quarta-feira, 27 de junho de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Festa de Corpus Christi”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1432. Memorial do Senhor
               A festa do Corpo de Cristo tem uma longa história. No final do século XIII em Liège, na Bélgica, havia um grande movimento eucarístico. S. Juliana teve a inspiração de fazer uma festa para o Santíssimo Sacramento. O Papa Urbano IV, quando era padre, era seu orientador. Ele instituiu a festa para toda a Igreja. Atualmente não podemos dizer que perdemos o fervor antigo, só porque não fazemos como antigamente. Atualmente estamos mais voltados para a Eucaristia como um todo no qual o Sacrifício e o Sacramento estão unidos. O Santíssimo Sacramento não é um santo a mais. Por outro lado perdeu-se muito do sentido da presença de Jesus na Eucaristia. Há muito a se recuperar. Se Ele está ali sob as espécies de pão e vinho, deve ser reconhecido e adorado. É o mesmo Cristo que recebemos na Eucaristia e trazemos em nós depois da comunhão. Somos sacrários vivos da Eucaristia. Estamos assim unidos à Páscoa de Jesus. Rezamos na oração da missa: “Neste admirável Sacramento nos deixastes um memorial de vossa Paixão”. Memorial não é somente uma lembrança, mas atuação da presença Daquele que nos salvou em seu Mistério Pascal. Lemos como Deus alimentou seu povo com o pão do Céu e fez tantas maravilhas para seu povo. Paulo nos ensina que o vinho é o Sangue de Cristo e o pão é seu Corpo. Por eles entramos em comunhão com Cristo e todos formamos um só corpo, pois participamos do único Pão. Este memorial não é só uma lembrança, mas é sinal da Salvação. Na celebração se anuncia a Morte e Ressurreição do Senhor para a vida do mundo. A fome do mundo mostra que ainda celebramos mal.
1433. Comer a carne
               O capítulo VIº do evangelho de São João narra de modo estupendo o ensinamento sobre a Eucaristia. Entre os grandes sinais que nos levam à fé está o Pão da Vida. Primeiro fez o milagre da multiplicação dos pães. É a explicação do que vai ensinar. O ponto de partida é crer “Naquele que Deus enviou”. A prova que Deus O enviou é o Pão do Céu. Moisés deu o maná. Jesus afirma: Eu sou o Pão do Céu (34). Quem crê, tem a vida eterna (40). Cremos em Jesus que é o Pão do Céu. Quem come deste Pão tem a vida eterna (51). O Pão é sua carne dada para a vida do mundo (51). Na Ceia Jesus toma o pão e diz: Isto é o meu corpo... Tomando o cálice de vinho diz: Isto é meu sangue (Mt 2626-29). João coloca sob o prisma da Páscoa. Os judeus se escandalizaram e se afastaram (66). Pedro professa a fé: “A quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos que és o Santo de Deus” (68). Comer a carne de Cristo na Eucaristia é ato de fé que nos leva a buscar o Pão da Vida para recebê-Lo em nós e nos transformarmos Nele. Jesus escolheu o pão para simbolizar como se realiza esta transformação. O pão não é um símbolo vazio, mas o Corpo do Senhor. Assim ensina a fé cristã. O pão e o vinho consagrados são o Corpo e Sangue de Jesus.
1434. Sustento na caminhada
               Celebrando este Memorial, também na adoração deste mistério, recebemos os frutos da redenção. Jesus é adorado e recebido para entrarmos em comunhão com Ele. Quanto mais conheço Jesus mais o busco na comunhão. Por ela entro em comunhão também com os irmãos e me disponho a gerar comunhão com todos. Dizemos que somos sacrários vivos da Eucaristia, pois O levamos aos outros, e assumimos sua vida que veio para dar vida. Se não dermos vida, ainda não aprendemos a comungar. Celebrar a festa de Corpus Cristo é reconhecer sua presença na Eucaristia e mostrar exteriormente que cremos na presença em sua presença. Esta fé nos leva a reconhecer sua presença nos outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário