quarta-feira, 28 de abril de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Viva esperança na ressurreição”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Um culto de fé na ressurreição.
Há o dia do trabalho, dos pais, das mães, das diversas profissões etc... O dia de Finados parece um dia triste. Chamamos dia dos mortos. Mas, se formos um cemitério para a visita da saudade, encontramos flores e luzes. É a festa da vida. Ali não contemplamos ossos ressequidos, mas lembranças daqueles que passaram da morte para a vida. O culto dos mortos é uma tradição muito antiga no mundo. Podemos ver isso na atitude das mulheres que, no dia seguinte ao sepultamento de Jesus, foram terminar os ritos de preparação do corpo de Jesus. E surpresa! Ele não estava mais lá. Ressuscitara. Ali nasce para nós a esperança da ressurreição. Assim também será conosco, se bem que não sabemos nem quando nem como. Vem das origens da Igreja a celebração dos mortos. Nas catacumbas romanas há um imenso testemunho de respeito aos mortos, de fé na ressurreição e no valor de nossa oração por eles e da oração deles por nós. Desde o início, a Igreja celebra o culto em torno das tumbas dos mártires. E temos sempre em nossos altares relíquias de santos mártires. Pude ver, em um livro do século VIII (Sacramentário Gelasiano), anotada à margem, a primeira indicação da colocação da oração dos mortos dentro do texto da prece eucarística. No mosteiro de Cluny, lá pelo ano 1000, aparece a celebração do dia de Finados, seguindo ao dia de todos os santos. Temos uma larga tradição de oração pelos mortos e celebração de sua memória. Na realidade, mais do que saudade, é uma demonstração de fé na ressurreição. Nossos mortos estão vivos. E os que foram para o inferno? Por acaso podemos dizer que alguém foi para o inferno? Vamos ter surpresas! 
Fundamento da oração pelos mortos. 
Os fundamento da oração pelos mortos já se acham no livro dos Macabeus: Judas manda oferecer sacrifico pelo pecado dos combatentes mortos que se deixaram levar pela idolatria. “Ação justa e nobre inspirada na sua crença na ressurreição. Pois se não esperasse que os soldados mortos houvessem de ressuscitar, teria sido em vão e supérfluo rezar por eles” (2 Mc 12, 43-44). Na leitura do livro de Jó encontramos a esperança na Ressurreição (Jó 19,23-27): “Sei que o meu Redentor vive (...) depois que tiver destruída esta minha pele, na minha carne eu verei a Deus. Eu mesmo o verei e meus olhos o contemplarão e não os olhos de outro”. A carta de Paulo aos Romanos é um claro testemunho: Há uma vida, uma morte e uma ressurreição. 
Fé que anima a vida. 
Batizados, temos em nós a semente da vida eterna. Por nossa fé e obras, vamos tomando posse desta vida. “Quem vê o Filho e nEle crê, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”. Temos garantia de ressurreição. Nossos irmãos na fé, que morreram, são santos junto de Deus e são nossos intercessores. Por isso celebramos a festa de todos os santos. Assim, nós que temos parentes falecidos, velhos ou criancinhas inocentes, podemos pedir que rezem a Deus por nós, e nos amem. E nós rezemos pelos mortos, sem supertição, pois um dia os vivos rezarão por nós.
(Leituras: Jó 19,1.23-27; 
Romanos 6,3-9; João 11,17-27) 
Homilia de Finados (02.11)
EM NOVEMBRO DE 2003

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