segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Se perseguiram a mim...”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
2133. Contra a corrente
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu(Mt 5,11) O Papa Francisco toma a promessa dessa bem-aventurança para dar nome a sua Exortação Apostólica: Gaudete et Exultate – Alegrai-vos e exultai, pois grande será a vossa recompensa no Reino dos Céus. Ressalta claramente que viver o Evangelho já é participar da Cruz de Cristo. “O próprio Jesus sublinha que este caminho vai contra a corrente, a ponto de nos transformar em pessoas que questionam a sociedade com vida, pessoas que incomodam” (GE 90). Notemos que Jesus não fala da morte por Ele, mas da perseguição por causa da justiça. A morte por Cristo é a maior prova de amor, pois é dar até a vida, não só dedicar a vida. Podemos observar que não ser cristão não incomoda ninguém. Ser cristão é um toque na consciência exigindo conversão. Por isso querem varrer esse nome da terra. O Papa continua explicando que “há pessoas que são perseguidas por terem lutado pela justiça. É uma exigência da fé cristã que não admite mediocridade. É preciso entregar a vida pelo Evangelho: “Quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la” (Mt 16,25).  Já se diz que não é fácil ser cristão. “Numa tal sociedade alienada, enredada numa trama política, mediática, econômica, cultural e mesmo religiosa, que estorva o autêntico desenvolvimento humano e social, torna-se difícil viver as bem-aventuranças, podendo até a sua vivência ser mal vista, suspeita, ridicularizada (GE 91).
2134. Sofrimento pelo Evangelho
A vida cristã não oferece tranquilidade e sossego. “A cruz, especialmente as fadigas e os sofrimentos que suportamos para viver o mandamento do amor e o caminho da justiça, é fonte de amadurecimento e de santificação. Lembremo-nos disto: quando o Novo Testamento fala dos sofrimentos que é preciso suportar pelo Evangelho, refere-se precisamente às perseguições” (GE 92). Viver o Evangelho e fazer o bem, constitui sempre um motivo de atrair sobre si a aversão de muitos. Como diz o salmo, sua vida é uma acusação aos seus procedimentos. Sentem-se acusados pela boa vivência. É estranho que dentro da Igreja, entre os companheiros de vida religiosa, haja pessoas que chamamos de santos, terem procedimentos negativos a respeito de quem faz o bem. O santo é uma pessoa normal. O Papa Francisco afirma: “Um santo não é uma pessoa excêntrica, distante, que se torna insuportável pela sua vaidade, negativismo e ressentimento. Não eram assim os Apóstolos de Cristo. O livro dos Atos atesta com insistência, ‘que eles gozavam da simpatia de todo o povo”’ (At 2,47), enquanto algumas autoridades os assediavam e perseguiam (At 4,1-3; 5,17-18) (GE 93). Será sempre difícil fazer o bem.
2135. Morrendo por Cristo
Constatamos “que as perseguições não são uma realidade do passado, porque hoje também as sofremos, até de forma cruenta, como tantos mártires contemporâneos”. Há muita morte de cristãos pelo mundo, sobretudo onde há fundamentalismo islâmico ou indu. Mas há também a perseguição que quer destruir a doutrina e a moral cristã. Jesus diz que haverá felicidade, quando, ‘mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa”’ (Mt 5, 11). Outras vezes, tratam-se de zombarias que tentam desfigurar a nossa fé e fazer-nos passar por pessoas ridículas. Abraçar diariamente o caminho do Evangelho, mesmo que nos acarrete problemas: isto é. santidade (GE 94).

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