PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Ele nos entregou seus bens
Estamos
terminando o ano litúrgico. Nesse período somos chamados à vigilância para ir
ao encontro do Senhor, Juiz do Universo. Com a próxima festa de Cristo Rei
sabemos a direção a tomar e o caminho a percorrer. O caminho da vigilância é o
bom uso dos bens que recebemos de Deus para produzir. No evangelho de hoje
ouvimos a parábola dos talentos. As riquezas de Deus nos foram confiadas para
que as fizéssemos produzir. Deus não pede que tenhamos tudo, mas que façamos
produzir frutos os dons que recebemos. Ninguém é mais que ninguém. Menor é o
que não aproveita os dons que tem. Não é matemática nem economia, mas
correspondência aos dons que nos foram confiados. Preguiça espiritual é
sinônimo de corpo morto, inútil e prejudicial. Quais são os talentos que
recebemos? (Talento equivalia a 26 kg de ouro ou prata – 6.000 dias de trabalho
– 5 talentos eram um valor altíssimo). Um talento não era uma moedinha. Nós
chamamos talentos os dons que recebemos. Valem mais que dinheiro. Além dos dons
pessoais recebemos as preciosas riquezas dadas por Deus em Cristo: Sua Igreja,
os Sacramentos, a Palavra de Deus, a vida da comunidade, os ministérios, a
evangelização, o mundo criado que nos foi dado a cuidar e o amor ao próximo,
sobretudo o necessitado. Não produzir significa morrer. Não bastam oraçõezinhas
para a salvação. É preciso produzir frutos. Esta é a vigilância que Jesus pede:
responsabilidade sobre o que nos foi confiado. Não se trata de ficar apavorado
com um mundo que pode acabar de uma hora para a outra. Isso fica por conta de
quem não tem o que fazer com os dons confiados a ele. O maior dom é o cuidado
dos necessitados. Nossa missão é resgatar o tempo presente de todas as
iniqüidades, pois os dias são maus. A educação cristã fixou-se quase só na
prática de orações e rito e não tomou conta da vida no seu todo.
ABC da mulher de valor
O
texto da primeira leitura é um poema alfabético. Cada frase começa por uma
letra do alfabeto. No texto atual está reduzido. Cada frase é uma virtude da
mulher que sabe usar o talento de sua feminilidade como esposa e mãe na
administração da casa e a criação dos filhos. Não havia lojas. Ela mesma
produzia o fio para fazer as roupas. A vigilância é ser operoso no cumprimento
de nosso dever e no uso de nossos talentos. Vamos prestar contas a Deus do
tempo perdido. A pobreza espiritual e humana faz perder tempo com tantas coisas
desnecessárias e inúteis como a vaidade, a distração vazia e as atitudes
inúteis. Deus quer alegria, entusiasmo, participação e empenho na vida social.
Mas é preciso vigiar para produzirmos obras no uso dos talentos. O salmo nos
convida: “Felizes os que temem o Senhor”. A família é o santuário de viver no
temor do Senhor.
Filhos da luz
Paulo,
respondendo às questões que lhe puseram os tessalonicenses, explica como vai
ser o dia da vinda do Senhor. Não importa quando, mas que a vida seja operosa
vivendo como filhos da luz. É preciso tirar os sinais de morte e implantar os
sinais de vida, despertar do sono das obras das trevas, e vestir-se das armas
da luz. É caminhar como em pleno dia, sem orgias. Quais são as trevas que estão em nós? Ou
somos luz? Não podemos esperar um Senhor que virá só no fim dos tempos, mas ir
ao encontro Daquele que vem na pessoa
dos necessitados e nos questionamentos dos sinais dos tempos.
Leituras:
Provérbios 31,10-13.19-20.30-31; Salmo 127;1ª Tessalonicenses 5,1-6;
Mateus 25,14-30
1.
O final do ano litúrgico nos chama à
vigilância. Jesus nos conta a parábola dos talentos. Recebemos os dons de Deus
para produzir frutos. A preguiça é prejudicial. Vigilância pede
responsabilidade sobre o que nos foi confiado. Não é restrito à vida
espiritual, mas ao todo da vida.
2.
A
mulher virtuosa é a que sabe usar sua feminilidade como esposa e mãe e senhora
da casa. Vamos prestar contas do tempo perdido. Temer a Deus é assumir a vida
de produzir frutos.
3.
Paulo
explica como vai ser a vida do Senhor. Não importa quando, mas que a vida seja
operosa, vivendo como filho da luz. É preciso vestir-se das armas da luz. Não
esperar o Senhor para o fim dos tempos, mas ir a seu encontro na pessoa do
necessitado e nos questionamentos dos sinais dos tempos.
Preguiça
dá prejuízo
A
parábola dos talentos é sempre uma chamada de atenção. Talento é o nome de uma
moeda que valia bastante. Nós aplicamos o termo aos talentos e qualidades que
Deus nos confia. Estamos num tempo litúrgico no qual refletimos sobre a
vigilância
Cada
um recebeu um tanto. Um recebeu pouco. Os outros fizeram render. Este um,
enterrou e devolveu com cara lavada. O senhor recompensou a responsabilidade e
o empenho dos dois que receberam mais e recriminou o que simplesmente encostara
o compromisso. Até o pouco que tinha lhe foi tirado.
Deus
nos deu dons para produzir e aumentar com nosso esforço o que foi dado por pura
bondade. Vagabundagem, preguiça não levam a nada. Reclamamos que Deus não nos
ajuda. Ele ajuda e dá benefícios. Se não respondermos com generosidade,
perdemos até o que temos.
A primeira leitura nos fala da bela figura da mulher forte que
administra sua vida, sua casa, sua fé, com força e entusiasmo. Isso é estar
vigilante esperando a vinda do Reino de Deus.
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