sexta-feira, 5 de maio de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “O Senhor fez em mim maravilhas”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA, REDENTORISTA
Em união a Cristo
               “Na festa da Assunção, a Igreja faz memória específica da total assimilação da Mãe de Deus a seu Filho, a partir da Ressurreição e Glorificação do Filho, na glorificação da pessoa – a alma e corpo – daquela que por primeira, esperança nossa, foi assumida depois de seu Filho na Glória divina” (T.Frederici). Cristo tomou a carne humana do seio de Maria e esteve, assim, unido intimamente a Ela. Com razão é chamada Mãe de Deus, pois Ele é Deus. Maria, por ter unido a si o Filho, esteve intimamente unida a Ele desde o primeiro instante de Sua Encarnação. Toda a vida de Maria está unida a Cristo pela assimilação total da Mãe de Deus a Seu Filho. Esta assimilação se dá também em sua Ressurreição e Glorificação. Por isso é glorificada. O fundamento da Assunção de Maria está nos méritos de Cristo em cuja previsão foi Imaculada e por cuja Glorificação foi levada ao Céu de Corpo e Alma. O sentido da festa da Assunção está ligado à Ressurreição de Cristo. Vencendo a morte, a Assunção de Maria dá-nos a certeza que Cristo venceu a morte não só para si mas para todos os homens. A Ressurreição de Cristo é garantia para a nossa ressurreição. A Assunção dá a certeza desta ressurreição, pois uma de nós, já a conquistou.
Eis a serva do Senhor
               Maria, ao tomar conhecimento das grandezas que Deus lhe concedeu, reconhece o Criador e sua pequenez diante Dele. Ela não é humilhada pela grandeza de Deus, mas o reconhece como todo poderoso e misericordioso para com todos. A bondade misericordiosa que teve para com ela é em favor de todos. Jesus diz: “Sede misericordiosos, como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36). Somos chamados a tomar conhecimento das grandezas que a graça de Cristo operou em nós. Somos chamados a dizer: ‘Minha alma glorifica o Senhor porque olhou para nossa humildade e nos colocou a serviço do Reino’. Podemos, com Maria, reverter o quadro do sofrimento do povo passando de uma religião intimista e individualista para uma fé transformante das estruturas do mundo pervertido pelo mal. É este mesmo mal que quebrou a mulher-Eva no Paraíso e é quebrado ao meio pela Mulher -Maria que não mordeu o fruto do pecado mas sim colheu o fruto da árvore da Vida, Jesus. Na Glória, Maria continua a Serva do Senhor em favor de todo o povo, como suplica em Caná: “Eles não em mais vinho!”. Continua atenta à perseguição que fazem aos filhos que, na realidade, é a seu Filho. Ela, perseguida pelo dragão, é símbolo da Igreja perseguida no mundo de hoje por tantos dragões. Mas estes verão o seu fim. O mal será enfim vencido.
Participando de sua glória
               No salmo temos a figura da rainha que é levada ao rei acompanhada das amigas. Estas representam a comunidade que está com ela. O Rei se encantou com sua beleza (Sl 44,12). Participar da glória de Maria é ser irmão de seus filhos. Quem retira Maria da vida da Igreja, retira-se dos irmãos, como podemos contemplar no panorama de tantos que ferem o coração do povo acolhedor brasileiro que não foi feito para a malquerença. Implantada a morte do pecado, nós a vencemos com Cristo, como Maria venceu. A festa da Assunção de Maria é a festa da Igreja que nela se vê vitoriosa, como rezamos: “Aurora e esplendor a Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o povo ainda em caminho” (Prefácio). Em cada celebração rezamos com a gloriosa a Mãe de Deus e nossa Mãe. Ela continua dando Jesus.

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