Vítor, de origem africana, foi Papa por dez anos. Combateu contra várias heresias, sobretudo a do Adocionismo, que definia Jesus como um homem adotado por Deus. Deve-se a ele a celebração da Páscoa no domingo seguinte àquela Judaica. Faleceu em 199, provavelmente como mártir, sob Septímio Severo.
Vítor nasceu na província romana da Tunísia, na África. Este dado é muito comprovável, pois na Catedral Católica de Tunes, à esquerda do altar, existe um mosaico que retrata a face de São Vítor. sabe-se que era filho de um homem que se chamava Félix.
Sob o papado de Vítor I surgiram várias contribuições para o cristianismo: foi estabelecido que qualquer tipo de água, quer seja de um rio, mar ou outras fontes, poderia ser utilizada para a realização do batismo, no caso da falta de água benta.
No campo litúrgico, a controvérsia que encontrou foi a da celebração da Páscoa. As Igrejas da Ásia do período pré-consular e as de origem judaica a celebravam no dia 14 do mês de Nisan, daí o nome de Quartodecimani e, do outro lado, as igrejas ocidentais, incluindo a de Roma, a celebravam no primeiro domingo após a data da páscoa judaica, enfatizando o dia em que Jesus ressuscitou. Essa controvérsia viu as grandes figuras da fé cristã envolvidas nos dois lados, como São Policarpo de Esmirna, Santo Irineu, Aniceto, Papirio, Melitão etc. Vítor I convocou sínodos nas várias igrejas para obter uma resposta específica sobre o assunto, favorável ou não à celebração do domingo. No entanto, uma vez que as Igrejas Orientais permaneceram em suas posições, ele impôs a excomunhão a todos os dissidentes, mas depois não a aplicou, dadas as mediações de bispos competentes não-orientais, visando evitar um cisma sério.
No entanto, durante o século III, a escolha de Roma foi então pacificamente aceita.
Este outro episódio nos apresenta o Papa Vítor I como o primeiro Papa a afirmar a supremacia da Igreja de Roma sobre as outras. É visto impondo a celebração dos Sínodos nas várias igrejas e sua obediência; até o ato de impor a penalidade da excomunhão, a celebração da Páscoa em uma única data universal, revela os primeiros sinais do que será a primazia de Pedro e, portanto, de Roma nos séculos futuros.
Outras heresias que apareceram durante o seu pontificado foram vigorosamente combatidas, como o adocionismo que apresentou Jesus como um homem puro adotado por Deus como seu filho e, assim, elevado à posição divina.
O papa Vítor I apresenta outra característica: ele era africano e junto com São Melquíades (papa 100 anos depois), eles foram os únicos papas da África, provando a importância do norte da África e das áreas próximas à Ásia Menor, no tempo dos romanos.
São Vítor I foi o décimo quarto papa da Igreja Católica Apostólica Romana, eleito em 189. Faleceu, provavelmente sofrendo martírio, sob imperador Septímio Severo, em 199, portanto, seu pontificado durou 10 anos. Foi um longo período, considerando que naquele momento histórico as perseguições recorrentes dos vários imperadores aos cristãos aumentavam e só cessaram em 313-14. Quase todos os papas dos primeiros 300 anos da Igreja foram mártires.
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