Como um bom pastor que conhece suas
ovelhas, Papa Francisco conhece a situação dos pregadores da Palavra. Sua sabedoria
vai ao prático da vida e apresenta o caminho da homilia. Escreve que “a
preparação é uma tarefa tão importante que convém dedicar-lhe um tempo logo de
estudo, oração, reflexão e criatividade pastoral” (EG 145). Temos experiência que o tempo é
pouco para tudo o que se tem que fazer numa comunidade. Mas o Papa diz:
“atrevo-me a pedir que toda as semanas se dedique a esta tarefa... o tempo
suficientemente longo, mesmo que tenha que dar menos tempo a outras tarefas” (id). Pelo visto isso
é uma experiência pessoal que apresenta como modelo. Essa proposta não é nova. Podemos
lembrar que os apóstolos pensaram o mesmo quando estabeleceram os diáconos (At 16,1-7). Para
exercer seu ministério deveriam estar livres para a oração e a pregação. As
outras atividades podem ser realizadas por outros. O ministério do padre
concentrou em si todas as atividades da paróquia. Insiste que “a confiança no
Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas ativa e
criativa” (EG 145).
Não se pode dizer: Deixo o Espírito Santo falar! Temos nossa parte. Milagres não
se fazem toda hora. É irresponsabilidade. O primeiro passo na preparação é o
culto da verdade. Depois de invocar o Espírito Santo, se deve prestar atenção
ao texto bíblico procurando compreendê-lo. A humildade diante da Palavra
exprime-se no estudo feito com o santo temor de manipulá-la. A preparação
requer amar o Deus que deseja falar.
1601.
Estudo feito com carinho
Para Papa Francisco, a pregação
durante a celebração é algo muito importante que vai além de uma comunicação de
verdades. Primeiramente ela exige que nos comuniquemos com Aquele que a
pronunciou. A seguir, como a Palavra foi escrita há dois ou três milênios, além
dos estudos e a observação nos diversos sentidos, ela nos leva a uma mensagem
principal que dá a estrutura ao texto e o efeito que o autor quis provocar (EG 147). O sentido
principal deve estar em consonância com o ensinamento da Bíblia inteira
transmitido pela Igreja. Assim se transmite com a força própria do texto
proclamado. Sem isso a proclamação perde seu poder de transmissão (EG 148). O pregador
deve ser o primeiro a desenvolver uma grande familiaridade pessoal com a
Palavra de Deus. Deve ter um coração dócil e orante. Em síntese, o pregador
deve ser o primeiro ouvinte da Palavra para comunicar aos outros o que foi
contemplado (Santo
Tomás). A mensagem deve passar pelo pregador. O Espírito age nos
evangelizadores (EG
151).
1602.
Deixar-se transformar
O pregador deve ser transformado
pelo Espírito na leitura da Palavra, procurando o que está direcionado para sua
vida. Além da Palavra, deve também escutar o povo e descobrir o que precisa
ouvir, relacionando a mensagem do texto bíblico com a situação. Paulo VI
escreveu: “ter uma sensibilidade espiritual para saber ler a mensagem de Deus nos
acontecimentos” (EN 43).
É convocado para fazer o discernimento evangélico para saber o apelo de Deus
para o momento (EG 154).
Há métodos e recursos a serem usados: Uma homilia tem uma idéia, um
sentimento, uma imagem (EG
157). Por isso é importante partilhar a vida do povo. O texto do Papa é
muito bom. Por isso sugiro a leitura do mesmo que é ampla e rica.
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário