Reino de Deus
A aclamação “Viva
Cristo Rei!”, estourou no século XX como uma resposta à descrença generalizada
e a avalanche de ideologias anti-cristãs. É como dizer: “Nós temos nosso Rei. Para
dar força ao cristianismo, Pio XI, 11.10.1925, instituiu a festa para o último
domingo de outubro. No México, no início do século XX, o Estado moveu grande
perseguição aos cristãos. “Viva Cristo Rei!”, era o grito dos cristãos que iam ser
mortos. Temos já diversos santos mártires, inclusive jovens. Vemos por tantos
lugares o nome Cristo Rei. Nas paróquias haviam grupos de crianças que se
vestiam de branco com fita amarela. Eram os cruzadinhos. E se cumprimentavam
com a aclamação “Viva Cristo Rei!”. Na reforma litúrgica perdeu o caráter
social e assumiu seu novo sentido no último domingo do ano litúrgico. É o
Cristo glorioso para o qual caminha o universo (Ef
1,10),
como lemos no Apocalipse (Ap 11,5-8). O Reino de
Deus não é desse mundo, quer dizer, não se esgota nas dimensões humanas. O
termo ‘desse mundo’ significa que não se iguala nem está concorrendo com o
império romano, como diz Jesus no julgamento de Pilatos. O perigo dessa festa
é, usando nomes mundanos, equiparar-se e ter ares de autoritarismo. Deve
assumir o verdadeiro lugar de Jesus Cristo que é o poder de servir como o fez
na Cruz. O Reino de Jesus não é desse mundo, mas existe para servir o mundo,
transformando-o.
Testemunho da verdade
“Tu o dizes: Eu sou rei. Eu nasci
e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da
verdade escuta a minha voz. Disse-lhe Pilatos: O que é a verdade?” (Jo
18,37-38).
Jesus Se identifica com a verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo
14,6).
Essa identificação demonstra a missão de Jesus que veio como Palavra do Pai
para nos conduzir e viver a Vida. Respondendo a Pilatos diz que “veio ao mundo
para dar testemunho da Verdade”. O Pai é verdadeiro. O Pai mostra Jesus que é a
Verdade, pois sai do Pai. Sendo Palavra do Pai, manifestou que Deus é
verdadeiro. E quem O recebe, vê a glória de Deus: “E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós; e nós vimos sua glória, como glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e verdade” (Jo 1,14). Jesus veio
mostrar o Pai. Ele e o Pai são um (Jo 10,30). Quem me viu,
viu o Pai (Jo 14,9). Ao dizer “dar testemunho da
verdade”, está mostrando quem é o Pai. E o que o Pai quer. “Eu falo o que
aprendi de meu Pai” (Jo 8,38). Revela sua
identidade com o Pai, como sua Palavra, e como sua ação pois “o Filho, por Si
mesmo, nada pode fazer, mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que fez, o
Filho o faz igualmente (Jo 5,19). Jesus é a
Verdade do Pai. Ao manifestar-se revela o Pai. Quem aceita, aceita o modo de
viver que é viver na verdade (3Jo 12). Há unidade
entre Jesus e o fiel: “Todo aquele que é da verdade escuta minha voz” (Jo18,37).
Ele
nos libertou
Jesus tem dois inimigos: os
romanos que não querem libertadores e os judeus que não querem libertadores da
própria fé mal compreendida. Por isso é levado e Pilatos. A Verdade liberta do
falso caminho que não conduz à Vida. Liberta da política perversa que usa o ser
humano em proveito próprio e não para a promoção da vida. Isso existe na
sociedade civil e na religiosa. A verdade vos libertará (Jo 8,32). Por que a Igreja tem medo da liberdade?
Porque não tem força para ensinar a verdade. A verdade das palavras de Jesus
assusta a Pilatos e cobra de nós uma coerência de fé e de vida. Uma vida sem fé
é uma mentira instituída, pois nega o ser humano em sua dimensão essencial que
é espiritual.
Leituras:Daniel 7,13-14; Salmo 92;Apocalipse
1,5-8;João 18,33b-37.
1. O Reino de
Deus não se esgota nesse mundo.
2.
Ao dizer “dar testemunho da verdade”, está mostrando quem é o Pai
3.
A Verdade liberta do falso caminho que não conduz à Vida.
Um Rei sem coroa
É estranho falar de rei num mundo
tão “democrático” ou “ditatorial”. Na verdade todo mundo tem uma veia real. Já,
quando nasce uma criança, se lhe chama de princesinha. A gata borralheira não
tem vez. Ainda sobram os reis do baralho, do carnaval e de alguns países.
Servem de louça de cristaleira.
Jesus
não gostou que Pilatos perguntasse se Ele era Rei. E já disse que não era do
jeito que ele pensava. Veio ao mundo para testemunhar a Verdade. Essa verdade
dá pano para a manga, pois envolve tanta verdade, por isso Jesus diz que seu
reino não era desse mundo, não era igual ao império romano. Jesus dá testemunho
da Verdade que é o centro de sua missão. Nela se faz igual ao Pai e ensina o
que aprendeu do Pai para que tudo seja entregue a Ele e Ele entregará ao Pai.
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