Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.
Naqule tempo,
quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego sentado a pedir esmola à
beira do caminho. Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era
aquilo. Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que ia a passar. Então,
bradou: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!» Os que iam à
frente repreendiam-no, para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais:
«Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e mandou que lho
trouxessem. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que te
faça?» Respondeu: «Senhor, que eu veja!» Jesus disse-lhe: «Vê. A tua fé te
salvou.» Naquele mesmo instante, recobrou a vista e seguia-o, glorificando a
Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Rafael Arnaiz Barón (1911-1938),
monge trapista espanhol
Escritos espirituais, carta a sua tia, 16/11/1935
«Recobrou a vista e seguia-O, glorificando a Deus»
Tenho um tesouro tão grande. Quereria gritar
de alegria e proclamar a toda a Criação: louvai o Senhor, amai o Senhor, que é
tão grande, que é Deus. […] O mundo não vê; o mundo está cego e Deus tem
necessidade de amor. Deus tem necessidade de muito amor. Não consigo dar-Lhe
tudo o que Ele me pede, sou pequeno, estou a enlouquecer, queria tanto que o
mundo O amasse, mas o mundo é seu inimigo. Senhor, que grande suplício! Vejo-o e
não consigo remediá-lo. Sou demasiado pequeno e insignificante. O amor que tenho
por Ti esmaga-me, quereria que os meus irmãos, todos os meus amigos, todo o
mundo, Te amasse muito. […]
Que pena me fazem os homens que, vendo
passar o cortejo de Jesus e dos seus discípulos, ficam insensíveis. Que alegria
não sentiriam os apóstolos e os amigos de Jesus de cada vez que uma alma abria
os olhos, deixava tudo e se unia a eles, seguindo o Nazareno, a Ele, que não
pedia senão um pouco de amor. Vamos segui-Lo, minha querida irmã? Ele vê as
nossas intenções e olha para nós, sorri e ajuda-nos. Não há nada a temer;
seremos os últimos do cortejo que percorre as terras da Judeia, em silêncio, mas
alimentados por um amor enorme, imenso. Não são precisas palavras. Não
precisamos de chegar ao seu alcance para que Ele nos veja. Não precisamos de
grandes obras, nem de nada que Lhe chame a atenção: seremos os últimos amigos de
Jesus, mas aqueles que O amam mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário