O bem, o verdadeiro e o belo
estão unidos. O bem é a riqueza maior que podemos ter na vida, pois com ele
temos todas as coisas boas e os bons caminhos para viver. O bem não é uma
prisão, não é repressão, um estraga prazer e não produz tristeza. O bem é a verdade que nos sustenta. Verdade é aquilo que a coisa é. Para se
chegar a assumir o bem na vida é preciso crer na verdade daquilo que a
realidade é. Para isso damos passos e lentos. Por isso chamamos de educação,
quer dizer, encaminhar, tirando da ignorância. É um processo. Quando se fala de
moral, não significa prisões espirituais, repressão da pessoa, mas refere-se ao
modo de viver integralmente. A verdade está no coração das pessoas pela
consciência e é aprendida pela convivência e pela instrução. É a construção do
ser humano. Papa Francisco em sua exortação apostólica Amoris Laetitia (Alegria
do Amor), nos orienta nesse caminho. Ensina que não se trata de pedir esforço e
renúncia, mas em passos lentos que levem a assumir. É conhecido como há uma
recusa muito forte à orientação dos pais. E o Papa tem conhecimento disso.
Assim diz: “Uma vez que as resistências dos jovens estão muito ligadas a
experiências negativas, é preciso ao mesmo tempo ajudá-los a percorrer um
itinerário de cura deste mundo interior ferido, para poderem ter acesso à
compreensão e à reconciliação com as pessoas e com a sociedade” (AL 272). Esse
rompimento entre filhos e pais está muito acentuado. É uma perda muito grande
das experiências e riquezas pessoais. Sabemos que a sociedade impõe aos jovens
esse modo e pensar e agir. Devemos mostrar que há outros
caminhos.
1862.
Livres para crescer
Por causa dessa situação
conflituosa, quase uma lide familiar, temos que trabalhar a formação das
comunidades onde crescem. Essa formação deverá ser sempre gradual, respeitando
a idade e as possibilidades concretas, sem pretender aplicar metodologias
rígidas e imutáveis (AL
273). Tudo deve ser feito na liberdade. Aqui o Papa faz uma reflexão
filosófica entre liberdade e vontade. Dizemos: Tenho direito de escolher o que
quero. Mas não tenho a liberdade de escolher, pois estou condicionado por uma
por pressão interior. Usa o exemplo da droga. Eu quero, pois não sou capaz de
tomar outra decisão. Não se trata mais de liberdade. Não é livre para escolher
diferentemente. O mal não faz bem. Entra aqui o processo educativo e a ajuda
que o liberte da compulsão. Para isso o Papa Francisco alerta para a presença
na família no processo educativo. “A família é a primeira escola dos valores
humanos...” desde a infância. A formação, no meio tantos apelativos digitais,
dificulta a aceitação das crianças e adolescentes de saberem esperar. Querem
tudo mediatamente. Prejudica o crescimento autônomo. Ficam dependentes. Não se
trata de tê-los como adultos, mas eles têm capacidade de maturar na experiência
familiar (Al 274).
1863. Família geradora de vida
A família não só dá a vida, mas gera vida em sua totalidade. O Papa esmiúça a função da família na
educação dos filhos. “Ela é o primeiro âmbito da socialização primária”... nela
se aprende a se fazer gente, comunicar-se, estar com os outros, com o mundo,
mesmo no meio das dificuldades e dores. O Papa convida a superar a crise da
excessiva comunicação que leva ao ‘autismo tecnológico’. Reflete também sobre o
risco da onipotência sobre os filhos. Convida a perceber a importância do
processo de socialização. “As comunidades cristãs são chamadas a dar seu apoio
à missão educativa das famílias” em particular através da catequese de
iniciação. Participar é mais receber que doar.
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