PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
A
mesa do Reino é aberta a todos
Jesus
usa a imagem de banquetes em suas parábolas. Ele explica-nos que o Reino será
um convívio íntimo com Deus ao qual todos estão convidados, sobretudo os
humildes. A liturgia deste 22º domingo reflete sobre o acolhimento dos humildes
e a recusa dos soberbos. O banquete dos soberbos sacia a vaidade. O banquete de
Deus preenche o coração com o amor. Jesus fora convidado a um banquete. Notou
como os convidados lutavam pelos lugares de honra. Jesus narra uma parábola que
ensina o procedimento em um banquete. Deve-se procurar o último lugar, com
humildade, deixando ao dono oferecer os bons lugares. A maior honra está em ser
humilde e assim ser exaltado. A humildade deixa-nos bem em qualquer situação.
Estamos bem e felizes, mesmo se desconhecidos e não apreciados. Participar do
banquete da vida é ter a sabedoria da humildade, onde quer que estejamos. Jesus
explica ao senhor que o convidará que o banquete, o convívio do amor, não pode
ser reservado a uma burguesia que retribuirá. Assim ficam elas por elas. Mas o
convívio do amor deve estender-se a todos os que não podem retribuir. Assim
recebemos de Deus que paga a conta dos pobres. Ele retribuirá. Deus assim faz,
abrindo o banquete do Reino a todos. Esses pobres são mediadores da salvação aos
que sabem construir a vida na humildade. A humildade nasce da constatação de
que Deus é absoluto.
Para
o orgulhoso não há remédio
A primeira leitura faz um discurso muito forte sobre o orgulho: “Para o
mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada
nele, e ele não compreende” (Eclo 3,30). Jesus não suportava o orgulho. Com
razão, pois é a maior tentação: “Sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”
(Gn 3,5), diz o demônio no Paraíso. Esse mal está de tal modo enraizado no
coração das pessoas que acaba sendo a fonte de todos os pecados. Pecamos porque
achamos que somos os donos do bem e do mal. O orgulho cega o coração. “É norma
divina que a assembléia dos soberbos, doente em si mesma, é terreno propício
para árvore do pecado, sem que esses se dêem conta, tirando até a consciência
de serem assim” (Frederici). É por isso que o próprio Eclesiástico já dá o
remédio para esse mal: “Na medida em que fores grande deverá praticar a
humildade” (Eclo 3,20). É o mesmo conceito que possui Jesus: “Vá sentar-te no
último lugar” (Lc 14,10). É uma questão de educação espiritual. No último lugar
aprendemos com Jesus, que “era de condição divina, mas esvaziou-se de si mesmo
e assumiu a condição de servo, por isso Deus o exaltou” (Fl 2,6.7.9). Deus
revela seus mistérios aos humildes (Eclo 3,20).
Desejos
de sabedoria
Fazer-se
pequeno é reconhecer a grandeza de Deus e nele confiar. Ele olhou para a
humildade de sua serva, canta Maria. O Eclesiástico continua dando a receita
para vencer todo orgulho, que no fundo é uma idolatria: “O homem inteligente
reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido atento deseja a sabedoria”
(31). O orgulhoso é um ignorante sobre Deus e sobre o próprio ser humano. “O sábio é humilde e se conhece pela
sabedoria que dele emana, e o ouvido bom terá sempre o insaciável desejo de
escutar, assumir e colocar em prática a sabedoria que vem do Senhor e da vida”
(Frederici). Na Eucaristia participamos do banquete da vida, aprendemos a
humildade nos sinais e na igualdade dos comensais. A Eucaristia deve passar à
vida de cada dia, na humildade e simplicidade.
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