Evangelho segundo São Mateus 22,1-14.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas,
disse-lhes: «O Reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir.
Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: "Dizei aos convidados: preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto, vinde às bodas".
Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio;
os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos.
O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade.
Disse, então, aos servos: "O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes".
Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados.
O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial
e disse-lhe: "Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?". Mas ele ficou calado.
O rei disse, então, aos servos: "Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí, haverá choro e ranger de dentes".
Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1098-1179)
Abadessa beneditina e doutora da Igreja
Livro das Obras Divinas, cap. 6
A veste da alma
Quando as energias da alma arrancam os desejos carnais do espírito do homem, o desejo de Deus suspira dentro dele. Então, a alma entrelaça estes suspiros – a oração interior – e, tal como a abelha constrói um favo de mel na sua colmeia, assim se constrói na alma o palácio interior de Deus. As energias da alma têm uma força imensa, porque o homem conhece e sente Deus através delas, por muito dependente que esteja dos desejos da carne.
O Criador da terra fez da alma uma verdadeira oficina; ela é o instrumento do homem para todas as suas obras, pois Deus criou-a em conformidade com ele. Esta alma, obra de Deus em pessoa, que opera até ao último dia do mundo, é para cada homem como que uma presença sagrada, divina, invisível. Depois do último dia do mundo, quando o homem tiver sido totalmente transformado em espírito, terá uma visão perfeita da sagrada divindade, de todos os espíritos e de todas as almas.
A alma é uma energia fecunda, que comunica o seu movimento e a sua vida ao homem todo. Assim como o homem usa uma veste de tecido, assim também a alma se reveste de todas as obras que realiza, cobrindo-se com elas, tanto as boas como as más. Depois de deixar este corpo, as boas ações brilharão nela como uma veste decorada com o brilho do ouro mais puro, mas as más cheirarão mal como uma veste manchada de imundícies!
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