quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Cuidar da fragilidade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Sede imitadores de Deus!
            Paulo convida os efésios a aprenderem de Deus como viver o dia a dia: “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e andai no amor, assim como Cristo nos amou e se entregou por nós a Deus” (Ef 5,1-2). A atitude de quem pretende ser humano, maduro e um cristão adulto, é a imitação de Deus. Em sua reflexão que toca o nó de todos os problemas do mundo, Papa Francisco diz quem são os pobres, os carentes e os necessitados. Vê que o modelo é Jesus: “Jesus que é o evangelizador por excelência e o Evangelho em pessoa, identificou-se especialmente com os mais pequeninos” (Mt 25,40). Jesus se identifica de tal modo que, tem como feito a Ele, o que fazemos ou deixamos de fazer aos necessitados. A lista dos itens sobre os quais seremos julgados incide sobre os problemas do mundo atual: fome, sede, migração, doentes, bens necessários e sistema carcerário. O sistema social e político em vigor não veem vantagens em investir na promoção dos necessitados. Eles não dão lucro. O Papa alerta sobre novos tipos de pobreza e fragilidade que são outras faces do Cristo Sofredor: os sem teto, os dependentes químicos, os refugiados, os povos indígenas, os idosos, as crianças carentes e tantos outros necessitados. Todo oprimido é endereço amor de Deus. O Papa tem uma preocupação muito grande com os migrantes. Ele se diz responsável por ser o Pastor de uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos (EG 210). É grave a situação dos que fogem das guerras, da destruição de suas culturas por causa de cor ou raça. Presenciamos tanta imigração na Europa. Vemos igualmente tantos que chegam ao Brasil. Não é um problema distante. Lembramos a migração interna no país.
Pessoas objeto
            Há também a situação de pessoas que são objeto das diferentes formas de tráfico. O Papa enumera mais situações onde há outro tipo de explorados no trabalho escravo, fábricas clandestinas, rede de prostituição, crianças usadas para mendigar, trabalhador não regularizado. Ao lado de nossas casas, nos lugares de onde nos chegam tantas mercadorias, há sofredores. “Em nossas cidades está instalado este crime mafioso e aberrante, e muitos têm as mãos cheias de sangue devido a uma cômoda e muda cumplicidade” (EG 211). Não se preocupar é ser culpado também. Lembra também a situação da violência e exploração das mulheres (EG 212). Dentre os frágeis estão os nascituros inocentes sem direitos. As leis promovem seu assassinato e chama a Igreja de atrasada. O ser humano é sagrado em todos os momentos de sua vida. Se nossa sociedade perde a garantia de futuro, podemos buscar aqui a causa: usar a pessoa como objeto. Não é ser progressista eliminar uma vida humana (EG 214). É preciso também acompanhar com atenção os frutos da violência e da pobreza que sofrem tantas mulheres.
Frágeis que não são humanos.
            Quem ama o ser humano, ama e promove o mundo que o rodeia. O Papa lembra que não somos meramente beneficiários, mas guardiões de outras criaturas. No meio de tanto progresso há uma destruição de nossa fonte de vida. A consciência do dever de preservar a natureza não dará resultados se não houver uma política de controle de todas as armas de destruição que acabam com as fontes, os rios, as matas. Progredir não é destruir. Os donos do mundo como escravizam as pessoas na miséria, destroem a vida para que tenham mais força econômica. Vejamos a Amazônia. Heródoto dizia que o Saara foi um jardim florido. É o que podemos ver nas pinturas rupestres. Seremos também assim? Os que virão depois de nós não nos perdoarão por ter-lhes entregue um mundo moribundo.
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