PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Depois da
transfiguração Jesus atravessa a Galiléia para a última viagem a Jerusalém. No
caminho instrui seus discípulos e fala sobre o final de sua missão. Ensina que
seu sofrimento, que conduz à ressurreição, acontece na comunidade na qual um se
põe a serviço do outro, como o mais humilde, o menor. O sentido de sua morte é
servir como o menor, como o escravo. Pôr-se a serviço é ser como a criança que
acolhe com abertura de coração. Nesse acolhimento acolhe Jesus e assim acolhe o
Pai. Como Jesus recusava a figura do Messias glorioso que havia no meio do
povo, nós também devemos recusar a religião exterior e até bonita e grandiosa,
para viver o serviço humilde acolhedor. Jesus sofreu a rejeição dos chefes do
povo descrita já pelo livro da Sabedoria. Ele é justo perseguido porque incomoda.
A rejeição a Jesus e seu ensinamento que a Igreja continua apresentando, vem da
exigência de conversão. As pessoas não gostam de serem colocadas diante de seus
erros. Por isso é preciso eliminar através da morte infame, o justo porque sua
presença incomoda. O que pretendem é colocar o próprio Deus contra Jesus. E
dizem: “Vejamos se é verdade o que Ele diz. Se, de fato, o justo é filho de
Deus, o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos” (Sb.
2,17-18),.
Lembramos que foram essas as palavras que os chefes do povo usaram para
insultar Jesus crucificado: “Confiou em Deus, pois que o livre agora, se é que
se interessa por Ele! Já que disse: eu sou Filho de Deus” (Mt
27,43),
como lemos acima. Quando a Igreja não é perseguida é porque não segue Jesus.
Fé adulta
Os discípulos, enquanto Jesus
lhes mostrava os passos que se seguiriam em sua missão, discutiam sobre o
futuro poder que teriam no Reino: “Qual deles seria o maior?”
(Mc 9,34). Sua fé era infantil. Não estavam ainda em
condições de entender suas palavras. Muito claramente podemos ver a
infantilidade de nossa fé, quando não somos capazes de entender o sentido da
Paixão e Ressurreição de Jesus em nossa vida. Por isso nos perdemos em tantas
coisas sem a necessária ligação com seu Mistério Pascal. Para empreendermos uma
fé adulta temos que assumir a atitude fundamental de sermos pequenos e os
últimos para servir a todos como o fez Jesus (Mc
9,35).
Não basta aceitar Jesus, é preciso aceitar seu modo de ser. Não podemos fazer
Jesus à nossa imagem, mas deixar que sua imagem transpareça de nossa vida. Para
realizar esta verdade ensina o sentido do acolhimento mútuo no serviço
fraterno. O serviço é sempre feito ao Pai e é a base de todo o culto que
prestamos a Deus, pois o fazemos em Cristo servidor do Pai. É necessário acolher
Jesus com o coração de criança. Só assim, como discípulos, anunciaremos Jesus
Salvador.
Fé no dia a dia
Tiago é prático
e vai ao profundo da fé nas realidades de cada dia. Mostra que o acolhimento
acontece no modo de tratar as pessoas. O tratamento dos outros não é algo
exterior, mas vem do coração. Ele condiciona ser atendido nas orações ao
tratamento dado aos outros. Como viver bem com Deus se não viver bem com os
outros? A piedade se faz no coração, mas tem que ter a conseqüência nos atos do
dia a dia que serão norteados pela sabedoria que vem do alto. Ela é pura,
pacífica, conciliadora, modesta, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade e sem fingimento (Tg 3,17). A fonte dos
conflitos vem das paixões que estão dentro de nós. O acolhimento na fé
transforma nossas atitudes e dá condições de nossas orações serem atendidas por
Deus (Tg 4,1-3).
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