As imagens e pinturas dos apóstolos não retratam
suas características humanas que mostrassem
como teriam sido. Nós os identificamos por um símbolo que trazem. Pedro traz a
chaves. Paulo tem a espada e o livro. Cada apóstolo tem seu símbolo. Estes símbolos
lembram sua missão ou seu martírio. Celebrando S. Pedro e S. Paulo juntos,
lembramos a mesma missão realizada em dois mundos diferentes como rezamos no
prefácio da Missa: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja
primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações,
anunciou-lhes o evangelho da Salvação”. Pedro evangelizou os judeus e Paulo os
pagãos. Sofreram o martírio em Roma, de modos diferentes: Pedro foi
crucificado. Paulo, por ter direitos de romano, foi decapitado, nos mesmos
dias. Unidos na missão, unidos no testemunho final. Unidos na celebração. A
Igreja celebra-os com grande júbilo, também popularmente, pois os dois
apóstolos nos deram as primícias da fé (oração). São eles nossa ligação imediata com o Senhor
Jesus Ressuscitado do qual foram testemunhas. Quando lembramos o símbolo de
Pedro, as chaves, pensamos mais em sua missão de fechar para conservar. Papa
Francisco disse: "Prefiro uma
Igreja acidentada por sair, do que uma doente por fechar-se”. A
ordem é ir adiante. Foi justamente isso que fez Pedro e também Paulo de ir
avante com a Palavra, defendendo os direitos de todos poderem crer em Jesus na
liberdade. Eles batalharam muito pelo evangelho. Quem encontra Jesus não
consegue ficar calado, com a Boa Nova só para si. Seu ardor missionário vem de sua fé incondicional. O evangelho mostra a
profissão de fé que está no centro do texto do evangelho. Pedro esteve presente
a todos os momentos de Jesus até à profissão de amor (Jo
21,17): “Tu sabes tudo, sabes
também que te amo”, mesmo na fragilidade. A fé é um ato de amor. Paulo diz: “Guardei
a fé”. Essa lhe foi tudo, a ponto de se tornar um com Cristo: “Não sou em que
vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
O Senhor esteve a meu lado
Em seus momentos de dificuldade puderam sentir
e proclamar a presença de Cristo a seu lado. Não o livrou do sofrimento, mas o
preservou até mesmo o livrou da boca do
leão. Tudo para que a mensagem fosse anunciada integralmente e ouvida por todas
as nações. (2Tm 4,17).
Presença é assegurada a todo aquele que crê. A fé os conduz a atitudes de
fortaleza, constância e uma criatividade espiritual acima de todo limite. Levam
a mensagem do evangelho como fruto de uma decisão de vida por Cristo. Não têm
outros interesses. Esses homens tiveram que romper com um passado judaico que
eles amavam.
Uma missão que continua
Rezamos a Deus, na liturgia de hoje, pedindo
que Deus nos conceda “seguir os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as
primícias da fé” (Oração).
Seu ensinamento conduziu a outros para a mesma missão. Como eles se puseram a
serviço da palavra, convidam-nos também a levar adiante esta missão. Pedro e
Paulo não são homens a serem admirados, mas imitados e continuados no serviço
da Palavra, das comunidades para que Cristo seja tudo em todos (Cl
3,11). Rezamos pedindo para “continuar
vivendo de tal modo na vossa Igreja, que perseverando na fração do pão e na
doutrina dos apóstolos, e enraizados no vosso amor sejamos um só coração e uma
só alma” (Pós comunhão). Os dois congregaram a única família de Cristo, unidos pela coroa do
Martírio recebem igual veneração.
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