segunda-feira, 27 de março de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Formação para o Bem”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1861. O bem não faz mal
 O bem, o verdadeiro e o belo estão unidos. O bem é a riqueza maior que podemos ter na vida, pois com ele temos todas as coisas boas e os bons caminhos para viver. O bem não é uma prisão, não é repressão, um estraga prazer e não produz tristeza.  O bem é a verdade que nos sustenta.  Verdade é aquilo que a coisa é. Para se chegar a assumir o bem na vida é preciso crer na verdade daquilo que a realidade é. Para isso damos passos e lentos. Por isso chamamos de educação, quer dizer, encaminhar, tirando da ignorância. É um processo. Quando se fala de moral, não significa prisões espirituais, repressão da pessoa, mas refere-se ao modo de viver integralmente. A verdade está no coração das pessoas pela consciência e é aprendida pela convivência e pela instrução. É a construção do ser humano. Papa Francisco em sua exortação apostólica Amoris Laetitia (Alegria do Amor), nos orienta nesse caminho. Ensina que não se trata de pedir esforço e renúncia, mas em passos lentos que levem a assumir. É conhecido como há uma recusa muito forte à orientação dos pais. E o Papa tem conhecimento disso. Assim diz: “Uma vez que as resistências dos jovens estão muito ligadas a experiências negativas, é preciso ao mesmo tempo ajudá-los a percorrer um itinerário de cura deste mundo interior ferido, para poderem ter acesso à compreensão e à reconciliação com as pessoas e com a sociedade” (AL 272). Esse rompimento entre filhos e pais está muito acentuado. É uma perda muito grande das experiências e riquezas pessoais. Sabemos que a sociedade impõe aos jovens esse modo e pensar e agir. Devemos mostrar que há outros caminhos.
1862. Livres para crescer
 Por causa dessa situação conflituosa, quase uma lide familiar, temos que trabalhar a formação das comunidades onde crescem. Essa formação deverá ser sempre gradual, respeitando a idade e as possibilidades concretas, sem pretender aplicar metodologias rígidas e imutáveis (AL 273). Tudo deve ser feito na liberdade. Aqui o Papa faz uma reflexão filosófica entre liberdade e vontade. Dizemos: Tenho direito de escolher o que quero. Mas não tenho a liberdade de escolher, pois estou condicionado por uma por pressão interior. Usa o exemplo da droga. Eu quero, pois não sou capaz de tomar outra decisão. Não se trata mais de liberdade. Não é livre para escolher diferentemente. O mal não faz bem. Entra aqui o processo educativo e a ajuda que o liberte da compulsão. Para isso o Papa Francisco alerta para a presença na família no processo educativo. “A família é a primeira escola dos valores humanos...” desde a infância. A formação, no meio tantos apelativos digitais, dificulta a aceitação das crianças e adolescentes de saberem esperar. Querem tudo mediatamente. Prejudica o crescimento autônomo. Ficam dependentes. Não se trata de tê-los como adultos, mas eles têm capacidade de maturar na experiência familiar (Al 274).
1863. Família geradora de vida
A família não só dá a vida, mas gera vida em sua totalidade.  O Papa esmiúça a função da família na educação dos filhos. “Ela é o primeiro âmbito da socialização primária”... nela se aprende a se fazer gente, comunicar-se, estar com os outros, com o mundo, mesmo no meio das dificuldades e dores. O Papa convida a superar a crise da excessiva comunicação que leva ao ‘autismo tecnológico’. Reflete também sobre o risco da onipotência sobre os filhos. Convida a perceber a importância do processo de socialização. “As comunidades cristãs são chamadas a dar seu apoio à missão educativa das famílias” em particular através da catequese de iniciação. Participar é mais receber que doar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário