sexta-feira, 30 de junho de 2017

A BICICLETA ROUBADA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO
REDENTORISTA
Certo homem encostou sua bicicleta junto à parede do mercado e entrou para fazer compras. Ao sair, envolvido pela conversa de um amigo que ofereceu carona em seu carro, esqueceu a bicicleta e foi embora com ele.Só no dia seguinte lembrou-se dela quando ia sair para o serviço. Foi correndo ao mercado. No caminho ia rezando e pedindo a Deus que a guardasse para ele.Que alegria ao encontrar a bicicleta no mesmo lugar onde a deixara na véspera! Montou nela e foi à igreja para agradecer. Desta vez foi mais prudente. Levou para dentro seu veículo de pobre e o encostou na parede do fundo, enquanto foi ajoelhar-se no altar da frente.Agradeceu ao bom Deus, e com semblante sereno foi pegar a bicicleta. Que susto! Que frustração! Fora roubada ali dentro da igreja. 
Lição:- Na primeira vez foi esquecimento e Deus “quebrou o galho” para o homem. Na segunda vez, foi imprudência e temeridade. Deus não está obrigado a fazer aquilo que podemos fazer.
Palavra de Deus: As virgens prudentes, porem, levaram óleo de reserva... (Mt 25,4). 
Oração:Senhor! Livra-nos do mal e também da imprudência.Que a gente seja simples como as pombas e prudente como a serpente.
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REFLETINDO A PALAVRA - “Caminhos de ano novo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Viver na esperança
            Viver os tempos novos com renovada esperança é o que nos anima no início deste Ano Novo. A espiritualidade cristã nos conduz a esperar cima a de toda esperança (Pe. Zezinho). Esperança não é um atestado de tempos ruins, situações difíceis ou necessidades de mudança. É um pouco mais. Nos tempos mais difíceis, quando se chegava a passagem de ano, ouvíamos: “No ano que vem vai ser melhor”. Não chegamos ainda à perfeição, por isso ainda podemos ter esperanças de coisas melhores. Queremos, contudo, aprofundar mais o conhecimento desta virtude. A esperança é uma virtude teologal dada por Deus. Ela é uma virtude positiva que nos estimula a olhar mais longe e ver a meta para qual conduzimos nossa vida. A esperança é um modo de vida, não a busca de outro modo de vida. A Carta aos Hebreus diz que “fé é um modo de possuir o que se espera, um meio de conhecer as realidades que não se vêem” (Hb 11,1). Esperança é ter já conquistado, mas ainda não apossado.  Ela nos ensina a ter, mas não agora. Viver na esperança é um modo que conduz à alegria. Não nos deixa no desconhecimento de nosso futuro, mas na certeza que as promessas de Deus vão se cumprir. A prova que se cumprirão é que Deus já cumpriu tantas promessas e realizou tantos prodígios em nosso favor. O receio que podemos ter é de não conseguir corresponder a tão maravilhoso dom que Deus faz de si mesmo em nossa vida e será eterno, quando vivermos sua vida na glória. Deus realiza grandiosa atração sobre nós para, com Seu Filho, nos encerrar em Seu coração, isto é, na comunhão de Seu amor. A esperança dá sentido à nossa fé e nossa caridade no momento em que vivemos.
Esperança se constrói
            Não vivemos de idéias e muito menos de palavras. Temos nossa vida em nossas mãos e ela se realiza na medida em que a colocamos em ação. A vida é um milagre, mas não podemos viver pensando resolver nossos problemas através de milagres. O milagre não é para assumir nosso lugar, mas para nos convocar a assumir a parte da vida que nos compete. A busca do milagre tem mais de egoísmo que de entrega de vida a Deus. Jesus não pediu milagres para Si, mas os fazia pelos outros. O que pediu foi que o Pai o libertasse do sofrimento da morte, mas que não se fizesse a sua, mas a vontade do Pai (Lc 22,42). Construímos a Esperança quando colocamos uma destinação futura às nossas atividades. Saímos de nós mesmos e procuramos o sentido em Deus que assume nossa vida. Construir a esperança é ver onde fundeamos nosso barco. Onde lançamos nossas âncoras. Jesus nos diz de colocar nossas preocupações em Deus. Pensar no dia de hoje. O dia de amanhã se preocupará consigo mesmo (Mt 6,34). Não nos fecha no momento presente, mas coloca nossa segurança em Deus hoje para que amanhã o dia tenha sua plenitude.
Frutos de da esperança
            No Natal os Anjos desejaram a Paz cantando “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama” (Lc ,14). Viver a paz é viver todos os bens. A atitude dos pastores foi ir buscar o que os Anjos anunciaram. O fruto da esperança de Maria é a contemplação de tudo o que estava acontecendo. É uma atitude de abertura ao mistério de Deus presente em nossa vida. A esperança dos Magos busca o Menino e abrem seus tesouros. A generosidade do amor que sai de si para ofertar. Sem oferta não sabemos retribuir o que Deus nos oferece em seu Filho.

EVANGELHO DO DIA 30 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Mateus 8,1-4.
Ao descer Jesus do monte, seguia-O uma grande multidão. Veio então prostrar-se diante d’Ele um leproso, que Lhe disse: «Senhor, se quiseres, podes curar-me». Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Eu quero: fica curado». E imediatamente ficou curado da lepra. Disse-lhe Jesus: «Não digas nada a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego 
Hino n.º 30 
«Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: 'Eu quero, fica curado!'»
Antes de brilhar a luz divina, 
Não me conhecia a mim mesmo. 
Vendo-me nas trevas e na prisão, 
Preso num lamaçal, 
Coberto de sujidade, ferido, com a carne inchada [...], 
Caí aos pés daquele que me iluminara. 
E Aquele que me iluminara tocou com suas mãos 
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas; 
No sítio onde a sua mão tocou e aonde o seu dedo se chegou, 
No mesmo momento se soltaram as cadeias, 
Daí desapareceram as feridas e toda a sujidade. 
A mácula da minha carne desapareceu [...] 
Pois Ele tornou-a semelhante à sua mão divina. 
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo 
Participam da glória divina. 

Assim que fui purificado e liberto das minhas cadeias, 
Eis que Ele me estende uma mão divina, 
Retira-me completamente do lamaçal, 
Abraça-me, lança-Se-me ao pescoço, 
Cobre-me de beijos (Lc 15,20). 
E a mim, que estava completamente exausto, 
E tinha perdido as forças, 
Põe-me aos ombros (Lc 15,5), 
E leva-me para fora do meu inferno. [...] 

É a luz que me transporta e me sustenta; 
Que me conduz para uma grande luz. [...] 
Ele permite-me contemplá-la, por estranha renovação, 
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2,7) e me arrancou à corrupção. 
Concedeu-me o dom da vida imortal, 
Revestiu-me com uma túnica imaterial e luminosa, 
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa 
Incorruptíveis e eternos (Lc 15,22). 

30 de Junho - São Theobaldo

São Theobaldo era filho do Conde Arnaldo de Champagne e educado para ser um soldado, mas na idade de 18 anos, depois de estudar as vidas dos santos sentiu um grande desejo de seguir a vida religiosa e viver uma vida ascética. Ele deixou os militares, e com a permissão de seu pai entrou para a Abadia de São Remy em Rheims. Ele e outro nobre de nome Walter se tornaram eremitas em Suxy, Ardenha. Em 1135 eles mudaram para a Floresta de Pettingen em Luxemburgo onde trabalharam como pedreiros e no campo durante o dia e a noite passavam em orações. Na busca de solidão e contemplação eles peregrinaram para Compostela e Roma e reassumiram suas vidas de eremitas em Salanigo, perto de Vicenza, Itália. Walter morreu dois anos mais tarde. A santidade de Theobaldo atraiu muitos discípulos e ele foi ordenado e tornou-se um monge Camaldoles. Ele curava varias doenças apenas com sua benção e oração. Sua fama se espalhou e vários nobres e príncipes vinha a sua procura para conselhos e curas. Sua fama alcançou também os seus parentes que vinham visita-lo. Sua mãe mais tarde também se tornou uma eremita em um local próximo. Ele faleceu em Salanigo, Itália em 30 de junho de 1066. Ele foi canonizado pelo Papa Alexandre II em 1073. Sua festa é celebrada no dia 30 de junho.
Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. 
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

MARTÍRIO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS DE ROMA

Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96: “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prémio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência. A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos que, vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, mulheres foram perseguidas, como Danaides e Dircéia. Suportando graves e terríveis torturas, correram até o fim a difícil corrida da fé e mesmo sendo fracas de corpo, receberam o nobre prémio da vitória. O fanatismo dos perseguidores separou as esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: É osso dos meus ossos e carne de minha carne (cf. Gn 2,23). Rivalidades e rixas destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer povos numerosos. Escrevemos isto, não apenas para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos alertarmos a nós próprios. Pois nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição. Consideramos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus seu Pai esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.”
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

MARÇAL DE LIMOGES Bispo, Santo Século III

São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data de nascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours. Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado. A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro. A “Vida de São Marçal”, atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho do século XI, desenvolve esta versão lendária. Segundo ela, Marçal teria nascido na Palestina e teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, teria assistido a ressurreição de Lázaro, estava na Santa Ceia, foi batizado por São Pedro, etc. Hoje já está provado que devemos honrar São Marçal não por ele ser um dos setenta e dois discípulos de Cristo, mas por ter sido o primeiro pregador da fé cristã em Limoges e nada além disso. Buissas, Bispo de Limoges, fez uma petição à Santa Sé em 1853 para que São Marçal não fosse privado das honras recebidas à tanto tempo. Pio IX, em seu decreto de 8 de maio de 1854 recusa a dar a São Marçal o título de discípulo de Cristo e afirmou apenas que sua veneração era muito antiga. Duas epístolas da Bibliotheca Patrum são atribuídas a São Marçal, mas são apócrifas.

ADVOGADO A SERVIÇO DO REINO

Este foi o Beato Januário Sarnelli 1702-1744). Podemos dividir sua vida em três etapas. Pressentindo que morreria muito cedo, viveu-as intensamente.
1. O advogado (1722-1732); Filho de pais bem posicionados na sociedade, teve recursos e força de vontade para aprimorar seus estudos, formando-se em advocacia com apenas 20 anos.  Pertenceu a várias associações: “Congregação dos Cavalheiros togados e doutores”, Congregação das Missões Apostólicas etc.Além das visitas aos enfermos, dedicou-se à catequese das crianças, combateu o trabalho infantil, acompanhou os velhos do Abrigo e os condenados às galeras.Nesse mesmo período ficou conhecendo Santo Afonso. Juntos trabalharam em vários segmentos da Pastoral, inclusive nas famosas “capelas  da noite”, precursoras das atuais reuniões de grupo.
2. O missionário (1732-1736): Ávido de mais apostolado, passou para a Congregação dos Missionários Redentoristas.Ele não se poupava. Entre uma pausa e outra, escrevia e divulgava livretos e folhetos em defesa das “jovens em perigo de se perder”, bem como sobre a “vida devota”. Fez forte campanha contra a blasfêmia, péssimo costume espalhado especialmente entre os homens.O coração de Januário era um vulcão sempre em atividade.
3. O defensor das mulheres (1736-1742): Sua preocupação pelas jovens e mulheres, vítimas da prostituição era constante. Com o consentimento de Santo Afonso, deixou o conventinho tranqüilo de Scala,e  foi para a tumultuosa Nápoles onde grassava de modo espantoso essa mazela social. Sua intensa atividade social em favor da mulher o coloca entre os seus defensores mais completos daquela época.
Escreveu mais de 30 obras sobre meditação, teologia mística, direção espiritual, direito, pedagogia, moral e pastoral. Foi beatificado em 1996 pelo Papa atual.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da causa-Venerável Padre Pelágio CSsR 
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Santa Erentrudes

Erentrudes (ou Erentraud, também conhecida como Erendruda) era originária da região de Worms (Palatinado). Foi chamada pelo Bispo de Juvanum (atual Salzburgo, Áustria), São Roberto de Salzburgo, seu tio e diretor espiritual, para fundar em Nonnberg um mosteiro de religiosas, do qual veio a ser a primeira abadessa. Colaborou com os trabalhos apostólicos do bispo com a oração e cuidando da educação da juventude feminina. Como abadessa introduziu a regularidade monástica, privilegiando a vida de oração, da qual era um exemplo. Estando São Roberto à morte, Erentrudes apareceu debulhada em lágrimas: "Pedi que eu vá convosco", disse-lhe ela. "Que desejais vós que eu venha a ser, quando não estiverdes presente, e me veja destituída do meu pai espiritual?" O santo bispo parece ter pedido nesta intenção ao chegar ao Paraíso, porque Erentrudes deixou este mundo poucos dias depois, em 30 de junho de 710. Foi São Roberto quem mudou o nome de Juvanum para Salzburgo (cidade do sal) em recordação das salinas por ele criadas para o bem das suas ovelhas, residentes nas imediações. O culto a esta Santa é muito antigo em Salzburgo. Houve transladação de suas relíquias em 1023 e em 1624. Parte da cabeça se conserva em um precioso relicário de 1316; as outras relíquias estão sob o altar do coro do mosteiro; o sarcófago de pedra, vazio, ainda é encontrado na cripta de Santa Erentrudes. Em 1924, as relíquias foram examinadas: os ossos revelaram uma estatura pequena e a idade estimada, com base em um dente conservado, foi de cinquenta e cinco anos. Santa Erentrudes foi eleita recentemente para ser homenageada com uma medalha comemorativa da Abadia de Nonnberg (5 de abril de 2006). Foi a primeira medalha de uma série “Grandes Abadias da Áustria”. O reverso mostra a cripta dedicada a Santa Erentrudes na Abadia de Nonnberg, com uma imagem da santa. Ela é celebrada no dia 30 de junho e a transladação de suas relíquias é comemorada em 4 de setembro. 

Santos Júnia e Andrônico de Roma

ANDRÔNICO, á esquerda
 e JÚNIA, á direita
“Saudai a Andrônico e a Júnia, meus compatriotas e companheiros de prisão, os quais se assinalam entre os apóstolos, e que também estavam em Cristo antes de mim”. (Romanos 16:7). De acordo com este versículo, Andrônico era um compatriota de Paulo e um companheiro do apóstolo na prisão, além de particularmente bem conhecido entre os apóstolos e tinha se tornado um seguidor de Jesus antes da conversão de Paulo na estrada para Damasco. Andrônico e Júnia viviam em Roma no ano 58 d.C., quando o Apostolo Paulo os saudou calorosamente na Carta aos Romanos. Há um consenso de que Júnia era sua esposa, mas este nome também pode indicar um irmão ou irmã, pai ou filha, ou ainda nenhuma relação particular com Paulo, exceto o fato de serem compatriotas. Traduções do Novo Testamento variam sobre a forma como apresentam as palavras gregas para "assinalam" e "apóstolos". Uma teoria é que Andrônico e Júnia não seriam apóstolos, mas tinham grande reputação entre eles. Porém, a classicista Evelyn Stagg e o estudioso do Novo Testamento, Frank Stagg, escreveram que Paulo fez questão de citar explicitamente o quão bem conhecido é o casal para ele.  Esta referência à terem sido companheiros de prisão e sobre o fato de terem se convertido antes dele demonstra que ele estava bem seguro ao afirmá-los entre os apóstolos como fez, com base no seu próprio envolvimento. Os Staggs terminam por concluir que tanto o contexto quanto o conteúdo do versículo devem ser lidos naturalmente como uma recomendação de Paulo sobre Andrônico e Júnia como excelentes cristãos e apóstolos, assim como Silas, Timóteo e outros que receberam o mesmo título durante o cristianismo primitivo. Segundo Hipólito de Roma, Andrômico teria sido um dos setenta discípulos enviados por Jesus, depois bispo na Panonia, enquanto o “Catalogus virorum apostolicorum” o menciona como bispo na Espanha. 

ORAÇÃO DO DIA 30 DE JUNHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sexta-feira – Santos: Lucina, Basílides, Teobaldo 
Evangelho (Mt 8,1-4) “– Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar. Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: – Eu quero, fica limpo.” 
Na oração desse leproso temos um belo exemplo para nossa oração. Em primeiro lugar ele mostrava uma grande confiança em Jesus. Acreditava nele, em seu poder e na sua bondade; não tinha nenhuma dúvida. Mas também deixava que o Mestre fizesse o que julgasse melhor para ele. Entendo que de fato dizia: confio, Jesus, em teu poder, e continuarei crendo mesmo que não me cures. 
Oração
Senhor Jesus, primeiro reconheço que preciso ser curado de meus pecados e misérias, de minha falta de amor. Depois, reconheço vosso poder divino para me purificar e transformar interiormente. E sei que o quereis fazer, porque para isso vos fizestes homem. Purificai-me, Senhor, de todo orgulho e de toda maldade. Dai-me a vida nova, para que eu possa viver na verdade e no amor. Amém.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

O COFRE DAS “ESMOLAS"

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Fato verdadeiro acontecido há alguns anos em Eaubonne, cidade da França. Alguem estava arrombando o cofre da igreja de Santa Maria. Isso aconteceu duas vezes. Na terceira vez o vigário surpreendeu o ladrão. Aliás, eram dois. Com o auxilio do sacristão ele os deteve na sacristia e mandou chamar a policia. Diante dos policiais eles confessaram:
- Somos dois pobres, sem nada para comer. Entramos na igreja para rezar. Enquanto rezávamos, vimos o cofre das esmolas e o letreiro em cima dele “esmola para os pobres”. Por isso achamos que aquele dinheiro era para nós. 
O pároco não foi muito na conversa deles. Explicou que, na verdade, o dinheiro era retirado pelo responsável e destinado à pobreza. Assim, sim, mas não como estavam fazendo. Pediu aos policiais que os dispensassem após ter dado uns bons conselhos e também...algum dinheiro do seu próprio bolso.
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REFLETINDO A PALAVRA - “Sobre esta pedra edificarei minha Igreja!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
A Igreja celebra em uma única festa a querida lembrança dos apóstolos Pedro e Paulo. São as colunas mestras deste edifício fundado sobre a Pedra Angular que é Jesus. Estes Apóstolos nos deram as primícias da fé. Esta celebração não é só uma memória de um fato passado, mas um estímulo a uma vida de Igreja mais profunda tanto na relação com Jesus quanto na obra de evangelização. 
É bonito conhecer nas Escrituras estas figuras magníficas. Pedro, rude pescador, professa sua fé em Jesus. Paulo, tendo encontrado Jesus no caminho de Damasco, vai levar sua vida em Cristo a ponto de dizer: “não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim”. Diante da resposta de fé de Pedro, Jesus diz as solenes palavras: “Feliz és tu, Simão, porque não foi um ser humano que te revelou isso (a fé vem de Deus), mas o meu Pai que está nos Céus. Por isso eu te digo que tu és Pedro (Cefas, em hebraico), e sobre esta pedra (cefas) construirei minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus; tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus” (Mt 16, 17-19). A profissão de fé de Pedro é a profissão de todo povo de Deus. Ela constrói a Igreja fundada nesta fé. Pedro recebe o poder que é dado à Igreja de conduzi-la na verdade e no amor. O Papa, sucessor de Pedro, junto com os bispos sucessores dos apóstolos, continuam esta missão de fé. 
Paulo tem uma certeza absoluta: “Mas o Senhor esteve ao meu lado e me deu forças. Ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações” (2 Tim 4,17). Paulo tem uma trajetória muito bonita: Tem um encontro com Cristo, inesperado. Cristo o escolhe como um especial e lhe confia a missão de abrir ao mundo pagão o evangelho, como Pedro o faz para o povo judeu. Paulo é um apaixonado por Cristo. “Meu viver é Cristo (Fil 1,21). Minha vida presente eu a vivo na fé em Jesus Cristo que me amou e se entregou por mim” (Gal 2,20). Anuncia o evangelho em meio a tantas perseguições que ele tão bem descreve. Mas não se cansa. Mesmo acorrentado, a Palavra de Deus não ficava presa (Ef 6,20). 

Os cristãos não tenham medo: nada poderá destruir a Igreja. Mesmo em meio as dificuldades e pecados, inclusive de seus chefes, a Igreja funda-se na fé em Jesus. Temos quase 2000 anos de história. Muitos dizem que a Igreja deve se ajustar aos tempos modernos. Certo, em muitos aspectos. Mas devemos sempre colocar, como parâmetro, o que estes apóstolos nos ensinaram, pois Jesus é o parâmetro fundamental. Não tenhais medo, pequeno rebanho! Agora este rebanho conta, só de católicos, 1 bilhão e 30 milhões. A Igreja tem necessidade das chaves de Pedro, mas também do dedo de Paulo. Paulo mesmo diz que chamou a atenção de Pedro duramente, e em público, porque ele estava agindo com dissimulação. Confiram Gálatas 2,13. O poder e a autoridade não podem fugir de ouvir, dialogar e acolher as correções que os levem a maior fidelidade.

EVANGELHO DO DIA 29 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
3.º sermão para a festa dos santos apóstolos Pedro e Paulo 
«Sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo» (1Cor 15,9)
É com razão, irmãos, que a Igreja aplica aos santos apóstolos Pedro e Paulo estas palavras do Sábio: «Foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade» (Sir 44,10-11). Sim, podemos, com propriedade, chamar-lhes homens de misericórdia; porque eles obtiveram misericórdia para si próprios, porque estão cheios de misericórdia, e porque foi na sua misericórdia que Deus no-los deu. 
Vede, com efeito, que misericórdia obtiveram. Se interrogardes o apóstolo S. Paulo sobre este assunto [...], ele dir-vos-á: «Antes fora blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, sem ter fé ainda» (1Tim 1,13). De facto, pensemos no mal que ele fez aos cristãos de Jerusalém [...] e aos de toda a Judeia! [...] Quanto ao bem-aventurado Pedro, tenho outra coisa a dizer-vos, e coisa tão sublime quanto única. Com efeito, se Paulo pecou, fê-lo sem o saber, porque não tinha fé; Pedro, pelo contrário, tinha os olhos bem abertos no momento da queda (Mt 26,69s). Mas «onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20). [...] Se S. Pedro pôde elevar-se a um tal grau de santidade depois de uma queda tão pesada, quem poderá desesperar a partir de então, por pouco que queira sair de seus pecados? Atentai no que diz o Evangelho: «saindo para fora, chorou amargamente» (v. 75) [...]. 
Ouvistes que misericórdia obtiveram os apóstolos; de então em diante, nenhum de vós será esmagado pelas faltas passadas [...]. Se pecaste, não pecou Paulo ainda mais? Se caíste, não caiu Pedro de maneira bem mais grave do que tu? Ora, um e outro, pela penitência, não só obtiveram a salvação, como se tornaram grandes santos, e mesmo ministros da salvação, mestres da santidade. Faz portanto o mesmo, irmão, pois é por ti que a Escritura lhes chama «homens de misericórdia». 

Solenidade de São Pedro e S. Paulo (ofício próprio)

A liturgia da Solenidade dos apóstolos S. Pedro e S. Paulo convida-nos a reflectir sobre estas duas figuras e a considerar o seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e de testemunho do projecto libertador de Deus. O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-no como "o Messias, Filho de Deus". Dessa adesão, nasce a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves - isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece. A primeira leitura mostra como Deus cauciona o testemunho dos discípulos e como cuida deles quando o mundo os rejeita. Na acção de Deus em favor de Pedro - o apóstolo que é o protagonista da história que este texto dos Actos hoje nos apresenta -, Lucas mostra a solicitude de Deus pela sua Igreja e pelos discípulos que testemunham no mundo a Boa Nova da salvação. A segunda leitura apresenta-se como o "testamento" de Paulo. Numa espécie de "balanço final" da vida do apóstolo, o autor deste texto recorda a resposta generosa de Paulo ao chamamento que Jesus lhe fez e o seu compromisso total com o Evangelho. É um texto comovente e questionante, que convida os crentes de todas as épocas e lugares a percorrer o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo - a exemplo de Paulo. cf.www.ecclesia.pt

PEDRO DE ROMA Apóstolo, Papa, Mártir, Santo Século I

I. SIMÃO PEDRO, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio deseu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”[1].
Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus… “Jesus, fitando-o…” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.
Desde o começo, “a situação de Pedro na Igreja é a da rocha sobre a qual se levanta o edifício”[2]. Toda a Igreja ― e a nossa própria fidelidade à graça – tem como pedra angular, como alicerce firme, o amor, a obediência e a união com o Sumo Pontífice; “em Pedro, robustece-se a nossa fortaleza”[3], ensina São Leão Magno. Olhando para Pedro e para toda a Igreja na sua peregrinação terrena, vemos que lhes podem ser aplicadas as palavras pronunciadas por Jesus: Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou porque estava fundada sobre rocha[4]. Rocha que, com as suas debilidades e defeitos, um dia foi escolhida pelo Senhor: um pobre pescador da Galiléia e os seus sucessores ao longo dos séculos.
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PAULO DE TARSO Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia. Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer. Nos textos litúrgicos da solenidade dos santos Pedro e Paulo, encontramos vários elementos para conhecemos melhor este apóstolo. Na Carta aos Gálatas, reconhece que Deus o chamou pela sua graça e lhe revelou o seu Filho para que ele o anunciasse aos gentios. O próprio Jesus Cristo lhe revelou o Evangelho que ele comunicava aos outros (cf Gl 1, 11-20). Na segunda carta a Timóteo, o apóstolo, prisioneiro em Roma, faz o balanço da sua vida: testemunha que, no seu combate pelo Evangelho e sua proclamação aos homens, o Senhor esteve sempre a seu lado e lhe deu força para desempenhar a missão que lhe estava confiada. Agora espera a “coroa da justiça”, a salvação, que o Senhor dá não apenas a ele “mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda”. O prefácio da eucaristia salienta que Paulo ilustrou a fé em Cristo com a sua doutrina, anunciou o Evangelho a todos os povos. Com Pedro trabalhou “para formar a única família de Cristo”. A Igreja é, assim, grandemente devedora do trabalho apostólico de São Paulo no anúncio da mensagem de Cristo, da constituição das comunidades cristãs e da sua organização. E ainda pelas cartas que nos deixou e constituem uma parte substancial do Novo Testamento. Que traços da ternura de Deus nos revela São Paulo? O primeiro é a graça divina que é capaz de mudar e reorientar a vida, como ele mesmo experimentou. Depois, o dom do Evangelho que é oferecido a todos os homens. Paulo contribuiu de modo extraordinário para a sua comunicação universal, expressando-o nas linguagens culturais adequadas e libertando-o de formas judaicas não essenciais. Abriu assim o caminho para que a missão evangelizadora chegasse a todo o mundo. Também para hoje, a sua obra é iluminadora e estimulante. Por fim, o apóstolo não teme perante a exigência de dar a vida, derramando o seu sangue como aconteceu com o Senhor, participando na sua paixão, pois estava convencido que nada, nem a morte, o poderia separar do amor de Cristo. O êxito estava garantido, pois ele mesmo ensinava que “se morremos com Cristo, também viveremos com Ele” (Rm 6,8). Padre Jorge Guarda Vigário geral da Diocese Leiria-Fátima http://blog.cancaonova.com/tvpt/category/oracao-e-vida/

RAIMUNDO LULO Franciscano, Mártir, Bem-aventurado ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangelização. Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros missionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel. Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes. Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produ-ção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atri-buídos tratados de magia e alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da Idade Média. Em 1311, assim resumia ele a sua vida: «Fui casado, tive filhos, fui rico, gostei do mundo e dos prazeres. Depois tudo deixei pela glória de Deus, pelo bem dos meus irmãos, e com vista na propagação da verdadeira fé. Aprendi o árabe e muitas vezes fui à terra dos Sarracenos. Pela minha fé fui flagelado e encarcerado. Durante 45 anos procurei interessar os chefes da Igreja e os príncipes cristãos no bem público. Agora que sou velho e pobre, o meu ideal é sempre o mesmo e tal se manterá até à minha morte». No fim da sua vida, quando já contava 80 anos, viajou para a Bugia, na África, ali foi encarcerado e, ele que muitas vezes procurado o martírio, os Mouros lapidaram-no e deixaram-no por morto na praça. Recolhido quase exânime, por um navio, expirou quando aportava à ilha de Maiorca, aos 29 de Junho de 1315. Afonso Rocha

4 BEATOS UCRANIANOS,REDENTORISTAS

Celebramos hoje quatro heróis que deram a vida pela Fé, beatificados pelo papa João Paulo II: 
  - Beato Nicolau Charnetskyi (1884-1959): Em 1945 foi preso e torturado nos campos de concentração da Sibéria por ser considerado “agente do Vaticano”. Era bispo. 
- Beato Ivan Ziatyk (1899-1952): Preso, condenado a trabalhos forçados na Sibéria, onde foi constantemente torturado. 
- Beato Vasyl Velychkovskyi (1903-1973): Dedicou-se durante mais de vinte anos às missões entre o povo simples. Condenado ao fuzilamento, teve a pena comutada em prisão na Sibéria. Nomeado bispo, foi ordenado escondidamente num quarto de hotel. Sofrendo gravemente do coração, foi libertado. Mudou-se para o Canadá, onde faleceu. 
- Beato Zenão Kovalyk (1903-1941): Confessor assíduo e pregador famoso, foi preso pelos comunistas em 1940. Morreu crucificado no corredor da prisão.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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Santa Ema de Gurk

A vida de Ema de Gurk teve de ser rastreada pela História com o raciocínio de um pesquisador, contando com poucos traços seguros e interpretando as mais diversas e seculares tradições austríacas. Os registros afirmam que seus pais eram nobres cristãos e que ela nasceu em 980, na cidade de Karnten, Áustria. Levava o título de Condessa de Friesach-Zeltschach desde seu nascimento e foi apresentada à corte imperial de Bamberg por Santa Cunegunda. Ema contraiu núpcias com o Conde Guilherme de Sanngau, que pertencia a mais rica nobreza do Ducado da Carintia, uma belíssima região das montanhas austríacas, com quem teve dois filhos: Hartwig e Guilherme. No mesmo dia perdeu seu esposo e seus filhos, que foram assassinados. Depois disso, Ema viu-se sozinha com o patrimônio de uma família que não existia mais. Com a orientação espiritual do bispo de sua cidade, direcionou sua vida no sentido de auxiliar aos pobres e de fundar mosteiros, que colocou sob a regra dos beneditinos. Primeiro fundou o Mosteiro Feminino de Gurk e mais tarde o Mosteiro Masculino de Admont. Feito isto, em 1043 ingressou como religiosa no Mosteiro de Gurk. Entretanto não existem informações precisas se ela se tornou abadessa como outras fundadoras, ou se permaneceu uma simples monja beneditina. Foi tal a reclusão de Ema, que se tornou impossível pesquisar sobre ela sem usar os textos da tradição cristã. Era uma senhora refinada, discreta, generosa e muito piedosa. Era tão boa e benevolente com todos os pobres, que já era considerada uma santa em vida. Alguns contam que ela teria morrido em 27 de junho de 1045. Entretanto, em 1200, alguns registros foram descobertos indicando que Ema faleceu bem idosa, em 1070, no Mosteiro de Gurk. Poucos anos depois de sua morte, no momento em que o caixão foi aberto, seu corpo foi descoberto reduzido a pó, com exceção de sua mão direita, a que havia dado tão generosamente esmolas aos pobres. Desde 1174, Ema está enterrada na Catedral de Gurk, cuja construção havia patrocinado com a herança do marido. Mais tarde seus despojos foram transferidos para a cripta da Catedral. No século XVIII, Antonio Corradini, artista italiano, esculpiu um baixo-relevo em mármore sobre sua tumba, representando o momento de sua morte. Como o fervor dos devotos pelas graças e prodígios alcançados por sua intercessão propagaram a sua santidade, os bispos e os mosteiros providenciaram a oficialização do seu culto. Ema não era venerada somente na Áustria, mas também na Eslovênia. A devoção a ela só aumentou ao longo dos tempos. Ema foi beatificada em 21 de novembro de 1287 pelo Papa Honório IV. Em 1464, havia um processo para a canonização de Ema, que entretanto ficou sem conclusão por séculos. Cinco séculos depois, em 5 de janeiro de 1938, o papa Pio XI decretou sua canonização. O culto foi mantido no dia 19 de junho, como os fiéis continuavam tributando-lhe, e esse pontífice também a proclamou Padroeira de Gurk. A generosidade de Santa Ema de Gurk ainda continua viva e presente por meio do vigor das obras assistenciais desenvolvidas pelos monges beneditinos daqueles mosteiros, e todos os outros espalhados nos cinco continentes que difundem seu exemplo de santidade. Gurk: o centro espiritual da Carintia A pequena cidade de Gurk, situada no magnífico vale do Rio Gurk e rodeada por montanhas e florestas, conta hoje com cerca de 1.200 habitantes. O nome “Gurk” deriva do termo “gurgle”, que se refere ao som do Rio Gurk. A região foi ocupada há cerca de 2.000 anos, mas somente quando a Carintia se tornou parte da Bavária, na Idade Média, é que ela se tornou mais significante. As mais antigas referências a Gurk datam de 831. O Arcebispo de Salzburg era o poder espiritual, pois já era mencionado em 864. Em 898, o Imperador Arnolfo deu o vale do Gurk ao Conde Zwentibold, ancestral de Santa Ema de Gurk. Em 975, o Imperador Oto II aprovou a instalação de um mosteiro de monjas. O mosteiro foi reformado por Ema, a condessa local, em 1043. Em 1072, o mosteiro foi dissolvido e suas propriedades se tornaram sede da recém-fundada diocese sob o controle do Arcebispo de Salzburg. A igreja paroquial, anteriormente conhecida como Catedral de Gurk foi construída no século XII. 

29 de junho: Stas. Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Mártires

Dujiadun (Shenxian), China + 29/06/1900
Martirológio Romano: No território de Dujiadun, próximo de Shenxian, as santas mártires Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, sua filha, que na mesma perseguição foram tiradas do local em que se haviam escondido, morrendo por causa de sua fé em Cristo, a segunda lançada ainda viva no túmulo. Por muitos séculos, até nos dias atuais, os cristãos chineses têm sido vítimas de perseguições violentas que atingiram um ápice no ano de 1900, com a assim chamada “revolta dos Boxers”. Na metade do mês de junho esses revoltosos atingiram Shenxian, vicariato apostólico chinês confiado aos cuidados pastorais dos Jesuítas. Em 29 de junho, os soldados chegaram ao vilarejo de Dujiadun, perto de Shenxian, na província chinesa do Hebei, e ali mataram duas mulheres que não hesitaram em professar a sua fé católica: a leiga casada, Maria Du Tianshi (42 anos) e sua filha Madalena Du Fengju (19 anos). Elas eram nativas de Shenxian e foram martirizadas quando foram descobertas em um local onde se haviam refugiado. Madalena foi enterrada ainda agonizante. Naquele período foram milhares as vítimas da perseguição e os Jesuítas consideraram oportuno não perder a lembrança destas intrépidas testemunhas da fé. Recolheram então o material que se pode encontrar e, em 28 de maio de 1948, a causa de canonização do grupo denominado “Leon-Ignace Mangin e 55 companheiros” foi introduzida. Em 17 de abril de 1955 deu-se a beatificação e a canonização de todo o grupo que compreende 120 mártires chineses de várias épocas ocorreu durante o Grande Jubileu de 2000.
Na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja também se recorda de alguns mártires de dezenove séculos depois, os quais fazem parte dos 120 chineses canonizados em outubro de 2000.

29 DE JUNHO - PEDRO E PAULO: COLUNAS DA IGREJA

Pedro foi o primeiro a acreditar, o primeiro a amar, o primeiro dos apóstolos a ver Jesus ressuscitado; o primeiro a confirmar a Fé com um milagre; o primeiro a converter os judeus; o primeiro a receber os pagãos na Igreja, e o primeiro em tudo”. É o primeiro Papa, aliás nomeado pelo próprio Cristo. 
Paulo não conheceu Jesus em vida. De ferrenho perseguidor da Igreja nascente, passou a ser um apóstolo apaixonado por essa mesma Igreja. Fez pelos menos três viagens missionárias, percorrendo quase todo o mundo conhecido naquele tempo: Ásia Menor, Creta, Macedônia, Grécia etc. Por onde passava, ia fundando comunidades. Depois enviava cartas por onde andou, confirmando o que ensinou e mantendo ligação. Catorze delas estão na Bíblia. Terá escrito muito mais. 
Paulo foi o teólogo teórico. 
Pedro, o teólogo prático. 
Obs.: A Liturgia celebra oficialmente no próximo domingo estes dois grandes apóstolos.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DO DIA 29 DE JUNHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Quinta-feira – Santos: Pedro e Paulo 
Evangelho (Mt 7,21-29) “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus; só o que põe faz a vontade de meu Pai...” 
“Reino dos Céus” não é em primeiro lugar o céu, a outra vida. Reino de Deus (ou dos Céus, como diz Mateus) é o ambiente de salvação, de vida nova que Jesus nos oferece. Para abraçar essa proposta de Jesus, não basta ser piedoso, nem apenas assumir obrigações religiosas. É preciso aceitar toda a vida nova, as exigências do amor e da justiça, da colaboração e da partilha, da fé e das obras. 
Oração
Senhor Jesus, acho que estou vivendo no Reino de Deus; mas ainda não plenamente. Ainda me falta muito amor e é pequena minha generosidade; sou de entusiasmo pouco e de coerência precária. Dai-me, Senhor, mais coragem e disposição para viver as propostas do Pai. E fazei que eu continue firme no caminho, porque sou fácil em desanimar. Quero estar sempre convosco. Amém.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

O TESTEMUNHO DA CHINESINHA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO
REDENTORISTA
- Em quem o senhor se inspirou para ter tanta fé na presença de Jesus no Ssmo. Sacramento? – perguntaram a Fulton Sheen, famoso pre-gador e escritor, bispo de Nova York. 
- Não foi nenhuma celebridade da Igreja ou do mundo - respondeu. Foi uma menina chinesa de 11 anos. 
E contou como foi: 
-No tempo da perseguição comunista na China, os anarquistas prenderam o padre vigário, invadiram a igreja, profanaram o tabernáculo, espalharam pelo chão as hóstias consagradas. Uma menina viu tudo, escondida num canto da igreja. À noite, passado o perigo, ela voltou, rezou diante das hóstias consagradas e depois comungou, recebendo uma partícula. Assim fez todas as noites. Entrava sorrateiramente na igreja, burlando a vigilância e comungava uma hóstia cada vez. Na noite derradeira, após haver consumido a última hóstia, fez acidentalmente um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás, agarrou-a brutalmente e bateu nela com o cabo da arma até matá-la.
Edificado e emocionado com o gesto heróico da menina, Fulton Sheen prometeu fazer diariamente uma hora santa diante de Jesus Sacramentado. Aprendeu daquela menina, muito mais do que nos livros e sermões, a reverenciar Jesus no altar.
DOM FULTON SHEEN
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REFLETINDO A PALAVRA - “O Senhor te abençoe”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Por Maria veio a bênção
               Iniciando um novo ano, nos recolhemos, como os pastores, diante do presépio, para acolher a bênção. Essa bênção é Jesus que nos é dado por Maria. Ela é símbolo da Igreja que acolhe os filhos para lhes impor a bênção. Deus manda Moisés que os sacerdotes imponham o NOME sobre os filhos de Israel para que Deus os abençoe (Nm 6,27). O nome significa a Pessoa. É Deus quem cobre com sua bênção. Que benção deve ser dada? “O Senhor te abençoe e te guarde! Faça brilhar sobre ti sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (22-26). Trata-se de um encontro com Deus no qual se manifesta como o Misericordioso que está a nosso favor e nos dá toda a sua graça e riqueza de paz que é o Shalom de Deus. A paz significa tudo o que Deus tem de bom para nos oferecer de bens espirituais e temporais, sobretudo sua presença. Começar o ano com Deus é torná-lo cheio de vida e bom para se viver. Deus nos abençoa sempre. Infelizmente não damos atenção a suas delicadezas permanentes para conosco. Queremos milagres, mas não olhamos os milagres que faz. O maior presente de Deus é Jesus que Deus nos deu por Maria. Paulo escreveu: “Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Maria continua Mãe de Jesus para sempre. Ela sempre no-lo dá como apresentou aos pastores e o faz sempre para com todos. Hoje celebramos a Maternidade divina de Maria. Esta doutrina é de fé, pois envolve a fé em Jesus Homem-Deus. Ele é o Homem que é ao mesmo tempo Deus numa união perfeita e que não terminará jamais. Ele leva consigo a carne que recebeu de sua Mãe. Esta carne foi ressuscitada, dando à humanidade a certeza de viver a condição humana unida à divindade. Somos filhos de Deus e com Jesus podemos chamá-lo de Pai
Seu nome é Jesus
               Lemos hoje o evangelho da circuncisão de Jesus. O sangue da circuncisão se une ao sangue do sacrifício da Aliança que constituiu o povo como povo de Deus (Lv 26,12). Em Jesus já é o prenúncio do sangue derramado para a Nova e eterna Aliança, a grande bênção. O nome do Menino é Jesus, pois salvará o povo de seus pecados (Mt 1,21). Seu nome é sua missão. Jesus passa a ser parte do povo de Deus. A visita dos pastores assinala os destinatários da missão daquele que veio para proclamar a boa nova aos pobres (Lc 4,18). A narrativa dos pastores provoca profunda admiração e louvor a Deus. Os pastores voltam glorificando a Deus e louvando por tudo o que tinham visto e ouvido (Lc 2,18.20). Ouvir seu nome é ser convocado a uma missão, com Ele.
Meditava em seu coração
               Iniciando o ano novo temos muita esperança de tempos bons neste ano de 2012. Temos que fazer nossa parte e dar o testemunho bonito de uma vida coerente, cheia de criatividade para o mundo e para a Igreja. Somos protagonistas deste mundo novo. O mundo será melhor se formos melhores. Para isso, somos convidados a ter a atitude contemplativa de Maria. Contemplação não é sair da realidade, mas ver Deus na realidade e vive-lo em nossos corações. Cristo nasce nos corações quando estão abertos ao amor à justiça e à paz. Em cada Eucaristia que celebramos nos é apresentado Cristo em seu corpo eucaristizado e somos convidados a contemplá-lo pela palavra e pelo sacramento que recebemos e nos dão a vida.

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Mateus 7,15-20.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos dos falsos profetas, que andam vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos frutos os conhecereis. Poderão colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Assim, toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelos frutos os conhecereis». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo 
Sermão 7 
Dar bons frutos
Numa vinha, revolve-se a terra à volta das vides e mondam-se as ervas daninhas. Também o Homem se deve mondar a si próprio, e estar profundamente atento ao que mais poderá ainda arrancar no fundo do seu ser, para que o Sol divino possa aproximar-se mais de si e em si brilhar. Se deixares a força do alto fazer a sua obra [...], o sol tornar-se-á brilhante, dardejará os seus quentes raios sobre os frutos e torná-los-á mais e mais transparentes. Maior doçura terão, finíssimas se tornarão as suas finas cascas. Assim é também no domínio espiritual. Os obstáculos de permeio tornam-se por fim tão ténues, que recebemos ininterruptamente os toques divinos, e de muito perto. E, sempre que nos voltarmos para Ele, encontraremos no interior o divino Sol a brilhar com muito mais intensidade que todos os sóis que alguma vez brilharam no firmamento. E assim, tudo no homem será deificado, a tal ponto que ele já não sentirá, não experimentará nem verdadeiramente conhecerá com tão profundo conhecimento mais nada a não ser Deus, e tal conhecimento ultrapassará em muito o modo de conhecimento da razão. 
Arrancaremos por fim as folhas aos sarmentos, para que o sol possa bater nos frutos sem encontrar obstáculo algum. Assim será com o Homem: tudo o que estiver de permeio cairá e tudo receberá de modo imediato. Cairão orações, representações de santos, práticas de devoção, exercícios. Mas que o Homem se livre de rejeitar estas práticas enquanto por si próprias elas não caírem. Só então, atingido esse estádio, o fruto se há de tornar tão doce, de uma forma tão indescritível, que não haverá razão capaz de tal compreender. [...] Seremos um só com a doçura divina, estando o nosso ser todo penetrado pelo Ser divino e sendo nós como uma gota num grande tonel de vinho [...]. Aqui, as boas intenções e a humildade são a mera simplicidade, um mistério tão essencialmente pacificador, que teremos, até, dificuldade em tomar consciência dele.