quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Beata Arcângela Girlani, religiosa - 25 de janeiro

   
     Há discrepâncias sobre a data de seu nascimento, pois o dia 25 de janeiro aparece como o dia de seu nascimento, da tomada de hábito e de sua morte. Ela nasceu no ano de 1460 em Trino de Montferrato, diocese de Vercelli, na influente família Girlani. Seus pais João e Ângela puseram-lhe o nome de Eleonora. Teve duas irmãs.
     Segundo o "Commentaria fratrum sororum et Mariae Virginis de Monte Carmelo Congregationis Mantuanae", muito menina foi enviada por seus pais a um mosteiro de clarissas para ser formada, onde ao se tornar adulta pensou em professar. O maior inconveniente era a proximidade e a influência de sua família naquele mosteiro, o que a impediria de levar uma vida religiosa oculta.
     A célebre Congregação Mantuana, que em inícios estava em todo seu esplendor, fundou em 1465 um convento de monjas carmelitas de clausura em Parma, o Mosteiro de Santa Maria Madalena, e nele, no ano 1477, vestiu o hábito Eleonor, mudando seu nome pelo de Arcângela. Com ela entraram também suas irmãs Maria e Francisca, em religião Maria e Escolástica.
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     Arcângela era devota dos mistérios da Natividade e da Paixão. Promoveu a devoção à Santíssima Trindade como remédio de todos os males. Ela era amante da pobreza. Não tocava no Breviário sem antes lavar as mãos em reverência a Deus.
     Para imitar a mortificação de Nosso Senhor Jesus Cristo, se vestia de áspero cilício, jejuava frequentemente a pão e água, tomava disciplina e se dedicava à oração e à leitura da vida dos santos. Muitas vezes era arrebatada em êxtase durante a oração. Uma noite da Natividade de Jesus, cantando as Matinas, permaneceu em êxtase até a hora Prima. Em uma Sexta-feira Santa, descalçando-se para ir adorar a Cruz de Nosso Senhor, foi arrebatada em êxtase e permaneceu assim todo o dia.
     Este amor de Deus tinha que se extravasar em amor ao próximo e, efetivamente, ela era o consolo da cidade de Mântua, que em seus reveses e desgraças acudiam todos a Beata Arcângela em busca de remédio, conseguindo, por sua mediação, toda sorte de favores.
     Em poucos anos foi eleita priora do mosteiro de Parma. Foi desde então o refrigério e a consolação de todas as monjas e entre elas a mais humilde e serviçal. Consolava as enfermas com carinho maternal e lhes fazia considerações oportunas, animando-as a sofrer com resignação. Quinze anos levava residindo no convento de Parma, santificando-se e santificando a suas religiosas com seu bom exemplo e a heroicidade de suas virtudes, quando os superiores determinaram fazer uma nova fundação de monjas em Mântua e a elegeram para esta obra.
     Com grande sacrifício obedeceu e, habituada aos caminhos do Senhor, em Mântua inicia a mesma vida que seguia em Parma. Os habitantes de Mântua logo se deram conta do bem que Deus lhes havia proporcionado com o convento das carmelitas. As mães levavam suas filhas para que a Beata Arcângela as instruísse nos caminhos do Senhor. O efeito não se fez esperar: sete daquelas jovens tomaram o hábito e sob sua direção se santificaram no claustro. A Beata deixou como priora deste convento sua irmã Escolástica.
     A Beata também fundou os conventos de São Barnabé e Santa Maria dos Anjos em Florença. Em 1492 fundou o de Santa Maria do Paraiso, onde viveu três anos, até sua morte.
      Quando depois de penosa enfermidade, sentindo que sua hora chegara, reuniu suas monjas para as exortar e lhes dar, à maneira de testamento, seus últimos conselhos. Expirou dizendo: “Jesus, amor meu, tem piedade de mim”. Nesse mesmo instante ela apareceu a sua irmã Escolástica, em Parma. Era o dia 25 de janeiro de 1495. Foi enterrada em um túmulo como todas as monjas e logo o seu corpo incorrupto foi trasladado para uma urna sob o coro, como resultado dos muitos milagres que ela obtinha de Deus.
     Consta que em 25 de maio de 1499 foi celebrada a primeira missa em sua homenagem, a pedido dos marqueses Francisco e Isabel de Gonzaga, fundadores do mosteiro e parentes do bispo, Ludovico Gonzaga. Em 1612, Domenico Zambono publicou a primeira “vitae” (hoje desaparecida) conhecida da Beata Arcângela, em tom de louvor, com uma extensa relação de virtudes, penitências, milagres junto a seu túmulo.
     Em 1782, o Imperador José II da Áustria suprimiu o mosteiro e o corpo incorrupto da Beata Arcângela foi preservado com uma solução embalsamatória, e foi trasladado para Trino. Em 1802 foi trasladado para a Igreja de São Lourenço, onde permanece até hoje.
     Em 1º de outubro de 1864, o Beato Papa Pio IX aprovou o culto imemorial e concedeu à Ordem celebrar sua memória no dia 29 de janeiro, e na cidade de Trino e na diocese de Vercelli, no dia 27 do mesmo mês. Suas irmãs, Maria e Escolástica, também receberam culto como beatas, mas que nunca foi confirmado e se perdeu com o tempo.
     Em 1932 o corpo foi novamente descoberto e se viu que o procedimento químico para conservar o corpo havia sido mal feito e em alguns locais a carne havia pulverizado. Foi colocada uma máscara de prata no rosto e nas mãos. Em 1960, numa última análise, o corpo ainda se encontrava flexível e algumas partes bem conservadas.
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