Festejar
Pedro e Paulo não é somente lembrar dois santos importantes e “fortes”, mas é celebrar
o caminho da Igreja, como rezamos no prefácio da missa: “Hoje Vós nos concedeis
a alegria de festejar os apóstolos Pedro e Paulo... Por diferentes meios, os
dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio,
recebem hoje igual veneração”. Há também um elemento forte para a compreensão
da festa: “Pedro seria entregue aos judeus para ser morto depois da Páscoa. Os
apóstolos são testemunhas da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Suas vidas,
depois da Páscoa, foram testemunhas claro de que Cristo estava vivo e era a
razão da criação e do futuro do universo e da humanidade. O fato de serem
celebrados juntos indica que a Igreja tem caminhos diferentes para chegar ao
mesmo fim que é a glorificação do Pai em Cristo. Sabemos que no “Concílio de
Jerusalém”, a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus e a Paulo foi
confiada a Igreja das gentes, provenientes do paganismo. Cresceram dois modos de
ser Igreja com a mesma fé, em condições diferentes. Não sabemos na prática como
funcionou, pois a Igreja chamada da “Circuncisão” se diluiu. Os judeus que se
converteram levaram a fé aos pagãos e tiveram tão grande resultado que chegou
até nós. A dimensão pascal da missão dos apóstolos foi trazer a mesma alegria
que sentiram e viveram. Quando vivermos essa mesma dimensão podemos trazer à
Igreja a renovação em vista da grande missão que Paulo e Pedro fizeram e nos
transmitiram. A força do Espírito nos levará a acolher a força pascal para um
anúncio sempre mais convincente. Quem crê passa da morte para a vida e anuncia
com ardor.
Deram
as primícias da fé
A
profissão de fé de Pedro é o fundamento da fé que o povo de Deus possui, pois é
dita pelo próprio Jesus. A mesma fé que recebemos é a mesma que Pedro e Paulo
professaram, pois ela vem do Pai: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser
humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Paulo
reconhece em si mesmo que “combateu o bom combate, completou a carreira e
guardou a fé” (2Tm 4,7).
A fé destes dois apóstolos foi mantida com fidelidade pelos cristãos que sempre
tiveram a coragem de viver e defender com sua vida. A força da fé do povo de
Deus, fundada nessa rocha que foi a proclamação de fé de Pedro, dada a Ele pelo
Pai, resiste a todos os embates contra a fé. “As forças infernais não poderão
vencê-la” (Mt 16,18),
como temos visto nas perseguições e mortes de nossos irmãos fiéis. Toda
perseguição não é contra o cristão, mas contra o Cristo que continua sofrendo
no corpo de sua Igreja.
Ele
me deu forças
Mesmo torturados por
serem cristãos, todos se sentem amparados por Cristo como os apóstolos. Papa
Francisco diz ver nas feições dos novos mártires atuais, a serenidade de
Cristo. Pedro e Paulo, nos momentos de perseguição sentem a presença de Cristo:
Pedro diz: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar das mãos de
Herodes e de tudo o que o povo esperava” (At 12,11). Paulo diz que o “Senhor esteve ao
seu lado e lhe deu forças... e o Senhor me libertou de todo mal e me salvará para
o seu Reino celeste”. Celebramos os dois apóstolos para termos uma Igreja
aberta a todas as situações e circunstâncias. Só o faremos se tivermos uma fé
que supera as pequenas condições.
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