Misericórdia que
veio do alto
Diante
do nascimento de João Batista podemos contemplar “a misericórdia do alto que
nos vem visitar”. A misericórdia de Deus para com seu povo é apresentada pelo
nascimento de uma criança de um casal de idosos, sem esperanças, levando o
“opróbio” de não ter um filho. Isto significava um fracasso diante da sociedade
e até uma maldição. Não ter filhos significava ausência de uma bênção. A
criança era símbolo do povo de Israel que estava esgotado e já sem muitas
esperanças de um futuro. O Velho Testamento, mesmo esgotado, ainda tinha força
para gerar o futuro Messias. Isabel, representando a fertilidade do Antigo
Testamento, tem a certeza que a bondade de Deus para com ela foi obra de sua
misericórdia. Os vizinhos vieram festejar essa misericórdia na circuncisão do
menino (Lc 1,58). Zacarias ao proclamar a bondade
de Deus reza: “Graças à misericórdia de nosso Deus, o sol nascente virá nos
visitar” (Lc 1,78). João é a expressão da
misericórdia de Deus. Isabel foi libertada do opróbrio de não ter filho. A
humanidade se liberta do mal que acumulara nos séculos. Para Deus nada é
impossível, diz o Anjo a Maria, citando o que Deus fizera a Isabel (Lc
1,37).
A insistência sobre o nome está em sua missão: a graça misericórdia de Deus que
nos visita. Deus se abaixa para abraçar e acolher a todos. A história se torna
fecunda e germina o Salvador. Tem consciência que sua missão é em vista do
Messias. João é o maior entre os nascidos de mulher (Lc
7,28).
Sua missão ainda ressoa entre nós como os operários que preparam a vinda do
Senhor aos corações.
Ele se
fortalecia
“E o menino crescia e se fortalecia
no Espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou
publicamente a Israel” (Lc 1,80). Tinha o mesmo
ritmo de Jesus que crescia, mas estava no silêncio preparando-se para seu
ministério. É a imagem da ação de Deus que aguardou séculos até manifestar o
Salvador. É o caminho de cada um que quer um ministério fecundo: primeiramente
encher-se de Deus para depois leva-lo a todos com generosa abundância. João
vivia nos lugares desertos. O deserto nos educa para Deus. Significa o
conhecimento de si, de sua missão e a vitória sobre as forças contrárias ao
Reino. É um modelo de formação do líder cristão. Primeiramente acolher o
mistério de Deus e depois levá-Lo aos outros. O deserto exerce bem essa função.
O homem moderno tem medo do silêncio, pois o coloca diante de si mesmo. Há
sempre a procura de preencher o tempo vazio. O chamamento ao silêncio continua
sendo uma chamada permanente. Somente assim se pode ter um silêncio permanente
no meio do ruído. A areia do deserto esculpe em nós o rosto de Deus. Assim
podemos ser seus anunciadores.
Palavra
aguçada
São aplicadas a ele as profecias do
Servo de Javé que tem uma missão pelo povo de Deus: “Não basta ser meu servo
para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: Eu te
farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra” (Is
49,6).
Sua palavra caiu sobre Israel como uma chuva benéfica e alertou o povo para a
chegada do Messias, pois havia tempos que não aparecia um profeta. O povo soube
entender os tempos de Deus. Chegaram a ver nele o Messias prometido. Ele sabe
de seu lugar e afirma sua missão de preparar os caminhos do Senhor. Ele declara
sua condição de humilde servidor que traz o alegre anúncio da vinda do Messias.
A liturgia assim reza: “Alegrando-se pelo nascimento de João Batista, reconheça
Cristo por ele anunciado”.
Leituras; Isaias 49,1-6; Salmo
138; Atos 13,22---26;Lucas 1,57-66.80
1. O nascimento
de João manifesta a misericórdia de Deus.
2. O deserto moldou sua vida para ser
anunciador do Messias.
3. Sua missão é preparar os caminhos
do Senhor.
Eita Joãozinho danado
São
tantas histórias do Joãozinho. Essa de hoje é mais uma, não da mesma raça. João
foi muito danado, desde o seio materno. Tanto que já recebeu o Espírito Santo
no seio de sua mãe. Depois nasce já recebendo a missão de manifestar a
misericórdia de Deus. Depois tem uma formação forte e profunda, no deserto. Era
o lugar de formar os homens de Deus. Não é que Deus more no deserto. Mas ali
quase tem só Ele. Então dá para caprichar.
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