Depois das
celebrações da Páscoa do Senhor que culminaram no envio do Espírito Santo, a
Liturgia convida todos os fiéis a um profundo e grande hino de louvor e de
adoração à Santíssima Trindade. A Igreja, nos grandes concílios dos primeiros
séculos, refletiu sobre este inefável mistério. À medida que apareciam doutrinas
estranhas sobre a Verdade da Fé, a Igreja se reunia e refletia buscando sempre
a Tradição. Temos uma doutrina segura sobre o Mistério revelado pelo Pai
através de Seu Filho, Palavra da Verdade, e do Espírito da Santidade. Somos
sempre convidados ao louvor e à adoração da eterna Trindade (oração da missa).
As orações refletem e rezam este mistério. As leituras nos ensinam que Deus
Trindade entrou na história da humanidade com gestos de salvação agindo através
de homens e mulheres que foram libertadores do povo. Todos os povos puderam ver
a salvação de nosso Deus (Sl 97,3). Desde a criação do mundo Deus se faz
salvador. Contemplamos essa salvação quando liberta o povo da escravidão do
Egito e o acompanha pelo deserto e por sua história. Deus, tendo assumido a Si
um povo particular, quis por meio dele, manifestar sua salvação. Na plenitude
dos tempos enviou seu Filho. Assim Jesus disse a Nicodemos: “Deus amou de tal
modo o mundo que entregou seu Filho para que todo que Nele crê, não e pereça,
mas tenha a vida eterna… Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o
mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17). As ações de Deus
sempre foram de salvação. A Igreja é anunciadora deste mistério e proclama sua
presença em cada sacramento. Como Corpo de Cristo, age para a salvação de
todos. São verdades inegociáveis. Contudo precisam ser mais conhecidas e
amadas.
Caminha conosco!
A experiência de
Deus não se reduz a um sentimento interior inefável, mas à certeza de que
caminha conosco. Moisés pede a Deus naquele momento de revelação: “Dignai-vos,
Senhor, caminhar no meio de nós”! (Ex 34,9). O Deus que adoramos é um Deus que
nos ama e está sempre conosco. Vivendo numa sociedade ausente de Deus, muito
ocupada com tantas atividades, perdemos a noção da presença atuante de Deus.
Ele é o Senhor da História e nos confia a missão de conduzi-la para que seu
amor seja atuado em justiça, fraternidade e vida para todos. O Deus que se
comove com as lágrimas do pequenino faminto, é o mesmo que se alegra com as
descobertas maravilhosas da inteligência de seus filhos. Se Deus caminha
conosco é para ensinar-nos a caminhar com os irmãos de tal modo que os
necessitados sintam que são amados por Deus.
Celebramos porque amamos
A celebração da
Eucaristia é um momento privilegiado de realizarmos o laboratório do amor.
Paulo convida ao beijo da paz (2Cor 13,12). Não se trata de um gesto ocasional.
É um modo de vida no qual todos sejam estimados como participantes do amor que
Cristo nos ensinou com sua palavra e sua vida. Essa é a maneira de aprendermos
a fazer o mundo novo. A celebração é também o momento de crescimento do amor a
Deus Trindade e na comunhão que nos oferece. A comunhão entre os irmãos é sinal
e realização da comunhão com a Trindade Santa. A celebração é o momento de ver
o Deus que caminha conosco e nos liberta entrando em nossa história pessoal e
comunitária. O mistério da Trindade não é inacessível, mas é um convite a um a
constante busca e aprofundamento de amor. Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo!
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