quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “A paz esteja nesta casa”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Ele enviou os discípulos  
Jesus está em viagem para Jerusalém onde deve realizar o desígnio da vontade Divina. Jesus associa setenta e dois discípulos à missão de anunciar a proximidade do Reino de Deus. Vão preparar os lugares aonde Jesus deverá ir. O evangelizador prepara o encontro pessoal com Jesus que por seu Espírito vai ensinar a todos.  Os discípulos vão dois a dois. Isto significa a garantia para a validade do testemunho. A pregação exige que seja testemunhada como comunidade. Não é uma obra individual. A comunidade tem a presença de Jesus. Ele ensina: “Quando dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Esse texto reflete a situação das comunidades. Podemos ler aí que todos são convocados à evangelização, não só os apóstolos. São também enviados a preparar a vinda de Jesus. O evangelista insiste em pontos práticos: A obra não é individual, mas da comunidade, como vemos quando Paulo e Barnabé são enviados pela comunidade de Antioquia e voltam para prestar contas; Jesus ensina que não devem passar de casa em casa. Este era um problema do momento. Alguns se diziam apóstolos e viviam nas costas dos outros perambulando a título de pregadores. A evangelização não é para recolher benefícios, mas a comunidade deve sustentá-los, pois o operário é digno do salário (Lc 10,7). Devem ser despojados e firmados na missão: Não é turismo. Ficamos incomodados com a frase: “Não devem cumprimentar ninguém pelo caminho”. Não se trata de uma grosseria, mas de não se envolver em conversas longas, como é costume na hospitalidade. Jesus avisa que não será fácil: “Eu vos envio para o meio de lobos” (3). A arma contra os lobos será a simplicidade, o desapego e o anúncio da paz. Não estarão fazendo concorrência, mas tomando uma posição diferente diante das propostas do mundo.
A paz esteja nesta casa
               Os discípulos levam a paz que é a totalidade dos bens. A evangelização, como nos mostra o profeta Isaias (66,-14c), é um anúncio de júbilo e de paz como um rio para Jerusalém. Ele a compara com termos de ternura materna com os filhinhos. A recusa do anúncio do Evangelho não é simplesmente humana, mas obra do maligno. A obra missionária é uma continuação da obra de Jesus: vencer o mal. Jesus lhes diz que viu o demônio cair do céu como um raio (18). O anúncio do Reino é a destruição de todo poder do mal e de sua estrutura.  A messe é grande e poucos são os operários. É o mesmo clamor que temos até hoje. Por que temos que pedir operários? É o Pai quem convoca para uma missão que é do Filho. O Pai sempre está chamando. Temos que pedir.
Trazer as marcas de Cristo
               Somente estampando em nós as marcas da Morte e Ressurreição de Jesus é que seremos verdadeiramente discípulos anunciadores. As marcas de Cristo não são estigmas sangrentos, mas a crucifixão para o mundo e morte para o que não se ajusta à cruz de Cristo. Somente nela temos condições de fazer um anúncio coerente e consistente. O evangelizador da fé vai dar o testemunho de levar a paz aos lugares de sofrimento e das marcas dos pecados, mesmo à custa de ser crucificado pelo mundo. O discípulo não é maior que o Mestre. Não deixarão de anunciar o Reino da paz. Ela destruirá as forças do mal. Quem recusar vai ficar somente com o pó. Tudo isso é bom, mas melhor, diz Jesus é a certeza de ter os nomes escritos no Céu (Lc 10,20).
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