No martirológio franciscano Cristiana é confundida com a figura de outra damianita (isto é, as primeiras Clarissas, que viviam no Mosteiro de São Damião), Cristiana filha de Cristiano de Paride sua contemporânea, mas talvez mais jovem. O texto do processo de canonização de Santa Clara permite distingui-las. O Frei Mariano de Florença a chamou de Cristina.
Ela pertencia à família de um dos associados da catedral, Suppo de Bernardo, que em 1165 fez um testemunho junto com Offreduccio, avô de Santa Clara, com quem Cristiana viveu em Assis na mesma casa (e isso nos levaria a considerá-la como parente da Santa). Ele pode narrar ter visto e ouvido algumas particularidades em torno da porta de fuga da casa de seu pai (Processo, XIII, 1, p. 482), bem como em torno da venda de ativos que a Santa não queria dar aos parentes para não decepcionar os pobres (ibid., 11, p. 483).
Cristiana foi talvez a fundadora do mosteiro de Damianitas em Carpello, aquele de Foligno (1217). Ela ingressou no convento de São Damião em 1220 e esteve presente em várias curas milagrosas feitas pela Santa abadessa. Seu nome aparece no documento de 1238.
Em 1241, por ordem de Santa Clara convocou as irmãs para a oração enquanto Assis era cercado por Vital (Processo, p. 483). Tendo dado seu depoimento em 24 de novembro de 1253, devemos deduzir que a morte de Cristiana tenha ocorrido posteriormente a esta data.
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A outra Cristiana não deve ser confundida com a homônima filha de Bernardo, sua contemporânea. Esta Cristiana descendia de uma família de cavaleiros que viviam em São Tiago de Murorotto; seu pai, Cristiana Paride, foi cônsul de Assis em 1210.
A Benta entrou no mosteiro de São Damião em 1246-1247 e nos tempos de sua vida nele viu com os próprios olhos a Santa Madre Clara incólume, apesar de uma pesada porta ter caído sobre ela (Processo, V, 5, p. 464). Sofrendo de surdez em um ouvido, ela foi curada quando a santa abadessa fez um Sinal da Cruz sobre o local doente (ibid., P. 463), no verão de 1252.
Na deposição de 24 de novembro de 1253 relativa a Clara, afirmou acreditar "que tudo o que se poderia dizer sobre a santidade de uma mulher, depois da Virgem Maria, realmente se pode dizer sobre ela".
No martirológio franciscano ela é recordada no dia 21 de janeiro, confundindo-a com a homônima acima lembrada.
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