“Ninguém
tem maior amor que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Jesus nos deu este testemunho e provou que era
nosso amigo quando deu Sua vida por nós para tivéssemos a Vida (Jo 3,15). De todas Suas palavras, Seu testemunho de
fidelidade ao Pai foi a Palavra que confirmou Seu ensinamento e nos deu a
certeza de sua veracidade. Deus não queria esse sofrimento, mas o aceitou para
nossa vida. Se o martírio de Cristo valeu-nos a salvação, o sofrimento e
martírio dos que sofrem pela fé, pela verdade e pela justiça nos unem ao
sofrimento de Cristo e se torna salvador, como nos escreve Paulo: “Nós os vivos,
somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a
vida de Jesus seja manifestada em nossa carne mortal (2Cor
4,11-12). Em sua carne, os mártires dão
esse testemunho. “Por Ele perdi tudo.... para conhecê-Lo, e o poder da Sua
ressurreição e a participação dos Seus sofrimentos, conformando-me a Ele na Sua
morte”(Fl 3,8.10). Em toda a história
da salvação encontramos esses belos testemunhos. Jesus já dissera quando
caminhava para o Calvário: “Porque se fazem assim com o lenho verde, o que
acontecera com o seco?” (Lc 23,31).
Já no Antigo Testamento conhecemos os sofrimentos pela fidelidade a Deus: “Eles,
de quem o mundo não era digno, erravam pelos desertos e pelas montanhas e
grutas e cavernas da terra” (Hb 11,38).
Desde o início os cristãos sofreram perseguição e morte, a começar por Estevão,
primeiro mártir. Pedro, escreve em sua carta: “Não vos alarmeis com o incêndio
que lavra entre vós, para vossa provação, como se algo de estranho vos tivesse
acontecendo” (1Pd 4,12). No
correr da história sempre houve martírio. A Igreja quanto mais fiel, mais
sofredora. O sofrimento não é só sangue derramado, mas é também a fidelidades ao evangelho e a dedicação ao
amor que exigem entrega.
1283.Testemunho
na provação
Participamos
da missão de Jesus e de Seu martírio, como Ele próprio diz: “Vós que permanecestes
constantemente comigo em minhas provações” (Lc 22,28). A palavra mártir
significa testemunha. Nós, os redentoristas, temos diversos mártires
sacerdotes e irmãos. São 4 ucranianos, 1 eslovaco, 6 espanhóis que serão
beatificados dia 13 de outubro de 2013, outros 16 espanhóis estão em processo.
Há ainda 2 poloneses mortos pelo nazistas. Temos ainda um jovem irmão que
morreu no campo de concentração do Viet Nam, Marcel Van. Seus sofrimentos
permanecem vivos como um testemunho de Jesus. Sua vida de fé deu-lhes força
para vencer os tormentos do martírio. Por isso rezamos no salmo: “Guardei minha
fé, mesmo dizendo é demais o sofrimento em minha vida” (Sl 115). Sua vida de dedicação à fé e à comunidade chega ao
máximo na morte por Cristo. Como dizia S. Perpétua ao dar a luz na prisão. Aqui
sofro eu. Na arena sofre Cristo em mim.
1284.
Homens da história
Há
muita gente boa e santa que não foi honrada com o título de santo. Alguns foram
proclamados santos. Por que os santos permanecem na memória do povo e são
nossos intercessores? Estes permanecem por sua bondade e santidade. São homens
e mulheres que mostram um Evangelho vivo, escrito com as letras do dia a dia e
fidelidade a Deus. O povo mantém sua memória porque mostram como se serve a Deus
e às pessoas. São um testemunho e diante de Deus oram por nós. É isso que
chamamos de intercessão. Se podemos pedir às pessoas para rezaram por nós e nós
rezamos pelos outros, quanto mais podemos pedir aos que se encontram junto de
Deus exercem esta caridade. A intercessão não está nas palavras, mas na união a
Deus. Quem se une a Deus leva consigo o mundo.
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