terça-feira, 21 de março de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Ressuscitados, mas como?”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA, REDENTORISTA
945. A união a uma Pessoa
            Acreditamos na Ressurreição de Jesus. Mas quando queremos dizer o que significa este mistério em nossa vida, sentimos dificuldade. Vemos os primeiros cristãos navegarem neste assunto com tanta facilidade. Paulo ensina este tema com muita facilidade. Era a linguagem comum na reflexão e na vivência da comunidade: “Se ressuscitastes com Cristo” (Cl 3,1). A espiritualidade das comunidades era a Ressurreição. Se olharmos estamos mais voltamos para a culpa de nossos pecados e, como é difícil a conversão, continuamos em nossos erros. Converter-se para que? Se tivermos a consciência da Ressurreição temos motivo para nos converter. O ponto fundamental do conhecimento deste mistério de Jesus está em nossa união com Ele. Ao assumirmos o Batismo percebemos que Ele vive em nós porque nós nos inserimos Nele e vivemos em união a Ele. A espiritualidade pascal está em viver em Cristo a Vida Nova. Nós a vivemos na medida em que o buscamos através de nosso modo de agir, de buscá-lo, de amá-lo em tudo. Quem é de Deus conhece quando Deus se manifesta. Não se trata de sentimento, de sentir-se bem, de estar feliz, mas de estar voltado para Ele nas circunstancias de nossa vida, mesmo nas dificuldades e nas quedas. O pecado não impede o crescimento. A conversão torna-o um trampolim para um amor maior. A união interior se faz pela fé e pela graça que se manifesta nas coisas que fazemos. A árvore dá frutos a partir de sua seiva. Paulo diz que venceu tantas coisas, largou tudo porque seu viver era Cristo: “Eu vivo mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Os sofrimentos que passou eram um nada em comparação com sua vida em Cristo.
946.Um caminho comum
            Este modo de viver dos que amam Jesus não é só uma interioridade, mas uma vida em comum com Ele e com os irmãos. O bom de nossa fé é que vamos juntos para o Céu. É muito mais divertido. Uma espiritualidade que não é partilhada pode ser morta, pois Cristo não ressuscitou só para si, mas levou-nos com Ele. Jesus não quis fazer o caminho da redenção para a humanidade sem contar conosco. Logo escolhe os apóstolos e lhes dá garantia de sua presença depois de sua morte. Ele continua vivo em seus seguidores. Nós tomamos a cruz de Cristo na medida em que nos decidimos por Ele. É certo que estaremos batendo de frente com o mundo que pensa o contrário a nossa adesão a Cristo. E o mundo tem consciência de sua obrigação de destruir toda a força de Jesus, de seu projeto e missão. Onde a destroem, mais forte ela se levanta. A união de todos é a força de Cristo que age.
947. Uma missão de vivos
Deus não falha em seu desígnio de fazer todas as coisas convergirem para Cristo (Ef 1,10). O sucesso de Deus não depende da sociedade. Não vamos resolver as questões de Deus em um debate de TV, ou em alguns artigos de jornal. Quanta gente já achou que tinha destruído a Igreja. Onde eles estão? Podemos destruir certas culturas que tem cara de cristãs, mas não destruímos o Cristo vivo. Os judeus, ao crucificarem Jesus, acharam que tinham resolvido o problema. E sim apressaram a solução: dar vitória ao amor de Deus pela humanidade. Nós participamos de sua vitória e levamos adiante a missão de vivos em Cristo. Como estamos Nele, participamos de seus sofrimentos, mas também de sua vitória. Não temos o que temer pois a força de sua ressurreição dos mortos é dada a nós. Venceremos em Cristo.

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