Em 24 de maio de 2016, na Catedral de Aversa, o missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) Padre Mario Vergara e o catequista leigo Isidoro Ngei Ko Lat, mortos por ódio à Fé na Birmânia, em maio de 1950, foram beatificados. O rito de beatificação dos dois mártires foi celebrado na diocese da qual o Padre Mário era originário e foi presidido pelo Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato.
O Papa Francisco recordou os mártires: “Beatos Mário Vergara, sacerdote do PIME, e Isidoro Ngei Ko Lat, fiel leigo e catequista, mortos por ódio à fé cristã em 1950 na Birmânia. Que sua fidelidade heroica a Cristo possa servir de encorajamento e exemplo aos missionários e especialmente aos catequistas que, nas terras de missão, desempenham uma obra apostólica preciosa e insubstituível, pela qual a Igreja inteira lhes está grata”.
Padre Mário Vergara nasceu Frattamaggiore, em 1910, desde cedo, sente dentro de seu coração uma grande paixão por ser missionário. Tornou-se sacerdote em 26 de agosto de 1934. Logo depois, partiu para a Birmânia, onde trabalhou entre a população da etnia karen, da tribo dos Sokù, uma das mais pobres e primitivas.
Auxiliado por catequistas formados por ele e enfrentando inúmeras dificuldades, dedicou-se, sem descanso, à formação humana e cristã, a administrar os sacramentos e a cuidar dos órfãos e dos doentes.
Com a Segunda Guerra Mundial, em 1941 ele foi aprisionado junto com todos os missionários italianos nos campos de concentração indianos, onde permaneceu por quatro anos.
Depois de um período transcorrido na Itália para se tratar e recuperar as forças, voltou para a Birmânia e se ofereceu para uma nova missão entre os karen vermelhos, no leste de Loikaw, perto do rio Salween.
Mesmo neste contexto difícil, não se poupou. Depois da independência da Inglaterra (1948), eclodiram várias desordens e a guerra civil entre governantes e rebeldes karen. Padre Vergara ficou ao lado dos oprimidos, conquistando o ódio dos rebeldes que atuavam naquela região.
Em 24 de maio de 1950 padre Vergara, com o catequista Isidoro, foi até a capital do distrito Tire para pedir a libertação de outro catequista que tinha sido preso. Lá, ficou frente a frente com o chefe dos rebeldes Richmond que, após um duro interrogatório, ordenou a sua prisão.
O Padre e o Catequista leigo foram trucidados às margens do rio Salween, provavelmente nas primeiras horas de 25 de maio. Seus corpos, colocados num saco, foram lançados ao rio.
Não há muitas notícias acerca da vida do catequista Isidoro Ngei Ko Lat, que é o primeiro fiel birmanês a ser beatificado.
Batizado em 7 de setembro de 1918, Isidoro pertencia a uma família de agricultores, convertidos ao catolicismo. Desde pequeno, convivia com os missionários e estava em sua companhia com frequência.
Entrou no seminário menor de Toungoo, demostrando zelo e empenho. Por causa de saúde frágil, teve que voltar para casa junto de sua família.
Mas, ele estava decidido a consagrar-se ao Senhor. Não se casou e abriu no seu vilarejo uma escola privada gratuita, ali ele ensinava também o catecismo.
O encontro com o Padre Vergara ocorreu em 1948.
O Padre convidou-o a desempenhar o serviço de catequista em Shadaw. Isidoro aceitou o convite e pôs-se a trabalhar na evangelização de seus compatriotas permanecendo ao lado do missionário até o martírio de ambos.
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