“Minha filha, aqui é a vontade de Deus! Ele quer você na França. Os jovens ignorantes abandonados estão esperando por você. Vá, portanto, como uma filha generosa de São Vicente de Paulo e evangelize os pobres”, disse um eremita à jovem Joana Antida Thouret.
Joana Antida Thouret nasceu em Sancey-le-Long, próxima de Besançon, na França, no dia 27 de novembro de 1765. Francisco e Cláudia eram seus pais, tiveram cinco filhos sendo ela a primeira. Joana, de natureza melancólica, tinha uma saúde delicada, um caráter gentil e era muito caridosa. Desde cedo aspirava a uma vida de comunhão com Deus. A família simples, dedicada a vida rural, sempre foi voltada para a fé cristã.
Quando aos dezesseis anos sua mãe faleceu, Joana ficou tão abalada que só encontrou amparo na imensa devoção que dedicava à Virgem Maria. A partir de então ela teve de assumir as responsabilidades da casa e da família, da qual cuidou com muito amor e determinação. Mas o apelo de Deus ao seu coração era muito forte e aos 22 anos, com o consentimento do pai, ela ingressou no noviciado do Convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, indo para Langres e depois para Paris.
Naquela época era normal a noviça ser submetida aos trabalhos pesados da comunidade. Assim foi com Joana que, em função da mudança de clima e do grande esforço físico, acabou adoecendo gravemente. Temendo ser enviada de volta para a casa paterna, rezou muito pedindo a Deus para cura-la. Foi atendida através de uma dedicada enfermeira que a tratou com medicação especial. Em 1788 recebeu o hábito religioso das vicentinas.
Nesta época, a Revolução Francesa espalhava morte e terror, levando muitos religiosos, leigos e sacerdotes à condenação e à morte pela guilhotina. Em 1795 Joana e suas companheiras foram para a Suíça, mas em 1797 ela retornou a sua cidade natal. Em 1799 fundou em Besançon uma escola gratuita para meninas, onde funcionava também o atendimento aos pobres. Algum tempo depois abre uma nova escola e uma farmácia. Entretanto os revolucionários a descobriram e teve de se esconder por dois anos.
Em 1799 pôde retornar e junto com quatro religiosas fundou outra escola com farmácia, formando o primeiro núcleo do Instituto das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Em 1802 escreveu as regras e em 1807 fundou o Instituto das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Logo as discípulas de Joana Antida aumentaram e a nova congregação se expandiu pela França, Suíça, Saboia e Nápoles. Nesta cidade, em 1810, Joana assumiu a direção de um grande hospital. A Santa passou a última etapa de sua vida em Nápoles, onde empreendeu intensa atividade abrindo muitos institutos, desenvolvendo assim sua congregação.
Em 23 de julho de 1819 as regras do Instituto são aprovadas pelo Papa Pio VII.
Joana continuou a empreender vigorosos esforços na fundação de novas casas até que no dia 24 de agosto de 1826 faleceu no convento de Nápoles rodeada por suas religiosas.
Foi beatificada em 23 de maio de 1926 pelo Papa Pio XI e canonizada também por ele em 14 de janeiro de 1934, tendo sido indicada sua celebração para o dia de sua morte.
Basílica de Sta.Joana Antide Thouret em sua cidade natal. |
"Sou filha da Igreja, sejam vocês também comigo"
Joana nasceu no seio de uma família camponesa pobre, na aldeia de Sancey-le-Long, na França. Órfã de mãe, aos 16 anos a substituiu nos afazeres domésticos como também no trabalho do campo. Mas, a única que conseguiu consolá-la nesta imensa dor foi a Virgem Maria, à qual Joana era particularmente devota. Nossa Senhora tornou-se para ela uma verdadeira mãe, desde quando perdeu sua mãe terrena. Sua vocação para a vida religiosa também começou a se delinear, mas ela teve que se deparar com a rejeição do seu pai, que não aceitava a sua decisão.
A Revolução francesa e a supressão de Ordens
Aos 22 anos, Joana conseguiu entrar para a Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris. Porém, a Revolução Francesa estourou e todas as Ordens religiosas foram abolidas. Então seguiu o abade Receveur no seu exílio em Friburgo, Alemanha, e com ele se dedicou aos cuidados dos enfermos e à reabilitação das jovens. Depois, se transferiu para a Suíça, mas, finalmente, conseguiu regressar para Besançon, na França, onde, em 1797, abriu uma Escola para meninas pobres, sem deixar de assistir aos enfermos. Outras jovens uniram-se a ela: este foi o primeiro núcleo da nova Congregação, as Filhas da Caridade. O novo Instituto obteve a aprovação de Pio VII, em 1819, e também lhe concedeu a isenção da jurisdição episcopal.
Discórdia da "Filia Petri" com o Arcebispo de Besançon
Esta isenção, concedida pelo Papa, foi, para Joana, o início de um verdadeiro e próprio calvário. De fato, não obstante este reconhecimento Pontifício, o arcebispo de Besançon negou à Congregação a permissão de permanecer ali. Ele queria um Instituto em nível diocesano. Por isso, Joana foi a Roma para conversar com o Papa sobre este impasse. No entanto, em Besançon, foi eleita uma nova Superiora em seu lugar, que, no seu retorno, até lhe proibiu entrar no Instituto. Então, Joana decidiu, com o coração partido, desistir ao ver seu Instituto dividido. Desta forma, transferiu-se para Nápoles para administrar um grande hospital com algumas Irmãs que permaneceram fiéis. Às suas coirmãs confiou um programa de vida: “a glória de Deus e a santificação dos membros da Congregação, através das obras de misericórdia e da fidelidade heroica à Sé Apostólica”, a ponto de receber o título de "Filia Petri".
Joana faleceu em 1826, sem ver a reunificação dos dois ramos do Instituto que fundou, que ocorreu apenas em 1954. Santa Joana Antida Thouret foi beatificada e canonizada por Pio XI, em 1934.
Nenhum comentário:
Postar um comentário