Evangelho segundo S. Mateus 14,13-21.
Naquele
tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se
num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as multidões o
souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n’O por terra. Ao desembarcar,
Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe:
«Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta gente, para que
vá às aldeias comprar alimento». Mas Jesus respondeu-lhes: «Não precisam de
se ir embora; dai-lhes vós de comer». Disseram-Lhe eles: «Não temos aqui
senão cinco pães e dois peixes». Disse Jesus: «Trazei-mos cá». Ordenou
então à multidão que se sentasse na relva. Tomou os cinco pães e os dois peixes,
ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos
discípulos, e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e ficaram
saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos. Ora, os que
comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino
24, «A multiplicação dos pães »
Vendo que o dia se punha, os apóstolos do
Redentor foram ter com Ele, exclamando: «Mestre, a hora já vai avançada, e toda
esta gente está consumida pelo jejum; ora, este sítio é deserto, como sabes.
Manda-os embora antes que chegue a noite, para que possam ir às aldeias comprar
pão. Pois esta gente não é capaz de jejuar como nós, a quem Tu deste a força
porque és o pão celeste da imortalidade.
Tu és, por natureza, o grande
Salvador do mundo, e a todos ensinaste o conhecimento; alimentando o povo com
palavras de verdade; guiaste os homens para o caminho da salvação, dando-lhes a
conhecer a justiça. Eles alimentaram espiritualmente a alma, mas agora precisam
de cuidar do corpo. [...] Manda-os embora, pois estamos preocupados. [...] Tu
ensinaste os teus discípulos e apóstolos a terem compaixão de todos, porque Tu
és o pão celeste da imortalidade [...].»
Cristo ouviu estas palavras e
respondeu-lhes: «Enganais-vos, pois não sabeis que Eu sou o Criador do mundo.
Mas Eu velo pelo mundo e sei muito bem do que esta gente precisa; vejo que estão
no deserto e que o sol já se pôs, pois fui Eu quem fixou o ciclo do sol. Sei o
que é a exaustão desta gente e sei o que vou fazer por ela. Eu próprio serei
remédio para esta fome, porque sou o pão celeste da imortalidade [...].
Estais a pensar: "Quem alimentará esta multidão no deserto?" Pois bem,
sabei claramente quem Eu sou, amigos: fui Eu quem alimentou Israel no deserto e
quem lhe deu pão vindo do Céu. Num lugar árido, fiz que da rocha jorrasse água,
e ainda lhes providenciei codornizes em abundância, porque Eu sou o pão celeste
da imortalidade [...].»
Do mesmo modo, multiplica também em todos nós, ó
Salvador, as tuas imensas misericórdias e, tal como saciaste a multidão no
deserto com a tua sabedoria e a alimentaste com a tua força, sacia-nos a todos
de justiça, tornando-nos firmes na fé, Senhor. Alimenta-nos, ó Deus compassivo;
dá-nos a tua graça e o perdão pelos nossos erros [...], pois Tu és o Cristo
único, o Misericordioso, o pão celeste da imortalidade.
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