Evangelho segundo São João 1,45-51.
Naquele tempo, Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos Aquele de quem está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas. É Jesus de Nazaré, filho de José».
Disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem ver».
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?» Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu: «Porque te disse: "Eu vi-te debaixo da figueira", acreditas. Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Milão, doutor da Igreja
Carta 2, 1-2, 4-5, 7; PL 16, 879-881
Enche o teu coração pela leitura
e irriga os outros com a tua palavra
Recolhe a água de Cristo, a água que louva o Senhor. Recolhe a água que vem de várias fontes, a água que chove das nuvens dos profetas. Quem recolhe em si mesmo a água dos montes, ou tira água das fontes, começa a derramá-la como as nuvens. Enche o teu coração e a tua mente com esta água, para que a tua terra se torne húmida, irrigada pelas suas próprias fontes. Ora, é lendo inteligentemente que enchemos o nosso espírito; e quem está cheio pode irrigar os outros. É neste sentido que a Escritura diz: «Quando as nuvens estão carregadas, derramam chuva sobre a terra» (Qo 11,3). Que a tua palavra abundante flua, pois, com transparência e clareza. Deste modo, derramarás nos ouvidos do teu povo um ensinamento cheio de doçura. Seduzido pela graça das tuas palavras, ele seguir-te-á de bom grado para onde quer que o conduzas.
Que as tuas palavras sejam cheias de sabedoria. Como diz Salomão, «Os lábios dos sábios resguardam-nos» (Pr 14,3), e também: «Os lábios dos sábios espalham conhecimento» (Pr 15,7): que a tua exposição seja clara, que a inteligência seja iluminada por ela e que o teu discurso não precise de se apoiar nos dos outros, mas seja forte pelas suas próprias armas. Que nenhuma palavra sem sentido saia da tua boca em vão.
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