sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “A carne se faz Palavra”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1282. Uma missão de todos
            “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Jesus nos deu este testemunho e provou que era nosso amigo quando deu Sua vida por nós para tivéssemos a Vida (Jo 3,15). De todas Suas palavras, Seu testemunho de fidelidade ao Pai foi a Palavra que confirmou Seu ensinamento e nos deu a certeza de sua veracidade. Deus não queria esse sofrimento, mas o aceitou para nossa vida. Se o martírio de Cristo valeu-nos a salvação, o sofrimento e martírio dos que sofrem pela fé, pela verdade e pela justiça nos unem ao sofrimento de Cristo e se torna salvador, como nos escreve Paulo: “Nós os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa carne mortal (2Cor 4,11-12). Em sua carne, os mártires dão esse testemunho. “Por Ele perdi tudo.... para conhecê-Lo, e o poder da Sua ressurreição e a participação dos Seus sofrimentos, conformando-me a Ele na Sua morte”(Fl 3,8.10). Em toda a história da salvação encontramos esses belos testemunhos. Jesus já dissera quando caminhava para o Calvário: “Porque se fazem assim com o lenho verde, o que acontecera com o seco?” (Lc 23,31). Já no Antigo Testamento conhecemos os sofrimentos pela fidelidade a Deus: “Eles, de quem o mundo não era digno, erravam pelos desertos e pelas montanhas e grutas e cavernas da terra” (Hb 11,38). Desde o início os cristãos sofreram perseguição e morte, a começar por Estevão, primeiro mártir. Pedro, escreve em sua carta: “Não vos alarmeis com o incêndio que lavra entre vós, para vossa provação, como se algo de estranho vos tivesse acontecendo” (1Pd 4,12). No correr da história sempre houve martírio. A Igreja quanto mais fiel, mais sofredora. O sofrimento não é só sangue derramado, mas é também  a fidelidades ao evangelho e a dedicação ao amor que exigem entrega.
1283.Testemunho na provação
            Participamos da missão de Jesus e de Seu martírio, como Ele próprio diz: “Vós que permanecestes constantemente comigo em minhas provações” (Lc 22,28). A palavra mártir significa testemunha. Nós, os redentoristas, temos diversos mártires sacerdotes e irmãos. São 4 ucranianos, 1 eslovaco, 6 espanhóis que serão beatificados dia 13 de outubro de 2013, outros 16 espanhóis estão em processo. Há ainda 2 poloneses mortos pelo nazistas. Temos ainda um jovem irmão que morreu no campo de concentração do Viet Nam, Marcel Van. Seus sofrimentos permanecem vivos como um testemunho de Jesus. Sua vida de fé deu-lhes força para vencer os tormentos do martírio. Por isso rezamos no salmo: “Guardei minha fé, mesmo dizendo é demais o sofrimento em minha vida” (Sl 115). Sua vida de dedicação à fé e à comunidade chega ao máximo na morte por Cristo. Como dizia S. Perpétua ao dar a luz na prisão. Aqui sofro eu. Na arena sofre Cristo em mim.
1284. Homens da história
            Há muita gente boa e santa que não foi honrada com o título de santo. Alguns foram proclamados santos. Por que os santos permanecem na memória do povo e são nossos intercessores? Estes permanecem por sua bondade e santidade. São homens e mulheres que mostram um Evangelho vivo, escrito com as letras do dia a dia e fidelidade a Deus. O povo mantém sua memória porque mostram como se serve a Deus e às pessoas. São um testemunho e diante de Deus oram por nós. É isso que chamamos de intercessão. Se podemos pedir às pessoas para rezaram por nós e nós rezamos pelos outros, quanto mais podemos pedir aos que se encontram junto de Deus exercem esta caridade. A intercessão não está nas palavras, mas na união a Deus. Quem se une a Deus leva consigo o mundo.

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