A
Ressurreição de Jesus não é um fato da história do passado que acreditamos e
que outros negam e a maioria não toma conhecimento. Não é a reanimação
miraculosa de um cadáver. É o ponto máximo da história do Universo no qual Deus
Se encarna, passa por uma vida normal de um ser humano, anuncia um mundo novo, é
morto e ao terceiro dia Ressuscita. Não volta à vida, mas passa à Vida. Eleva
consigo toda a humanidade na carne de seu corpo glorificado, restaurando assim
todo o ser criado. Não se torna um estranho distante, mas um presente em
comunhão. João, no prólogo de seu evangelho, escreve que tudo foi feito por Ele
(Jo 1,3); E o
verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). “O desígnio de Deus é levar o tempo à plenitude e, de
em Cristo, recapitular todas as coisas as que estão nos céus e as que estão na
terra” (Ef 1,9-10).
Cristo não é um a mais na história das religiões. Para Ele converge o universo.
Nele todas as coisas tem sentido. Não é de se estranhar que tenhamos
dificuldades ao falar da Ressurreição, do Cristo Vivo. Houve tempos na história
em que, mesmo santos, não trataram desta questão nem fizeram dele a razão da
vida. Faziam-no, mas numa perspectiva diferente. O Espírito, no momento atual,
abre nossos corações para compreendermos melhor que Ele vive no meio de nós.
Rezamos na missa: “O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós”,
respondem todos. A presença de Cristo não é um julgamento de nossas atitudes,
mas a força de um amor transformante que faz dos fracos, os fortes na fé,
transformadores da realidade. O amor tudo pode. A Ressurreição não é um
acontecimento que nos vai alegrar no fim de nossa vida, depois de um julgamento
terrível. Ela acontece em cada ato de amor, em todo o bem que fazemos, em todo
mal que suportamos, em toda a atitude de vida que colocamos. Se a sociedade tem
tantas recusas dos que anunciam Jesus é porque Ele está vivo e as forças do mal
querem destruí-lo. Mas não O vencerão. Paulo diz que Ele, no fim, entregará o
Reino a seu Pai depois de vencidos os inimigos. O último inimigo a ser destruído
será a Morte, pois Ele colocou tudo debaixo de seus pés (1Cor 15,24-28).
955. Nós
O manifestamos.
Deus
quis precisar de nós para que possamos manifestá-lo ao mundo. A fé não cresce
no mundo por um passe de mágica. Assim como foi a encarnação de Jesus, no
silêncio e na simplicidade de uma vida como a de cada pessoa, assim é o anúncio
que é realizado no mundo. Isto os meios de comunicação não comentam. A presença
humilde dos seguidores de Jesus com seu testemunho, sustentado pelo Espírito
Santo, anuncia a presença de Jesus vivo no seio da comunidade. Não fosse assim,
não haveria conversões. A comunidade, mesmo sofredora por causa dos males, é
uma manifestação de Jesus. O Espírito Santo abre os olhos dos que são chamados
para que respondam ao apelo de Deus.
956. Exigências
de um mundo novo.
A fé cristã não consiste em agregar pessoas a um grupo religioso
dizendo: “Venha para minha igreja!” Destina-se a fazer com que o evangelho
impregne todas as coisas do amor de Deus, a serviço homem e do louvor Deus.
Deus quer seus filhos vivos e felizes. A Igreja não vai desistir, mesmo que
fale sozinha, de defender a dignidade da pessoa humana com seus direitos e
deveres. Por isso é odiada. “Porque não sois do mundo, o mundo, por isso vos
odeia” (Jo 15,19).
Ela própria tem que se purificar dos males por faltar à obediência a seu
Senhor. Mas Cristo vive e somos testemunhas.
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