Evangelho segundo S. João 6,22-29.
Depois de
Jesus ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-n’O a caminhar
sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar
notou que ali só estivera um barco e que Jesus não tinha embarcado com os
discípulos; estes tinham partido sozinhos. Entretanto, chegaram outros
barcos de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois de o
Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus
discípulos estavam ali, subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à
procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe:
«Mestre, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em
verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque
comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que
se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem
vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?». Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele
enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Pedro, o Venerável (1092-1156), abade
de Cluny
Sermão sobre o elogio do Santo Sepulcro
Escutai, povos de todo o mundo; escutai,
nações espalhadas por toda a superfície da terra; ouvi, tribos e raças diversas
(cf Ap 7,9), todos vós que vos julgáveis abandonados e que vos consideráveis até
agora miseráveis, ouvi e alegrai-vos: o vosso Criador não vos esqueceu. Ele não
quis que a sua cólera retivesse durante mais tempo as suas misericórdias; na sua
bondade, quer agora salvar, não só o pequeno número dos judeus, mas a imensa
multidão. Escutai o santo profeta Isaías [...]: «Naquele dia, a raiz de Jessé
será erguida como um sinal para os povos» (11,10). [...]
Como o próprio
Jesus atestou, Ele é Aquele que «Deus Pai marcou com o seu selo», para que seja
um sinal. Mas um sinal de quê? Para que, exaltado no cimo do estandarte da cruz,
qual serpente de bronze elevada no meio do campo (Nm 21), Ele volte para Si os
olhares, não só do povo judeu, mas de todo o universo, e atraia para Si, pela
sua morte na cruz, o coração de todos os homens. Assim, ensiná-los-á a pôr nele
toda a esperança. Ao curar-lhes todas as fraquezas, ao perdoar-lhes todos os
pecados, ao abrir a todos o Reino dos Céus encerrado há tanto tempo,
mostrar-lhes-á que é verdadeiramente «Aquele que será enviado [...], Aquele que
todas as nações aguardavam» (Gn 49,10). Ele próprio elaborou este sinal para os
povos, a fim de «juntar os exilados de Israel e reunir os dispersos de Judá dos
quatro cantos da terra» (Is 11,12).
Nenhum comentário:
Postar um comentário