segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

VILLANA DE BOTIS Esposa, Mãe, Terceira, Beata 1332-1361

Villana de Botis nasceu em Florença, na Itália, em 1332 no seio de uma família cujo pai era um rico comerciante; ela foi contemporânea de Santa Catarina de Sena. Desde a sua tenra idade ela sentiu-se atraída pelo silêncio dos claustros, mas seu pai forçou-a a desposar, em 1351, quando ela tinha 29 anos de idade, Rosso Benintendi. A tímida donzela não ousou opor-se à vontade paterna e encontrou-se assim levada pelo turbilhão das festas mundanas que muito depressa seduziram o seu coração simples e inexperiente às coisas da vida. Mas Deus, que é um eterno amoroso das almas puras e simples, queria e tinha escolhido esta alma desde a sua tenra infância, interveio de maneira insólita. Ao cair de uma certa noite, Villana dum sumptuoso espelho, querendo admirar a sua esplêndida cabeleira, procurou em vão encontrar o seu rosto no espelho, mas nele ela só encontrou diante dela uma espécie de monstro que a intimidava. Mas não foi ilusão, como ao princípio ela pensou, porque todos os outros espelhos da casa mostravam, quando ela deles se aproximava, a mesma imagem horrorosa. Foi o suficiente para que ela compreendesse e, imediatamente tomasse a importante decisão de entrar no convento das dominicanas de Santa Maria a Nova e, aos pés do confessor, banhada em lágrimas, libertou o seu coração, encontrando assim o perfume encantador da sua alma de criança.
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Depois, como se quisesse colocar um selo indelével nas suas boas resoluções, ela vestiu o hábito da Terceira Ordem Dominicana e retomou uma vida toda voltada para o Senhor e cheia de um santo fervor. A partir desse momento, uma verdadeira chama de caridade a consumia literalmente e foi também a partir dessa ocasião que ela recebeu insignes favores do Senhor que então podia dizer como e Esposo do Cântico dos Cânticos: “Tu és bela, minha querida, tu és formosa! Por detrás do teu véu os teus olhos são como pombas” (Ct. 4, 1). Como sempre, Deus lhe reservava, para a purificar, diversas e peníveis provas que ela aceitava com uma grande humildade, porque agora ela queria, do mais profundo do seu coração, assemelhar-se a Jesus Crucificado. Ela tinha compreendido muito bem o conselho de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc. 9, 23). Por amor a Jesus, ela socorreu os pobres, tal como só uma mãe sabe fazê-lo, sem no entanto esquecer os seus deveres familiares, dando assim um excelente exemplo de mãe cristã. Agora, também ela podia exclamar como a Esposa do Cântico: “Vou levantar-me e percorrer a cidade, as ruas e as praças, em busca daquele que meu coração ama” (Ct. 3, 2). No dia 29 de Janeiro de 1361, no seu leito de morte, ela desejou revestir-se do hábito branco das Dominicanas e, enquanto era recitada a Paixão do Senhor, ela entregou a sua bela alma a Deus, no memento mesmo em que o leitor lia esta frase do Evangelho: “Entre a tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc. 23, 45). O seu corpo repousa na Basílica de Santa Maria a Nova, num sarcófago de mármore, obre do escultor Bernardo Rossellino. O Papa Leão XII confirmou o seu culto a 27 de Março de 1824. Afonso Rocha

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