Precisamente hoje estamos a celebrar a vitória daqueles que, no nosso tempo, deram a vida por Cristo, deram a vida temporal para possuí-la pelos séculos na sua glória. Trata-se de uma vitória particular, porque é compartilhada pelos representantes do clero e dos leigos, jovens e idosos, pessoas de várias classes e posições. Entre eles estão D. Antoni Julian Nowowiejski, Pastor da Diocese de Plock, torturado até à morte em Dzialdowo; e D. Wladyslaw Goral de Lublim, torturado com particular ódio somente porque era Bispo católico. Há sacerdotes diocesanos e religiosos, que morreram porque não quiseram abandonar o seu ministério, e aqueles que morreram servindo os companheiros de prisão, doentes de tifo; há pessoas que foram torturadas até à morte pela defesa dos judeus.
No grupo dos Beatos existem irmãos religiosos e irmãs, que perseveraram no serviço da caridade e na oferta dos seus tormentos pelo próximo. Entre estes Beatos mártires contam-se também leigos. Há cinco leigos jovens, formados no oratório salesiano; um ativista zeloso da Ação Católica, um catequista leigo, torturado até à morte pelo seu serviço, e uma mulher heroica que deu livremente a sua vida em permuta daquela da sua nora, que esperava um filho. Hoje estes Beatos mártires são inscritos na história da santidade do Povo de Deus, peregrinante em terra polaca há mais de mil anos.
Se hoje nos alegramos pela beatificação de 108 Mártires clérigos e leigos, fazemo-lo antes de mais porque eles são o testemunho da vitória de Cristo, o dom que restitui a esperança. Enquanto realizamos este ato solene, num certo sentido revive em nós a certeza de que, independentemente das circunstâncias, podemos obter a vitória plena em tudo, graças Àquele que nos amou. Os Beatos mártires bradam aos nossos corações: crede que Deus é amor! Acreditai n'Ele, no bem e no mal! Despertai a esperança em vós! Que esta dê em vós o fruto da fidelidade a Deus em cada provação!
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 13 de junho de 1999.
No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, Alemanha, o Beato José Zaplata, religioso da Sociedade Missionária do Sagrado Coração de Jesus foi martirizado. Condenado a uma prisão terrível por causa de sua fé, ficou seriamente doente ao cuidar dos outros enfermos, tendo assim, consumado seu martírio.
Ele era filho de José e Maria, agricultores, nasceu em 5 de Março, 1904 em Jerka (Polônia). Os poucos meios de sua família não permitiram que fosse alem dos estudos básicos.
Era um jovem piedoso e puro, e quando terminou o serviço militar entrou na Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus, fazendo em Poznam a sua primeira profissão no dia 8 de setembro de 1928 e dez anos depois, em 10 de Março de 1938, a profissão solene. Ele trabalhou na cúria episcopal de Poznam às ordens do Cardeal Primaz Augusto Hlond. Depois passou a Lvov, onde trabalhou como sacristão na igreja de Santa Isabel, sendo, ao mesmo tempo superior de sua comunidade religiosa.
Quando Poznam foi ocupada pelos nazistas, ele foi preso em agosto de 1940, sendo enviado para o campo de concentração de Mauthausen, depois passou a Gusen, e em 8 de dezembro do mesmo ano foi para o Campo de Dachau.
Em fevereiro de 1945, o campo foi declarado uma área de epidemia de tifo, e os doentes foram isolados em quartéis. José estava ciente de que, se oferecendo para cuidar deles seria exposto a morte, mas a partir de sua caridade foi cuidar dos irmãos enfermos.
Durou apenas dez dias: foi infectado, e morreu de tifo em 19 de Fevereiro de 1945. O Papa João Paulo II beatificou-o como um mártir em 13 de Junho, de 1999, juntamente com outros 108 mártires da II Guerra.
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