Não estamos acostumados com batismos na Vigília Pascal. Assim a Vigília perde parte de sua força catequética. Mas ela foi instituída justamente para os batismos. Mas, na Igreja, há regiões onde há batismos de adultos. A Congregação Redentorista no Vietnam assumiu uma região e estão com 10.000 catecúmenos. Veja a notícia: (Gai Lai, Vietnam) – “A missão católica redentorista na minoria étnica J’Rai na província de Gia Lai recebeu com alegria 300 adultos para serem batizados durante a Vigília Pascal em 3 de abril de 2021”. No inicio do cristianismo batismo era feito por imersão. Em torno desse acontecimento foi idealizada uma liturgia, que chegou ao que temos. Toda celebração de Vigília Pascal deveria ter batismos. Por que? O Batismo realiza em nós a Páscoa de Jesus, através dos símbolos batismais. Mesmo que a água não seja tão abundante, a realidade é a mesma e realiza o mesmo sacramento. Uma gota d’água em Cristo é um mar. A liturgia batismal se iniciava com o catecumenato e a preparação durante os domingos da Quaresma, com leituras próprias como temos no ciclo do ano A. O batismo era feito por etapas. E pode-se fazer assim, acho que deveria. No Sábado Santo eram celebrados os ritos do batismo por imersão. Mergulhar na água é símbolo da morte. O sair da água, sinal de ressurreição. Assim nos unimos a Cristo em sua Páscoa.
Sinal de libertação
A temática da água é muito forte: vemos pelas leituras da criação, libertação do Egito pela passagem do Mar Vermelho. Como Cristo que morreu e ressuscitou. Assim também o que é batizado é sepultado na água, como morto e sepultado com Cristo. A identificação ritual com Cristo mostra-nos bem a força ritual do aspecto mistérico. Fazemos por símbolos, o que Cristo viveu em pessoa na realidade. Fazemos com ritos e palavras que explicitam o que Deus realiza em nós. É o que chamamos de Mistério – Sacramento. Mergulhar significa morrer com Cristo. Entrar nas águas significa lavar, purificar, como o povo fez através do Mar Vermelho: Mata o mal e lava as impurezas do pecado, liberta da escravidão de nosso Egito, salva da morte. Lembramos a morte dos primogênitos egípcios. Pelo sinal do sangue nas portas foram salvos os primogênitos hebreus. Assim, livres do pecado entramos no reino da Graça.
Sinal de Ressurreição
A Ressurreição de Cristo O tirou da morte, pois venceu a morte, e lhe deu a vida. Cristo não voltou à vida, como foi o caso do Lázaro, mas passou à Vida e não morre mais. Por isso diz que a Vida venceu a morte. Paulo escreve em 1ª Coríntios um tratado sobre a Ressurreição. Notamos o texto final: “A morte foi absorvida na vitória. Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado” (1Cor 15,54-55). Em nós, o pecado causou a morte. Em nós a graça do Batismo, que vem da Ressurreição de Cristo, nos leva à Vida. Na morte de Jesus na cruz há um símbolo: De seu lado ab aberto pela lança saiu sangue e água. Água que purifica e mata a sede de Deus. As vestes brancas do Batismo são símbolo da graça e da vida nova que receberam. A luz lembra a fé que ilumina, aquece e purifica. O fogo da graça está em nós e não pode ser apagado pelo pecado. A água do batismo tem também o caráter matrimonial da Igreja; Cristo se entregou pela Igreja a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra. Havia um ritual do banho da noiva para apresentá-la ao noivo, no caso Cristo.
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