Ser mártir foi sempre um desejo de
quem se entrega de fato a Jesus Cristo. Mas na hora a coisa é diferente. Para
dar a vida é preciso uma vida doada. Ninguém fica mártir se não tem grande
santidade. É de se lamentar que não prestigiamos nossos santos, perdendo assim,
um estímulo de uma vida cristã em santidade. São diversos os mártires redentoristas
em processo de canonização e beatificação: Temos os onze beatos mártires:
quatro ucranianos, um eslovaco, seis espanhóis de Cuenca. E vinte e dois servos
de Deus: três irmãos espanhóis de Valência; doze espanhóis de Madri; dois poloneses;
um jovem ucraniano (Fr. Mariano Galan); um irmão vietnamita (Marcel Van). Nós, redentoristas, temos o compromisso de
deixar cotejar o sangue da redenção. Há muitos martírios sem sangue que
continuam a redenção da humanidade. Lembramos aqui tantos confrades que deram a
vida a Cristo na Congregação. E confrades de grande santidade que dão a vida nos
mais diversos ministérios da Congregação. Não se vive na Congregação se não se
tem uma vida de grande santidade. Senão, não conseguimos ser fiéis nem
perseverar. Dia 28 de junho celebramos os mártires ucranianos, Nicolau e
companheiros. Estamos diante de um martírio recente. Eles deram a vida por
Cristo, por sua Igreja Grego Católica, dissolvida por Stalin e por sua pátria
invadida pelos inimigos da humanidade. Em 10 de setembro de 1939 a Igreja católica
foi dissolvida e os bispos, os padres, os religiosos e os leigos cristãos foram
levados para a prisão e em campos de concentração na Sibéria. Passaram por
longos interrogatórios, acusados de espiões do Vaticano. Recusaram-se a se unir
aos cristãos ortodoxos e não abriram a boca sobre a Igreja do silêncio.
2060. A Redenção na dor
No
dia 28 de junho celebramos os quatro mártires ucranianos: Nicolau Charneskyj
(bispo), Basílio Velychkoviskyj e Bispo Zenão Kovalik Ivã Ziatek. Há ainda o Beato
eslovaco Domingos Metódio Trchka, cuja festa é dia 25 de agosto. O primeiro
martírio é soletrar seus nomes. Mas é possível. Nicolau (1884-1959) entrou
para a Congregação com 34 anos, já sacerdote e doutor. Foi missionário e depois
nomeado bispo. Preso em pelos comunistas em 1945, em campos de concentração. Teve
seiscentas horas de interrogatórios. Libertado para morrer, se recuperou e
guiava os cristãos ocultos no regime comunista. Beato Basílio (1903-1973) também
entrou adulto para a Congregação. Preso em 1945, condenado ao fuzilamento,
ficou dez anos na prisão. Foi nomeado bispo clandestinamente. Preso por três
anos. Depois de solto foi para o Canadá onde morreu em consequência de um
veneno que lhe aplicaram. Beato Zenão (1903-1941), grande pregador. Foi preso e morreu crucificado na
parede da prisão. Beato Ivã (1899-1952), foi professor de teologia. Entrou na Congregação
aos 35 anos. Morreu porque foi surrado na prisão.
2061. Alegria dos santos
Celebrar
os mártires é reconhecer neles o Cristo Redentor que continua completando o que
falta à Igreja que é seu corpo. São os filhos da redenção que fazem o caminho
do Redentor. É importante ter consciência de sua importância para a compreensão
do carisma da Copiosa Redenção que vivenciaram até o sangue. Na prisão,
continuaram sua missão fortalecendo os prisioneiros, mantendo a fé e a
resistência diante dos sofrimentos. Sejam um estímulo para uma maior coragem nas
dificuldades da vida religiosa. Sem sangue não há redenção. Possam eles nos ajudar a viver com mais força
nossa entrega a Cristo. Conheçamos suas vidas e os façamos conhecidos dos
fiéis.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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