Joana, mais conhecida como Vanna, nasceu em Carnaiola, próximo de Orvieto, em 1264. Como ficasse órfão aos cinco anos, suas companheiras de brincadeira procuraram assustá-la dizendo que não tinha quem olhasse por ela e que morreria de fome. Porém a menina respondeu sem se intimidar: “Eu tenho um pai melhor do que o vosso”. As crianças perguntaram o que significava isto e Joana levou-as até a igreja e lhes mostrou uma imagem do Anjo da Guarda: “Eis aqui o meu pai e a minha mãe, com ele estarei menos abandonada do que vocês. Ele velará por mim”.
Aos dez anos se consagrou a Jesus e já desejava uma vida de completa dedicação a Ele. Trabalhou de modista em Orvieto; de forma silenciosa, seus protetores prepararam seu casamento e ela fugiu de casa, se refugiou na casa de uma amiga e se tornou Terciária Dominicana, rechaçando a vantajosa proposta matrimonial. Assim, aos 14 anos Joana recebeu o hábito branco daquela Ordem.
A partir desse momento, se consagrou inteiramente ao serviço de Deus e dos pobres. Segundo a tradição, Joana se mostrava particularmente bondosa com aqueles que a aborreciam e fazia penitência por eles; esse era o motivo pelo qual se dizia em Orvieto que se alguém desejava que a beata rezasse por si, tinha que molestá-la.
Joana viveu uma intensa devoção pela Paixão de Cristo, que foi acompanhada de fenômenos místicos; tinha uma castidade perfeita, que, segundo a legenda, a Providência a salvou duas vezes de ser violada. Joana teve também o dom de profecia e numerosas tentações que sobre enfrentar com a graça e o amor divino.
O Beato Santiago de Mevania, que se encontrava então no convento dos dominicanos de Orvieto, foi seu diretor espiritual durante vários anos. Conta-se que Joana se confessou com ele em Orvieto, quando o cadáver do beato se achava em Mevania (atual Bevagna).
Não lhe faltaram críticas e desprezos por parte de alguns de seus concidadãos que duvidavam de sua virtude. Ela suportou com paciência e humildade todas as dificuldades, inclusive as doenças que teve que suportar, que foram muitas e longas. Sob sua direção silenciosa formou pessoas no amor de Deus; conseguiu a conversão dos hereges patarinos de Orvieto, que negavam a Eucaristia, e a pacificação da cidade nas lutas entre guelfos e gibelinos.
Joana predisse vários dos milagres que ocorreriam depois de sua morte, mas fez tudo quanto pode para esconder as graças extraordinárias que o céu lhe havia concedido. Não pode ocultar, entretanto, seu desapego do mundo, sua humildade e sua mansidão. Nos últimos dez anos de sua vida, todas as sextas-feiras, em êxtase, parecia um crucifixo vivo, e seus ossos se deslocavam com fragor.
A beata professou sempre particular devoção pelos Anjos. Morreu em odor de santidade assistida por eles no dia 23 de julho de 1306, e sobre seu sepulcro ocorreram muitos milagres. Seu corpo repousa na igreja de São Domingos.
Foi declarada beata em 1743 e seu culto foi aprovado em 11 de setembro de 1754 pelo Papa Bento XIV. Em 1926 foi declarada patrona das costureiras e dos alfaiates italianos.
Fontes: evangeliodeldia.org; http://www.santiebeati.it/dettaglio/90787 Heroinas da Cristandade
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