PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
A imensa misericórdia de Deus manifestou-se na morte e ressurreição de seu Filho amado. Quando o Filho entregou ao Pai seu último hálito de vida dizendo “Pai, em vossas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23,46), o Pai lhe entregou o germe da Ressurreição. A misericórdia amorosa de Deus ressuscita o Filho. Na ressurreição, Deus, em Cristo, quebra todas as cadeias que nos prendem. A ressurreição não é uma figura de linguagem. É real. Este é um fato histórico, pois foi testemunhado pelos soldados que o comunicaram aos sacerdotes (Mt 28,11-15). É um fato histórico a ser acolhido na fé.
Passagem para a Vida.
O dia da Ressurreição, a Páscoa do Senhor, é uma novidade total. Os discípulos correram ao sepulcro, depois do anúncio das mulheres. Belo símbolo de aparecer primeiro às mulheres: mulher é mãe da vida. Cristo está vivo. No Natal a luz tênue é que brilha na gruta. Na ressurreição é o sol no seu total esplendor que sai da gruta. Ele rompe o ventre da terra. Os dois discípulos vêem e crêem (Jo 20,8). Rompe-se a escuridão que vinha desde a expulsão do homem do paraíso. Rompe-se a cadeia da morte que reinava no mundo. Eles ainda não tinham entendido a Escritura. A Ressurreição abre-lhes um novo conhecimento que não só leva a entender as Escrituras, mas leva a entender o sentido da vida. Fico por entender o que se passou com os discípulos quando se encontraram com o Senhor. Podemos imaginar que aquele que esteve morto agora está vivo, presente, ali, falando com eles, comendo com eles, explicando e prometendo estar sempre com eles? Deve ter sido um espetáculo: de repente, depois de tantos sofrimento ele se coloca vivo no meio deles. É maravilhoso. É será maravilhoso para nós quando nos dermos conta de sua presença em nossa vida
A vida do alto.
A Ressurreição é um fato que atinge profundamente o cristão. Por isso Paulo diz na carta aos Colossenses: “Se ressuscitastes com Cristo” (Cl 3,1). Note-se que há uma participação na morte como também uma participação na ressurreição. Isto implica uma vida conforme a vida de Cristo: “buscai as coisas do alto” (3,2). As coisas do alto são a vida de Cristo que está à direita do Pai. Deus não nos tira da realidade terrestre, mas nos faz viver uma vida diferente. Viver para o alto é comprometer-se também com aqueles que vivem no mundo as muitas mortes que as estruturas do pecado têm provocado. Viver a vida de ressuscitados é ter o Ressuscitado como princípio de nossa vida. Infelizmente a Ressurreição não entrou ainda de modo claro em nossa vida. Não fomos educados a crer em Jesus vivo e ressuscitado. Cremos mais no seu sofrimento, na sua morte. Mas é preciso crer também em Jesus vivo e presente no meio de nós dando-nos seu Espírito. E o faz permanentemente. Sua presença se faz em todos e em cada um e a todo o momento. É preciso crer na sua presença: Ele está presente na missa, na hóstia e no vinho consagrados, está presente naquele que preside as celebrações, está presente nos sacramentos, na palavra e na Igreja, comunidade dos fiéis quando rezam e cantam juntos. Ele Está sempre presente, sempre à mão.
(Atos 10,34a.37-43;
Colossenses 3,1-4; João 20,1-9)
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