Se
conhecêssemos as Escrituras, o quanto não poderíamos refletir sobre a presença
de Jesus na comunidade. Até hoje, vemos repetidas vezes, as mesmas cenas que os
discípulos viram. Vemos de outro modo, mas elas aí estão. Não há necessidade de
vermos, pois cremos e somos felizes por isso, como dizia Jesus: “Felizes os que
creram sem ter visto” (Jo
20,23). É a mesma realidade dos primeiros cristãos que não viram Jesus
depois da Ressurreição. Mas creram e foram felizes. Acreditaram no testemunho
das pessoas escolhidas por Deus para verem e anunciarem (At 10,41). A participação coerente na
comunidade, nas eucaristias, nas celebrações, nos trabalhos apostólicos é o
testemunho claro que nós cremos. E nos alegramos. Ele está vivo! Imaginemos o
que significou para aqueles pobres homens assustados com a morte Jesus e
temerosos do que poderia acontecer com eles, ter Jesus vivo, ali, sendo tocado
por eles, comendo e bebendo com eles. Estava numa dimensão de ressuscitado e
não simplesmente retornado à vida, como Lázaro. Era tanta a alegria que não
conseguiam acreditar (Lc
24,41-42). Eram pessoas simples como nós e muito mais humildes. A força
da Ressurreição os transformou em potentes anunciadores. Faziam milagres
maiores que os de Jesus. Ele estava vivo e isso lhes dava vida. Falta-nos a
compreensão e a capacidade de ver Jesus vivo na comunidade através de sua força
atuante nas pessoas. Um dia na missa perguntei para as crianças qual era a
missão de Jesus. Uma menininha respondeu: “Ele veio mostrar o carinho do Pai”.
De onde sai essa força de evangelização tão pura, senão da pessoa de Jesus?
Vemos atitudes que superam a condição humana.
949.
Presença na comunidade
Falamos
das pessoas, mas Jesus dá muito valor à comunidade. Apareceu a muitos
individualmente, como narram os evangelhos. Mas aparecia preferentemente no 1º
dia da semana, isto é, em nosso domingo. Aparecia na comunidade reunida. Para
os cristãos, o primeiro dia, era depois do sábado judeu. Não era feriado. Era
dia do Senhor (por isso domingo, vem do latim, dies dominica – dia do Senhor). A
comunidade reunida é o lugar e o momento da maior manifestação de Jesus através
da palavra, dos símbolos sacramentais, da comunhão fraterna e da partilha do
pão eucarístico. Não vou à missa para cumprir uma obrigação, mas para ter o
prazer de estar com o Senhor que se manifesta. Não ir à celebração é um
prejuízo para si mesmo. E também para a comunidade. Os impedidos de ir à
celebração podem acompanhá-la com grande fruto através dos meios de
comunicação.
950.Estímulo
a anunciar
Ao encontrar Jesus vivo na
comunidade, podemos ter a certeza que vamos anunciar. Quando vemos algum lugar
onde se fazem milagres, logo fazemos nossa romaria e contamos para todos as
maravilhas que vimos. É maravilhoso também poder, depois de uma celebração
contar, não só as coisas bonitas, mas a alegria de poder sentir a paz, a
serenidade, a força para as
dificuldades, a solução de tantos problemas que passamos. Não precisamos fazer
espetáculo para ser bonito. Precisamos ver na simplicidade de nossas
celebrações, a grandeza do Deus que nos ama e nos dá Jesus. É importante
anunciar o que aprendemos, o bem que fez, a alegria que vivemos. Assim as
pessoas sentir-se-ão atraídas. Daí a responsabilidade de celebrar bem, e ter
uma coerência de vida com a celebração. O testemunho dos apóstolos atraia a
todos. É o mesmo que podemos dar.
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