Evangelho segundo São Mateus 10,17-22.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
Tradução litúrgica da Bíblia
São Cesário de Arles (470-543)
monge, bispo
«Sermões ao povo», n.° 37
Santo Estêvão, o primeiro a seguir os passos de Cristo
«Cristo também padeceu por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos» (1Ped 2,21). Qual é o exemplo do Senhor que devemos seguir? O de ressuscitar os mortos? O de caminhar sobre as águas? Não, não serão esses, mas o de sermos mansos e humildes de coração (Mt 11,29) e amarmos tanto os amigos como os inimigos (Mt 5,44).
«Para que sigais os seus passos», escreve São Pedro. Disse-o também São João evangelista: «Quem diz que permanece em Cristo também deve caminhar como Ele caminhou» (1Jo 2,6). Como caminhou Cristo? Rezou na cruz pelos seus inimigos, dizendo: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Eles perderam de facto o juízo e foram possuídos por um espírito maligno, e enquanto nos perseguem sofrem perseguição bem maior do diabo. Por isso, muito devemos rezar, pela sua libertação e não pela sua condenação.
Foi o que fez o beato Estêvão, que foi o primeiro a seguir, em toda a glória, os passos de Cristo. Pois enquanto o apedrejavam em saraivada, por si próprio gritou de pé; mas, ao pedir pelos seus inimigos, pôs-se de joelhos, gritando com todas as forças: «Senhor Jesus Cristo, não lhes atribuas este pecado» (At 7,60). Portanto, se nos parecer que não conseguimos imitar a Nosso Senhor, ao menos imitemos aquele que era seu servo como nós.
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