Santa Patrícia nasceu em Constantinopla no início do século VII. Filha de família nobre, seu pai era Constante II (668-685), imperador de Constantinopla e descendente de Constantino, o grande, o imperador que decretou o Cristianismo como religião oficial do Império Romano.
Santa Patrícia foi educada por uma ama de nome Aglaia, que era cristã. Muito cedo fez voto de virgindade. Seu pai, porém, sem saber das intenções da filha, como era costume na época arranjou-lhe um nobre casamento. Patrícia explicou a seu pai suas intenções, que de imediato ele não aceitou. Patrícia então fugiu com Aglaia, e mais algumas amigas que tinham o mesmo ideal, levando parte de seus bens. Ela foi para as ilhas gregas e depois para Nápoles, Itália.
Em Nápoles ela passou a ajudar as igrejas da cidade com seus bens, não só na decoração com ornamentos dignos, como também com utensílios essenciais para as celebrações litúrgicas. Patrícia também ajudava os conventos que cuidavam dos pobres e conseguiu várias relíquias de santos mártires para que fossem colocadas nos altares das igrejas.
Patrícia foi para Roma colocar-se sob a proteção do Papa Libério numa possível perseguição por parte de seu pai; das mãos deste papa ela recebeu o véu, símbolo de consagração a Deus.
Após o falecimento de seu pai, Patrícia voltou para sua terra natal com Aglaia e suas amigas. Ela então renunciou oficialmente à sua herança e à coroa, e distribuiu seus bens aos pobres. Depois, ela intentou ir em peregrinação à Terra Santa, mas o navio que a levava enfrentou ventos contrários que o fez atracar no litoral de Nápoles. Patrícia, bem como algumas de suas companheiras, foi arremetida à Ilha de Megaride, também conhecida como Castel dell’Ovo, onde havia um pequeno convento. Ali ela foi socorrida e acolhida elas Irmãs. Ela entretanto estava muito ferida devido ao naufrágio.
Santa Patrícia faleceu pouco tempo depois no convento de Megaride. A fiel serva Aglaia organizou o funeral com a participação de muita gente, inclusive do bispo e do nobre da cidade.
Como Patrícia havia gostado muito de Nápoles, tinha indicado o local onde gostaria de ser sepultada, isto é, diante do Mosteiro das Irmãs basilianas, dedicado aos santos Nicandro e Marciano. Ali ficaram suas relíquias e posteriormente o convento passou a ser chamado das Irmãs Patricianas, ou de Santa Patrícia.
O povo napolitano passou a difundir o seu culta tornando-se ela padroeira da cidade junto com São Genaro.
Ela foi canonizada em 1625, e em 1864, devido acontecimentos históricos e políticos, as relíquias da Santa, revestidas de cera e colocadas em uma urna feita de ouro, prata e adornada com pedras preciosas, foram transladadas para o Mosteiro de São Gregório Armênio, onde foram depositadas na capela lateral da monumental igreja do mosteiro.
A população sempre venerou a Santa, assistindo estupefata o prodígio da liquefação do sangue que emana de um dente conservado em um relicário. Durante vários séculos a liquefação do sangue ocorreu de várias formas e em tempos diferentes. Este milagre é menos conhecido do que a liquefação do sangue de São Genaro, patrono principal da cidade de Nápoles.
Seu culto é celebrado no dia 25 de agosto.
Santa Patrícia nos dá o exemplo da perseverança, do respeito aos templos, ao culto e aos objetos sagrados. Ao renunciar à coroa e distribuir seus bens aos pobres, ela nos mostra onde está a verdadeira felicidade e nos faz lembrar que os bens deste mundo são passageiros e não valem nada em vista da felicidade verdadeira que Nosso Senhor Jesus Cristo reservou àqueles que o seguem.
Etimologia:Patrícia = do latim,“de nobre descendência”.
Fonte: www.santiebeati.it
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