Evangelho segundo São João 16,23b-28.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará.
Até agora não pedistes nada em meu nome: pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.
Tenho-vos dito tudo isto em parábolas mas vai chegar a hora em que não vos falarei mais em parábolas: falar-vos-ei claramente do Pai.
Nesse dia, pedireis em meu nome; e não vos digo que rogarei por vós ao Pai,
pois o próprio Pai vos ama, porque vós Me amastes e acreditastes que Eu saí de Deus.
Saí de Deus e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e vou para o Pai».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1858-1923)
abade
«A Obra de Deus, meio de união a Deus»
Somos embaixadores da Igreja
Ora, qual é a qualidade fundamental de um embaixador? Ser competente? Ser poderoso? Dispor de uma grande fortuna? Ter crédito? Brilhar pelos seus talentos pessoais? Ser «persona grata» junto do soberano a quem é enviado? Tudo isso é útil, necessário; todas essas qualidades contribuirão sem dúvida para o sucesso da sua ação, mas serão insuficientes e estéreis, desviar-se-ão até do fim previsto, se o embaixador não se identificar, o mais perfeitamente que puder, com as intenções e os sentimentos do soberano que o envia, com os interesses do país que representa.
Ora, a Igreja é nossa delegada junto do Rei dos reis, junto do trono de Deus. Devemos, pois, identificar-nos com as suas formas de ver e as suas vontades; a Igreja confia-nos os seus interesses, que são os interesses das almas, os interesses da eternidade. E isto não é coisa banal! Tomemos, pois, a peito todas as necessidades de sangue, as angústias das almas que sofrem, os perigos daquelas que estão neste momento presas pelo demónio, as solicitudes daqueles que devem guiar-nos, a fim de que todos recebam o auxílio de Deus.
Com efeito, pensai no que disse o próprio Senhor: «Em verdade, em verdade vos digo: tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará». Apoiados nesta promessa, pedi muito, pedi com toda a confiança, e o Pai, «de quem procede todo o dom perfeito» (Tg 1,17), abrirá as mãos para encher as almas de bênçãos. Porque não somos nós que oramos, que nesse momento intercedemos; é a Igreja, é Cristo, nosso chefe e Pontífice supremo, que reza em nós e está diante de seu Pai para pleitear a causa das almas que resgatou (cf Heb 9,24; 7,25).
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