas mais antigas da Igreja. Já era celebrada no Egito no início do século II. É a manifestação do Messias e começo de uma era nova. João estava batizando no Jordão para a remissão dos pecados. Entre os muitos que vieram batizados está Jesus: “Jesus veio da Galiléia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele”. Este termo vir é rico de significados. Deus está sempre a vir a seu povo. Agora vem através de Seu Filho. João quer se recusar a batizar por se sentir inferior, mas Jesus quer que se cumpra toda a Justiça. Podemos entender este texto lembrando que passando pelo Jordão o povo entrou na terra prometida. A arca da aliança parou no meio das águas e abriu caminho para todo povo (Js 3,14.17). É como ouvimos dos autores antigos que Cristo santificou as águas do Batismo (S. Ambrósio). Neste momento o céu se abriu (Mt 3,16). Significa a visão do Pai. Abre-se para a humanidade o contato com Deus através de Jesus. Do seio do Pai vem o Espírito Santo: “Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele” (16b). Jesus é ungido pelo Pai que lhe dá o Espírito para Sua missão. Por isso Jesus batizará com o Espírito Santo (Mt 3,11). Não identificamos o Espírito como uma pomba. Os evangelhos mostram que é como o movimento de uma pomba. Lemos no Gênesis “O Espírito de Deus pairava sobre águas” (Gn 1,2).
Filho Amado
            No momento do Batismo, o silencioso Pai diz: “Este é meu Filho”. Filho é também identificado com o Servo que se oferece para a salvação. Este Filho é o Predileto que é entregue como vítima do sacrifício, como Isaac. E continua: “Nele Eu pus o meu agrado”. O amor eterno do Pai acompanha o Filho e se agrada do modo como cumpre Sua missão. Filho e Pai se amam. Jesus o chama sempre de Abba, termo carinhoso de chamar o Pai. Na vida cristã, a partir do batismo, há um diálogo permanente com o Pai. Se formos irmãos de Jesus pelo Batismo, fomos adotados como Filhos. A partir da consciência que o Pai nos acolheu em seu Filho, acolhe também nosso amor de filhos. A consciência de nossa ligação como Pai nos levará a ter atitudes de filhos amados no relacionamento com Ele e no cumprimento de Sua vontade. Jesus é o modelo. Teremos a força do Espírito que nos animará. Somos filhos amados por Deus, com o mesmo amor que ama Seu Filho.
 O Batismo para nossa vida.
            O batismo de Jesus não é uma festinha. Não é um acontecimento que passou, mas continua como Seu modo de vida, pois o Espírito que recebeu O conduzirá em todas Suas atividades. Lemos no Evangelho as palavras que retratam Sua vida: “Cheio do Espírito Santo (Lc 4,1). Quanto ao nosso Batismo: O Espírito que recebemos forma a pessoa de Cristo em nós, como O formou em Maria e forma na Eucaristia. Movidos pelo Espírito conduzimos nossa vida como Jesus que, como diz Pedro ao pagão Cornélio: “Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder, Ele que passou fazendo o bem e curando a todos” (At 10,37-38). É o caminho do Espírito. Viver o Batismo é fazer o bem. O importante não é se batizar adulto, ou com muita água. O que vale é caminhar como Jesus tendo em conta Sua missão como lemos na primeira leitura.

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