PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Onde está o
Reino de Deus? Está onde age o Espírito.
Na liturgia desse domingo temos dois momentos diferentes com o mesmo
ensinamento. O primeiro, no Livro dos Números, quando os setenta anciãos
convocados por Moisés para partilhar de sua missão, receberam o Espírito e
começaram a profetizar. O segundo, estavam fora do grupo e profetizavam. Foram
avisar a Moisés que respondeu a Josué: “Quem dera que todo o povo do Senhor
fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito” (Nm
11, 25-29).
O mesmo fato se repete com Jesus. Havia um homem que fazia milagres em seu nome
não pertencia ao grupo dos discípulos. João diz que o proibiu. Jesus respondeu:
“Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de
mim. Quem não é contra nós, é a nosso favor” (Mc
9,38-39).
Aprendamos destes dois fatos um ensinamento sobre o Reino de Deus e a ação do
Espírito Santo. Ninguém é dono do
Espírito. O Reino é maior que nossas estruturas eclesiais. A Igreja tem uma
missão recebida de Jesus com toda autoridade para anunciar o Reino e reconhecer
onde está sua ação. Há quem diga na Igreja que, quem não é como sou não está no
Reino de Deus e não pertence à Igreja. Às vezes não é nem por causa de dogmas
de fé, mas de tradições criadas, políticas eclesiásticas, culturas que
envolveram a Igreja. O dinamismo do Reino é incontrolável. Ninguém é dono do
Espírito Santo. Quem busca Deus na sinceridade de seu coração, pratica a
justiça e quer a paz, vive o Evangelho de um modo diverso, às vezes melhor que
nós. Não podemos confundir a instituição com o Reino. Temos toda a doutrina e a
verdade, mas se não as vivermos, podemos nos colocar fora. Muitos fiéis que
ousaram renovar a Igreja, foram excluídos e até mortos. E temos ainda muito
destes entraves na Igreja.
Reino em
pequenos gestos
Os judeus esperavam um Messias diferente do
pensamento de Jesus. Valiam os grandes gestos, as belas manifestações... Jesus
diz que um copo d’água não perderá sua recompensa. O Reino se manifesta nos
gestos que fazemos. Há gestos que destroem os pequeninos do Reino: o escândalo.
Jesus usa um termo forte: “Seria melhor que fosse jogado no mar com uma pedra
de moinho amarrada ao pescoço” (Mc 9,42). Aqui vemos os
tantos escândalos que são dados aos pequenos e fracos. Uma rede de televisão
disse que não era religiosa e, por isso, podia passar o que quisesse. Assim
perverte a mente e o coração. Melhor seria jogá-la no mar. Todos têm obrigação
de evitar tudo que possa fazer mal ao outro. Os membros da Igreja, com seus
escândalos, devem olhar a pedra de moinho. E Jesus vai mais longe. O que em nós
for causa de pecado, seja a mão, o pé ou o olho, significando as ações más, os
maus caminhos e o desejo de coisas perniciosas que impedem o Reino, devem ser
cortados. Não o membro, mas a atitude que conduz à morte.
As lágrimas do
Reino
O Reino de Deus
esteve sempre encharcado das lágrimas dos sofredores que deram a vida como o
Cristo e das lágrimas dos que comem o pão da amargura e da exploração dos
poderosos. Jesus dizia: “Como é difícil ao rico entrar no Reino de Deus” não
por ser rico e ter poder, mas por não ter a sabedoria e não deixar agir o
Espírito de Deus. Tiago é duro com os ricos que não cumprem suas obrigações de
pagar os salários e vivem luxuosamente. Isso é uma desgraça. O Espírito age
onde quer, mas desde que seja a favor de Cristo. Ninguém é dono e não queira
fazer uma igrejola para si.
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