“Eu sou o pão vivo descido dos
Céus. Quem comer desse pão viverá eternamente. O pão que eu darei é minha carne
dada para a vida do mundo” (Jo 6,51). Qual é a ligação que Jesus faz do pão com
sua morte de Cruz? Na Quinta-Feira Santa se deu a nós no símbolo do pão e do
vinho, mandando que fizéssemos a mesma coisa: “fazei isto em memória de mim”. O
que fazemos é o seu gesto. O sentido e o conteúdo do que fazemos é o que Ele
realizou: “Isto é meu corpo que é dado; o sangue é o da nova aliança que será
derramado” (e o foi na Paixão) “por e por todos, para a remissão dos pecados”.
Carne dada para a vida do mundo. Sangue é verdadeira bebida. O sangue era a vida na linguagem comum. O que
a eucaristia realiza é a mudança do alimento material (pão e vinho – comida e
bebida) para a vida. Realiza-se uma união com nossa pessoa (vivemos a vida divina),
temos a vida eterna e a ressurreição. O texto contém também o aspecto de
aliança. O sangue sela a aliança com Deus e gera a união. Quem comer Sua carne
vive por Ele. “Como o Pai que vive e Me enviou e Eu vivo pelo Pai, quem Me
recebe como alimento viverá por Mim” (57). A Eucaristia nos une a Cristo. Essa
união é simbolizada pela união que o alimento realiza em nós dando-nos ao mesmo
tempo, vida. Recebendo a vida de Cristo, participamos de sua missão de dar a
vida e entregar a vida para que haja vida. O sentido de partir e repartir que
há na Eucaristia é sacrifical: dá vida. O memorial da Paixão celebrado é a
realização hoje do mesmo amor que Deus manifestou em Seu Filho. Somos
Eucaristia quando promovemos a vida, doando nova vida pela colocação da vida em
ação a favor dos irmãos.
Colher os frutos
da redenção
A oração
da missa pede para que, “venerando os mistérios de vosso corpo e do vosso
sangue, possamos colher os frutos da vossa redenção”. A Eucaristia é vida para
o mundo. Essa vida penetra-nos a ponto de possuirmos a vida de Deus. Colher os
frutos da Redenção é receber tudo o que a vida de Deus tem a nos dar. Colhemos
frutos sempre que participamos e acolhemos na fé e no coração o augusto
mistério. A vida cristã tem de ser sempre alimentada pela Eucaristia. Não se
entende como ir à missa seja só uma obrigação. Chegou-se a ponto de obrigar sob
pena de pecado mortal perder a missa e ao menos uma vez por ano receber a
comunhão. Comunhão não é só receber a hóstia mas unir ao Cristo que se oferece
ao Pai pelo mundo. Comunhão nos une a Cristo em seu dom de redenção. Não é
prêmio para os bons, mas remédio que nos liberta do pecado e fortalece em
Cristo.
Culto da
Eucaristia
A Igreja, no decorrer dos
séculos desenvolveu o culto à Eucaristia que permanece no sacrário após a
missa. Sua finalidade é ser levada aos necessitados e doentes. A fé na presença
de Cristo levou o povo fiel a cobrir de carinho e amor o Pão Consagrado. Tudo
se torna um culto cheio de fé e devoção expressos nos rito, livros, artes e
meditação adoradora do Cristo presente. Quantos santos passaram parte de sua
vida diante do Ssmo Sacramento! Que belos Altares! Que músicas ternas! Quanto
Amor! Santo Afonso fez um livrinho de “Visitas ao Santíssimo” que tem mais de
2000 edições. É uma boa receita para que possamos mostrar nosso amor. O Santo
Padre Pio, foi visto tirando este livrinho do bolso.
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