Era primogênita de seis filhos de família nobre, sendo seus pais o advogado José Santocanale, proprietário de muitos bens, e Catarina também proprietária de muitos imóveis.
Em 1861, com 9 anos de idade, fez a primeira comunhão na sua paróquia: “Chorei o tempo todo – ela escreve – como estava feliz! Na adolescência, comecei a ser vaidosa: gostava muito de me vestir bem, que além de atrapalhar o corpo, enfraquecia a alma”.
Em 6 de março de l869, foi com sua mãe à Catedral de Palermo ouvir as pregações quaresmais. “Naquele dia – escreve Carolina – quando o pregador falou sobre a Samaritana, fiquei abalada. O Evangelho da mulher Cananéia despertou na minha alma tanta fé e tão grande confiança em Deus, que nunca mais se apagou”.
Com a idade de 19 anos visitou seu avô doente, o qual morreu pouco tempo depois deste encontro. Como resultado desta visita, conheceu o Padre Mauro Venuti, que se tornou seu diretor espiritual.
Em l873 foi eleita presidente da Congregação das Filhas de Maria de Palermo, cargo que aceitou com grande entusiasmo como um autêntico exercício de preparação para a futura vocação religiosa. De fato, experimentava uma alegria de Paraíso. Mas não há rosa sem espinho, nem alegria separada da provação. Durante esta etapa de sua vida contraiu uma doença e a suportou por 16 meses, sofrendo fortes dores, e a superou em 1887.
Carolina hesitava entre levar uma vida religiosa contemplativa ou ativa. A profunda miséria material e espiritual que tinha constatado em Cinisi perturbava-a. Ela identifica a sua escolha de vida na Ordem Terceira Franciscana, muito promovida pelo Papa Leão XIII. Decidiu ingressar nela e em 13 de junho de 1887 recebeu o hábito franciscano como membro professo da OFS, assumindo o nome de Irmã Maria de Jesus.
Como São Francisco se tornou pobre entre os pobres e com o alforje nos ombros andava de porta em porta. Jesus Eucaristia é o fundamento da sua vida: Ele se tornava cada dia Pão que ela repartia com cada doente, cada criança, para as numerosas famílias. A Beata percorria Palermo visitando os pobres e os doentes de porta em porta, dedicando-lhes sua vida.
Ela consumou o ideal que estava presente no mais íntimo de sua alma desde a adolescência, ao se entusiasmar com a obra de Frei Tiago Gusmão (já beatificado), fundador do “Pão dos pobres”, quando, com o consentimento do pároco de Cinisi ela implantou a obra do “Pão dos pobres” na paróquia.
Em 13 de junho de 1910, depois de uma preparação com retiros dados pelo Padre Antonio Palermo e o Padre Fedele de Cinima, ela e suas filhas receberam o hábito religioso das mãos de S. Excia. D. Gaspar Bova. Irmã Maria de Jesus e suas filhas começaram uma nova vida, estabelecida na Regra e nas constituições, firmemente decididas a seguir o caminho da perfeição religiosa.
Foi dado a nova Congregação o nome de Irmãs Capuchinhas da Imaculada Conceição de Lourdes, fundada nesse mesmo dia e ano, dia de Santo Antônio de Pádua em Cinisi (Palemo), sendo esta Santo nomeado como Padroeiro da Congregação.
A Congregação foi aprovada em 24 de janeiro de 1923 como um Instituto de vida consagrada de direito diocesano pelo Arcebispo de Palermo, D. Alessandro Lualdi.
Madre Maria de Jesus faleceu poucos dias depois da aprovação de sua Congregação, em 27 de janeiro de 1923. O funeral foi celebrado no dia 29. Seus restos foram transladados para a igreja de seu instituto em 24 de outubro de 1926.
O Papa Pio XII reconheceu sua Congregação em 1947 como um Instituto de direito Pontifício e o Papa Paulo VI emitiu um Decretum Laudis para a Congregação em 1968.
As Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, atualmente estão presentes não só na Itália, mas em outras fronteiras como: Brasil, Albânia, México e Madagascar.
Madre Maria de Jesus foi beatificada no domingo 12 de junho de 2016, na Catedral de Monreal, pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a causa dos santos.
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