quarta-feira, 28 de abril de 2021

EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 12,44-50
Naquele tempo, Jesus disse em alta voz: «Quem acredita em Mim não é em Mim que acredita, mas naquele que Me enviou; e quem Me vê, vê Aquele que Me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou Eu que o julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para o salvar. Quem Me rejeita e não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que anunciei o julgará no último dia. Porque Eu não falei por Mim próprio: o Pai, que Me enviou, é que determinou o que havia de dizer e anunciar. E Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, as palavras que Eu digo, digo-as como o Pai Mas disse a Mim». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Lansperge o Cartuxo(1489-1539) 
Religioso e teólogo 
Sermão 5 (Opera omnia 3,315) 
«Eu vim ao mundo como luz, para que 
todo aquele que acredita em Mim 
não fique nas trevas» 
A humildade com que Cristo «Se esvaziou a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2,7) é para nós luz, como é luz também a sua recusa de glória neste mundo, Ele que não quis nascer num palácio, mas preferiu um estábulo e sofreu uma morte vergonhosa numa cruz. Por esta humildade, somos capazes de perceber quão detestável é o pecado de alguém que, sendo apenas pó (cf Gn 2,7), um homenzinho de nada, pelo poder do orgulho se glorifica e se recusa a obedecer, ao passo que Deus infinito é humilhado, desprezado e entregue ao bel-prazer dos homens. A mansidão com que Ele suportou a fome, a sede, o frio, os insultos, os golpes e as feridas também é luz para nós, pois «não abriu a boca, como cordeiro que é levado ao matadouro ou como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador» (Is 53,7). Por esta mansidão, somos capazes de ver que a cólera e as ameaças são inúteis, e de nos dispor a sofrer e a servir a Cristo de todo o coração; por ela, enfim, compreendemos tudo o que nos é pedido: expiar os nossos pecados em atitude de submissão e silêncio, suportar com paciência o sofrimento quando surgir, como Cristo suportou os seus tormentos com brandura e paciência, não pelos seus próprios pecados, mas pelos dos outros. Irmãos caríssimos, reflitamos desde já em todas as virtudes que Cristo nos ensinou com a sua vida exemplar, nos recomenda com o seu estímulo e nos ajuda a imitar com a fortaleza da sua graça.

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