Evangelho segundo São Lucas 2,22-35.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor»,
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Tradução litúrgica da Bíblia
São João XXIII (1881-1963)
papa
Diário da Alma, § 1958-1963
«Agora, Senhor, [...] deixareis ir em paz o vosso servo»
Depois da minha primeira Missa no túmulo de São Pedro, as mãos do Santo Padre Pio X pousaram na minha cabeça em bênção de augúrio para mim e para a minha vida sacerdotal incipiente; mais de meio século depois (exatamente cinquenta e seis anos), as minhas pobres mãos abrem-se sobre os católicos – e não só sobre os católicos – do mundo inteiro em gesto de paternidade universal, como sucessor do mesmo Pio X, proclamado santo, e que sobrevive nesse seu sacerdócio e no dos seus antecessores e sucessores, encarregados como São Pedro do governo de toda a Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Estas palavras sagradas superam qualquer sentimento que eu pudesse ter de inimaginável exaltação pessoal, e deixam-me mergulhado na profundidade do meu nada, elevado à sublimidade de um ministério que ultrapassa em altura toda a minha dignidade humana.
Quando, no dia 28 de outubro de 1958, os cardeais da Santa Igreja romana me designaram para a suprema responsabilidade do governo da grei universal de Cristo Jesus, aos setenta e sete anos de idade, foi geral a convicção de que seria um Papa provisório, de transição. Contudo, aqui estou em vésperas do quarto ano de pontificado, com um vasto programa à minha frente, que é preciso realizar diante do mundo inteiro, que olha e espera. Quanto a mim, encontro-me como São Martinho: «Nem temo a morte, nem recuso a vida».
Devo estar sempre preparado para morrer, mesmo imediatamente, e para viver o que o Senhor houver por bem deixar-me aqui em baixo. Sim, sempre. Às portas do meu octogésimo aniversário, devo estar disposto a morrer e a viver; em qualquer dos casos, a atender à minha santificação. Tal como em todos os lugares me chamam – Santo Padre –, assim devo e quero ser realmente.
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