Acreditamos
na Ressurreição de Jesus. Mas quando queremos dizer o que significa este
mistério em nossa vida, sentimos dificuldade. Vemos os primeiros cristãos
navegarem neste assunto com tanta facilidade. Paulo ensina este tema com muita
facilidade. Era a linguagem comum na reflexão e na vivência da comunidade: “Se ressuscitastes
com Cristo” (Cl 3,1).
A espiritualidade das comunidades era a Ressurreição. Se olharmos estamos mais
voltamos para a culpa de nossos pecados e, como é difícil a conversão,
continuamos em nossos erros. Converter-se para que? Se tivermos a consciência
da Ressurreição temos motivo para nos converter. O ponto fundamental do conhecimento
deste mistério de Jesus está em nossa união com Ele. Ao assumirmos o Batismo
percebemos que Ele vive em nós porque nós nos inserimos Nele e vivemos em união
a Ele. A espiritualidade pascal está em viver em Cristo a Vida Nova. Nós a
vivemos na medida em que o buscamos através de nosso modo de agir, de buscá-lo,
de amá-lo em tudo. Quem é de Deus conhece quando Deus se manifesta. Não se
trata de sentimento, de sentir-se bem, de estar feliz, mas de estar voltado
para Ele nas circunstancias de nossa vida, mesmo nas dificuldades e nas quedas.
O pecado não impede o crescimento. A conversão torna-o um trampolim para um
amor maior. A união interior se faz pela fé e pela graça que se manifesta nas
coisas que fazemos. A árvore dá frutos a partir de sua seiva. Paulo diz que
venceu tantas coisas, largou tudo porque seu viver era Cristo: “Eu vivo mas já
não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na
carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Os
sofrimentos que passou eram um nada em comparação com sua vida em Cristo.
946.Um
caminho comum
Este
modo de viver dos que amam Jesus não é só uma interioridade, mas uma vida em
comum com Ele e com os irmãos. O bom de nossa fé é que vamos juntos para o Céu.
É muito mais divertido. Uma espiritualidade que não é partilhada pode ser
morta, pois Cristo não ressuscitou só para si, mas levou-nos com Ele. Jesus não
quis fazer o caminho da redenção para a humanidade sem contar conosco. Logo
escolhe os apóstolos e lhes dá garantia de sua presença depois de sua morte.
Ele continua vivo em seus seguidores. Nós tomamos a cruz de Cristo na medida em
que nos decidimos por Ele. É certo que estaremos batendo de frente com o mundo
que pensa o contrário a nossa adesão a Cristo. E o mundo tem consciência de sua
obrigação de destruir toda a força de Jesus, de seu projeto e missão. Onde a
destroem, mais forte ela se levanta. A união de todos é a força de Cristo que
age.
947.
Uma missão de vivos
Deus não falha
em seu desígnio de fazer todas as coisas convergirem para Cristo (Ef 1,10). O sucesso
de Deus não depende da sociedade. Não vamos resolver as questões de Deus em um
debate de TV, ou em alguns artigos de jornal. Quanta gente já achou que tinha
destruído a Igreja. Onde eles estão? Podemos destruir certas culturas que tem
cara de cristãs, mas não destruímos o Cristo vivo. Os judeus, ao crucificarem
Jesus, acharam que tinham resolvido o problema. E sim apressaram a solução: dar
vitória ao amor de Deus pela humanidade. Nós participamos de sua vitória e
levamos adiante a missão de vivos em Cristo. Como estamos Nele, participamos de
seus sofrimentos, mas também de sua vitória. Não temos o que temer pois a força
de sua ressurreição dos mortos é dada a nós. Venceremos em Cristo.
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