sexta-feira, 23 de novembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Pedro e Paulo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADOS
O apóstolo e a Páscoa
            Festejar Pedro e Paulo não é somente lembrar dois santos importantes e “fortes”, mas é celebrar o caminho da Igreja, como rezamos no prefácio da missa: “Hoje Vós nos concedeis a alegria de festejar os apóstolos Pedro e Paulo... Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje igual veneração”. Há também um elemento forte para a compreensão da festa: “Pedro seria entregue aos judeus para ser morto depois da Páscoa. Os apóstolos são testemunhas da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Suas vidas, depois da Páscoa, foram testemunhas claro de que Cristo estava vivo e era a razão da criação e do futuro do universo e da humanidade. O fato de serem celebrados juntos indica que a Igreja tem caminhos diferentes para chegar ao mesmo fim que é a glorificação do Pai em Cristo. Sabemos que no “Concílio de Jerusalém”, a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus e a Paulo foi confiada a Igreja das gentes, provenientes do paganismo. Cresceram dois modos de ser Igreja com a mesma fé, em condições diferentes. Não sabemos na prática como funcionou, pois a Igreja chamada da “Circuncisão” se diluiu. Os judeus que se converteram levaram a fé aos pagãos e tiveram tão grande resultado que chegou até nós. A dimensão pascal da missão dos apóstolos foi trazer a mesma alegria que sentiram e viveram. Quando vivermos essa mesma dimensão podemos trazer à Igreja a renovação em vista da grande missão que Paulo e Pedro fizeram e nos transmitiram. A força do Espírito nos levará a acolher a força pascal para um anúncio sempre mais convincente. Quem crê passa da morte para a vida e anuncia com ardor.
Deram as primícias da fé
            A profissão de fé de Pedro é o fundamento da fé que o povo de Deus possui, pois é dita pelo próprio Jesus. A mesma fé que recebemos é a mesma que Pedro e Paulo professaram, pois ela vem do Pai: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Paulo reconhece em si mesmo que “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (2Tm 4,7). A fé destes dois apóstolos foi mantida com fidelidade pelos cristãos que sempre tiveram a coragem de viver e defender com sua vida. A força da fé do povo de Deus, fundada nessa rocha que foi a proclamação de fé de Pedro, dada a Ele pelo Pai, resiste a todos os embates contra a fé. “As forças infernais não poderão vencê-la” (Mt 16,18), como temos visto nas perseguições e mortes de nossos irmãos fiéis. Toda perseguição não é contra o cristão, mas contra o Cristo que continua sofrendo no corpo de sua Igreja.
Ele me deu forças
             Mesmo torturados por serem cristãos, todos se sentem amparados por Cristo como os apóstolos. Papa Francisco diz ver nas feições dos novos mártires atuais, a serenidade de Cristo. Pedro e Paulo, nos momentos de perseguição sentem a presença de Cristo: Pedro diz: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar das mãos de Herodes e de tudo o que o povo esperava” (At 12,11). Paulo diz que o “Senhor esteve ao seu lado e lhe deu forças... e o Senhor me libertou de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste”. Celebramos os dois apóstolos para termos uma Igreja aberta a todas as situações e circunstâncias. Só o faremos se tivermos uma fé que supera as pequenas condições.

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